Coimbra informa que a pesquisa foi nacional e propôs aos entrevistados que avaliassem quinze áreas de atuação do governo Dilma, comparando-as com o desempenho de Lula e FHC. O artigo apresenta alguns resultados, que passo a reproduzir:
Consideremos algumas: na geração de empregos, 7% dos entrevistados disseram que FHC atuou melhor, enquanto 75% responderam que Lula e Dilma o superaram; na habitação, 3% para FHC e 75% para Lula e Dilma; nos programas para erradicar a pobreza, 4% ficaram com FHC e 73% com os petistas; na educação, FHC foi defendido por 5% e Lula e Dilma por 63%; na política econômica, em geral, FHC foi avaliado como melhor por 8% e os petistas por 71% dos entrevistados. No controle da inflação, FHC teve seu melhor resultado: 10% acharam que foi melhor que os sucessores, mas 65% responderam que Lula e Dilma é que agiram ou agem melhor. Na saúde e na segurança, os petistas tiveram as menores taxas de aprovação, mas mantiveram-se bem à frente do tucano: na primeira, Lula e Dilma foram considerados melhores por 46% dos entrevistados; na segurança, por 45%. FHC, por sua vez, por 7% e 6%. No combate à corrupção, FHC teria atuado melhor que seus sucessores para 8%, enquanto 48% dos entrevistados afirmaram que Lula e Dilma foram-lhe superiores.
Pelos dados apresentados, a oposição não desconsidera estes índices, embora não esteja explorando com muita competência. As áreas onde o governo FHC é melhor avaliado ou diminui consideravelmente a distância dos governos lulistas são: combate à corrupção, inflação, saúde e segurança. Os dois primeiros itens são mais favoráveis à oposição.
Pois são estes dois pontos que viraram trincheira do discurso oposicionista. Alguns poucos procuram emplacar a pecha de incompetência de Dilma na gestão do Estado. A se fiar por estes dados do Vox Populi, dificilmente o adjetivo vai colar na personagem.
Por seu turno, o tema da corrupção parece ter ressonância na classe média tradicional, mas não atinge as amplas massas de eleitores que parecem identificar como sinônimo de perfil governamental. Em outras palavras, qualquer que seja o partido ou governante, corrupção seria um princípio, na avaliação dos brasileiros menos abastados. Portanto, o julgamento desse eleitor não leva em consideração este desvio de conduta. O que conta é o resultado concreto em sua vida.
Aí entra a inflação. Este parece um veio promissor a ser explorado pelas oposições. Mas não como estão explorando. Os discursos oposicionistas só falam do impacto sobre os salários em nota de rodapé. O centro é o descontrole e o impacto sobre os investimentos. Cá entre nós, a grande massa dos brasileiros entende esta formulação como voltado para eles ou para empresários? O que as oposições, por falta de banho de rua, ainda não compreenderam é que discurso técnico precisa ser traduzido para o campo da vida cotidiana. E, principalmente nos dias de inserção pelo consumo, relacionado com o poder de compra.
Enfim, é o DNA da oposição que se configura como seu principal adversário. Sem a explosão da inflação ou um discurso mais agudo em relação aos riscos de queda social dos consumidores emergentes, os governos lulistas ainda mantém dianteira na geração de emprego, habitação, erradicação da pobreza, educação e política econômica em geral.
A desconstrução terá que ser profissional. E a oposição, depois, precisará dizer que fará melhor do que já fez. Há tempo para isto. Mas, convenhamos, o cenário atual não é nada propício.
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