Jacob Gorender faleceu hoje. No começo da minha militância, participei de muitos eventos em que ele estava presente. Sempre sério, compenetrado. Embora fosse um historiador que garantia uma boa controvérsia, foi o seu "Combate nas Trevas" que mais me impressionou. Neste livro, abriu várias polêmicas e sugeriu um análise ousada sobre o golpe militar de 1964. Sugeriu que a crise econômica de 1962-1965 foi a primeira crise cíclica do capitalismo brasileiro, impondo adesão ao modelo restritivo imposto pelo FMI que eliminava concessões aos trabalhadores como as contidas nas reformas de base. Daí a necessidade de um regime fechado, impositivo. Havia, portanto, para Gorender, uma real ameaça para as classes dominantes no período anterior ao golpe, conclusão muito distinta à maioria dos estudiosos deste período.
Gorender estava há um mês internado. O velório será realizado a partir das 8h de amanhã (12/06), no Cemitério Israelita de São Paulo, onde também será sepultado às 10h.
Foi dirigente do PCB e, depois, do PCBR.
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