Falta uma infelicidade qualquer para que algum desses atos públicos nas capitais se transforme em tragédia. Alguém tropeça, puxando outros consigo, durante uma correria. Um bate-boca leva ao pugilato e a trocas de facadas ou garrafadas. Um bandido infiltrado, civil ou militar, aproveita qualquer tumulto para dar um tiro na direção da turba. Um tijolo despenca do décimo andar de um prédio. Uma bomba explode no lugar errado.
E assim, de repente, surge o primeiro cadáver dos protestos.
O simples fato de tudo estar tão sujeito ao acaso e à boa-vontade das gentes já é sintoma de perigosa fragilidade. Se considerarmos o caos probabilístico gerado por um fenômeno em que dezenas de milhares de pessoas se espremem pelas ruas da metrópole, concluímos que os anjos das passeatas vêm trabalhando como nunca. É quase absurdo que não tenha ocorrido alguma ocorrência fatal, especialmente porque as chances se multiplicam na repetição diária dos atos.
Talvez eu esteja apenas sendo pessimista, mas na base de toda medida preventiva existe uma dose de fatalismo. Depois de acontecer o pior, será inútil discutir se houve uma coincidência idiota ou a ação de malfeitores oportunistas. Não podemos menosprezar a possibilidade de que alguém esteja ansioso para que a violência fuja ao controle da imensa maioria pacifista. É necessário, portanto, que os organizadores dos protestos passem a trabalhar com esse risco de forma responsável.
Guilherme, Não acredito que cheguemos a alguma tragédia. Pode ocorrer, como é parte do risco de viver. Agora, você tem razão que a própria mobilização deveria criar um sistema de segurança próprio. Sempre se fez isto em qualquer manifestação de massas.
Rudá, não esperava sua resposta no meu comentário anterior ! Desde já, desculpo-me pelo tom irônico ! No entanto, gostaria de reafirmar meu diagnóstico para o dito "movimento": consequência institucional ZERO! Mudança haverá nas estratégias de marketing político, isso sim ! Qualquer ameaça ao "estilo de vida" dos infantes manifestantes, algo que envolve o risco de perda de status e do regime de propriedade, é prontamente rechaçada por eles mesmos, dispersando vontades, esvaziando "as ruas"!!! O grau de "letalidade" do dito "movimento" foi resumido numa frase, ontem, pela Coronel da PM mineira Cláudia Romualdo :" Vamos embora dormir, gente ! Amanhã tem mais"! Não à toa o "realismo mágico" prospera por estas terras ! O prof. Giovanni Sartori tem seus críticos, bem sei, mas não me encontro entre estes ! Forte abraço, boa sorte ! André
3 comentários:
Por um triz
Falta uma infelicidade qualquer para que algum desses atos públicos nas capitais se transforme em tragédia. Alguém tropeça, puxando outros consigo, durante uma correria. Um bate-boca leva ao pugilato e a trocas de facadas ou garrafadas. Um bandido infiltrado, civil ou militar, aproveita qualquer tumulto para dar um tiro na direção da turba. Um tijolo despenca do décimo andar de um prédio. Uma bomba explode no lugar errado.
E assim, de repente, surge o primeiro cadáver dos protestos.
O simples fato de tudo estar tão sujeito ao acaso e à boa-vontade das gentes já é sintoma de perigosa fragilidade. Se considerarmos o caos probabilístico gerado por um fenômeno em que dezenas de milhares de pessoas se espremem pelas ruas da metrópole, concluímos que os anjos das passeatas vêm trabalhando como nunca. É quase absurdo que não tenha ocorrido alguma ocorrência fatal, especialmente porque as chances se multiplicam na repetição diária dos atos.
Talvez eu esteja apenas sendo pessimista, mas na base de toda medida preventiva existe uma dose de fatalismo. Depois de acontecer o pior, será inútil discutir se houve uma coincidência idiota ou a ação de malfeitores oportunistas. Não podemos menosprezar a possibilidade de que alguém esteja ansioso para que a violência fuja ao controle da imensa maioria pacifista. É necessário, portanto, que os organizadores dos protestos passem a trabalhar com esse risco de forma responsável.
http://www.guilhermescalzilli.blogspot.com.br/
Guilherme,
Não acredito que cheguemos a alguma tragédia. Pode ocorrer, como é parte do risco de viver.
Agora, você tem razão que a própria mobilização deveria criar um sistema de segurança próprio. Sempre se fez isto em qualquer manifestação de massas.
Rudá, não esperava sua resposta no meu comentário anterior ! Desde já, desculpo-me pelo tom irônico ! No entanto, gostaria de reafirmar meu diagnóstico para o dito "movimento": consequência institucional ZERO! Mudança haverá nas estratégias de marketing político, isso sim ! Qualquer ameaça ao "estilo de vida" dos infantes manifestantes, algo que envolve o risco de perda de status e do regime de propriedade, é prontamente rechaçada por eles mesmos, dispersando vontades, esvaziando "as ruas"!!!
O grau de "letalidade" do dito "movimento" foi resumido numa frase, ontem, pela Coronel da PM mineira Cláudia Romualdo :" Vamos embora dormir, gente ! Amanhã tem mais"! Não à toa o "realismo mágico" prospera por estas terras ! O prof. Giovanni Sartori tem seus críticos, bem sei, mas não me encontro entre estes ! Forte abraço, boa sorte !
André
Postar um comentário