Ernesto Braga - Hoje em Dia
Há 15 anos, o lustrador Nelson Barbosa de Carvalho, de 49, faz parte de um grupo de moradores do bairro Tupi, na região Norte de Belo Horizonte, que luta pela abertura e pavimentação da avenida Pixinguinha. Cansados de esperar a intervenção do poder público, ele e os vizinhos decidiram colocar a mão na massa.
“Havia apenas uma trilha, o que impossibilitava a passagem de ambulância e, várias vezes, pedimos ajuda da prefeitura. Decidimos fazer um mutirão para abrir a avenida e melhorar o acesso”, diz Nelson.
Longe da periferia, os moradores do Belvedere, na região Centro-Sul, um dos bairros com metro quadrado construído mais caro da capital, também decidiram se mobilizar diante da lentidão do poder público.
O líder comunitário, que coordenou a construção da praça, cita outra obra feita no bairro após a mobilização popular. “A rotatória da rua Haiti com a avenida Presidente Eurico Dutra era um projeto antigo do poder público e importantíssimo para o trânsito. Mas ele só saiu do papel pela parceria dos moradores com empresas privadas”.
Desespero
Também por meio de um mutirão, formado por moradores incomodados com a lentidão da administração pública, foram feitas obras na rua Maria da Consolação Lima (antiga 12), no bairro Nova York, em Venda Nova. “O esgoto corria a céu aberto e nós mesmos acabamos com o problema na porta de nossas casas”, diz o comerciante Geraldo José Dias, de 51 anos.
O mutirão teve a participação até de mulheres e crianças. “Cada morador deu uma coisa: areia, cimento, brita e foram três dias de obras”, lembra o presidente da Associação Comunitária do Nova York e região, Antônio de Oliveira.
Espera
Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, as demandas de moradores são recebidas pelas secretarias regionais, que executam pequenas obras. As de maior porte são feitas pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap).
A Regional Venda Nova informou que o bairro Nova York e outros vizinhos foram contemplados em várias edições do Orçamento Participativo (OP).
Sobre o bairro Tupi, a Regional Norte orientou o Hoje em Dia a procurar a Sudecap, que não respondeu os questionamentos até o fechamento desta edição.
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