quinta-feira, 30 de abril de 2009

Contagem: exemplo de recuo das inovações na educação mineira


Após o desmonte da Escola Plural no governo Fernando Pimentel, percebe-se que governos progressistas tentam retomar um rumo nas inovações educacionais, mas tateiam a mesmice. Há casos de nítida intenção na direção da ousadia, como Governador Valadares, Teófilo Otoni, Pará de Minas, para citar alguns municípios mineiros. Mas há outros casos que demonstram movimentos erráticos, um "jogo para o lado", como é o caso de Contagem, na Grande BH. O Estado, enfim, sente a falta de liderança na área. Um desperdício, já que o governo estadual tem na educação seu evidente calcanhar de Aquiles. Esta área, que já foi uma forte sinalização de capacidade inovadora de forças políticas progressistas, entra em compasso de espera, igualando por baixo muitas gestões.

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Docentes de escolas privadas de MG estão com Síndrome de Burnout


O Sinpro Minas divulgou nessa terça-feira (28/4) a pesquisa inédita que mapeia as condições de saúde e trabalho dos docentes da rede privada de ensino de todo o estado. Realizada pelo sindicato, em parceria com o Ministério do Trabalho (por meio da Fundacentro), a Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Fitee) e Sindicato dos Auxiliares em Administração Escolar (Saae-MG), a pesquisa revelou que é elevado o percentual de professores que alegam sofrer cansaços físico e mental (92,84%).
De acordo com a pesquisa, para 82,58% da categoria, a exigência de cumprimento de prazos é o principal motivo que torna o ambiente institucional ameaçador. Já a principal causa de desgaste entre os docentes encontra-se na relação direta entre aluno e professor, com 40, 25% das respostas.

Gênero
A pesquisa também fez um recorte de gênero e constatou um quadro pouco favorável para as mulheres. Em todo o estado, a renda pessoal média das professoras é cerca de 30% inferior à dos professores. Já na região metropolitana, esse cenário de desigualdade permanece, mas o percentual de diferença cai para aproximadamente 24%.

O Brasil como ele é


1) Um motorista do Senado ganha mais para pilotar um automóvel do que um oficial da Marinha que pilota uma fragata.
2) Um ascensorista da Câmara Federal ganha bem mais para pilotar os elevadores da casa, do que um oficial da Força Aérea que pilota um Mirage.
3) Um diretor que comanda a garagem do Senado ganha muito mais que um oficial-general do Exército que comanda um regimento de blindados.
4) Um diretor sem diretoria do Senado ganha mais que o dobro que um professor federal concursado - doutor e com prestígio internacional.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Impacto do Influenza na educação mexicana


Recebo de Francisco Martínez um relato do impacto da epidemia da Gripe Suína (na verdade influenza) sobre a educação do México:

"El primer efecto consiste en que se han suspendido todas las actividades escolares en todo el sistema educativo del país, desde centros preescolares hasta las universidades. No se pueden desarrollar ningún tipo de actividad escolar. La suspensión de actividades también se ha extendido a museos y sitios arqueológicos. En algunos lugares se han suspendido los cines y teatros. Como es evidente se ha detenido las actividades educativas y culturales del país.
Un segundo efecto consiste que se han estancados los proyectos de investigación, especialmente, aquellos que se desarrollan dentro de guarderías, estancias infantiles, hasta las aulas universitarias. Algunos proyectos sufrirán retrasos y algunos otros no se podrán recuperar. Además, los procesos de evaluación de la educación básica se verán afectados. La prueba ENLACE fue parcialmente aplicada en algunos estados del país, pero se ha detenido hasta nuevo aviso. La situación complica la aplicación de esta evaluación, los resultados de los estudiantes y la interpretación de los resultados.

Un concepto integral de calidad educativa
La situación nos invita a la reflexión sobre el concepto de calidad educativa. Desde hace algunos años, algunos evaluadores, expertos e investigadores, plantean la necesidad de contar con un concepto amplio de calidad educativa que incluya componentes de salud y seguridad.
En nuestro trabajo de evaluación de la calidad educativa hemos encontrado que los componentes de salud y seguridad en los centros escolares causan extrañeza y duda en los políticos, autoridades, docentes y familias. Los datos que hemos recopilado del sistema educativo nos muestran que existen debilidades en estos componentes, ya que muchos centros no cuentan con agua corriente, jabón, toallas, se pone poca atención a la salud de los estudiantes, y no existe una buena vinculación entre el sistema de salud y los centros escolares. Estos componentes se consideran costosos y con poca relación con el proceso de aprendizaje.
En nuestra experiencia de evaluación de la calidad, los componentes de seguridad y salud, al mostrar debilidades, han generado conversaciones con directores y docentes que han permitido tener una visión diferente del significado de un centro educativo; que debe ser un lugar saludable, seguro y que potencia el aprendizaje humano. De hecho, los indicadores de seguridad y salud se vinculan directamente con la calidad, pues los centros escolares que tienen mejores niveles de calidad educativa son aquellos que ponen atención a la higiene, aseo e instalaciones, además de estar pendientes de los procesos pedagógicos y de gestión. Sin embargo, nuestro trabajo se limita a un número modesto de centros, comparado con la magnitud del sistema educativo mexicano.

La aparición de un nuevo virus agresivo nos invita a reconsiderar la importancia de los aspectos de salud y seguridad de nuestros centros educativos.

El regreso a los centros escolares
La situación precaria de los centros escolares, desde jardines de niños hasta universidades, en aspectos de salud y aseo, tienen preocupados a las autoridades educativas de nuestro país. La falta de agua potable, jabón, toallas e implementos de limpieza pueden contribuir a que la epidemia tenga una larga duración, o que sea necesario prolongar la suspensión de las actividades escolares y culturales del país.
Me parece que necesitamos crear una visión a mediano y largo plazo para convertir a los centros educativos en lugares seguros, saludables, y que potencian el aprendizaje humano y no ser considerados como una de las principales fuentes de contagio como ocurre en México en estos momentos.
Otra opción que es necesario revisar, es la utilización de Internet para reactivar las actividades escolares y culturales, sin embargo, en nuestro país solamente el 24% de la población tiene acceso a este medio. Otra limitación es la poca penetración de las nuevas TIC´s en el sistema educativo y cultural. Hace apenas algunos días que plantea la posibilidad de digitalizar la bibliotecas públicas. En este sentido, a pesar de las posibilidades que tiene Internet, en el presente, nuestro país no tiene una política educativa que permita acceder a contenidos escolares y actividades que realizar a través de Internet. En este escenario es la televisión el medio más cercano a los 33 millones de estudiantes que se encuentran en su casa por la suspensión de clases. Esta realidad me lleva a cavilar sobre la importancia de crear acceso a la educación y cultura fuera del salón de clases y repensar la utilización de las nuevas TIC´s en el sistema educativo de México."

Ranking ENEM em SP


Em São Paulo, entre os 20 primeiros do ranking do ENEM, temos: 11 escolas na capital (09 particulares, 01 estadual e 01 federal), 01 em Cubatão (federal), 02 em Santos (particulares), 01 em Barueri (particular), 01 em Itatiba (particular),01 em Guarulhos (particular) e 01 em São José dos Campos (particular).
As médias ficaram um pouco abaixo que as das 20 melhores de Minas Gerais. Em MG, as médias ficaram entre 77,3 e 71,3 pontos. Em SP, ficaram entre 76 e 70,9 pontos.

Ranking ENEM em MG


Saiu o ranking do ENEM. Em Minas Gerais, dentre as 20 melhores colocadas, descatam-se 11 de Belo Horizonte (09 particulares e duas federais), 02 de Viçosa (uma particular e uma federal), Barbacena (Federal), 04 em Juiz de Fora (todas particulares), 01 em Ubá (particular) e 01 em Sete Lagoas (particular).
A questão é: o que as federais têm de especial em relação às escolas públicas municipais e federais? Resposta: a dedicação exclusiva e poucas turmas para cada professor.

MG como "case" do impacto da crise no Brasil


Conversei, hoje, com técnicos da Secretaria Estadual da Fazenda de Minas Gerais. Eles avaliam que MG foi o primeiro Estado brasileiro a sentir o impacto da crise nos EUA em virtude da pauta produtiva mineira (agronegócio, siderurgia e extração), toda voltada para exportação. Entraram na crise em outubro do ano passado e tiveram uma forte inflexão na arrecadação. Daí avaliarem que MG deverá ser o primeiro Estado a sair da crise. Projetam queda de 1,2% do PIB nacional e 2% positivo para 2010 (sobre 2009, obviamente). Mas avaliam que MG já estabilizará o orçamento em agosto (projetam "estouro" da folha de pagamento neste mês, ultrapassando os limites da lei de responsabilidade fiscal).
O grande problema, afirmam, é que a crise escancarou um dos problemas estruturais de Minas Gerais: o baixo valor agregado da pauta de exportação. Sendo o segundo PIB do país, se preocupam justamente do Estado estar em décim lugar no item salário/PEA.

Consumismo Infantil


Em 2006, os investimentos publicitários destinados à categoria de produtos infantis foram de R$ 209.700.000,00 (IBOPE Monitor, 2005x2006, categorias infantis). No entanto, a publicidade não se dirige às crianças apenas para vender produtos infantis. Elas são assediadas pelo mercado como eficientes promotoras de vendas de produtos direcionados também aos adultos. Em março de 2007, o IBOPE Mídia divulgou os dados de investimento publicitário no Brasil. Segundo o levantamento, esse mercado movimentou cerca de R$ 39 bilhões em 2006. A televisão permanece a principal mídia utilizada pela publicidade. Ao cruzar essa informação com o fato da criança brasileira passar em média quatro horas 50 minutos e 11 segundos por dia assistindo à programação televisiva (Painel Nacional de Televisores, IBOPE 2007) é possível imaginar o impacto da publicidade na infância. No entanto, apesar de toda essa força, a publicidade veiculada na televisão é apenas um dos fatores que contribuem para o consumismo infantil. A TNS, instituto de pesquisa que atua em mais de 70 países, divulgou dados em setembro de 2007 que evidenciaram outros fatores que influenciam as crianças brasileiras nas práticas de consumo. Elas sentem-se mais atraídas por produtos e serviços que sejam associados a personagens famosos, brindes, jogos e embalagens chamativas. A opinião dos amigos também foi identificada como uma forte influência.
VEJA http://www.alana.org.br/

terça-feira, 28 de abril de 2009

Che, O Argentino


Fui assistir Che, o primeiro filme da série produzido por Steven Soderberg (O Argentino e A Guerrilha). Benicio Del Toro é o ponto alto (mas Demián Bichir, na pele de Fidel Castro impressiona pela semelhança). Che é baseado em dois livros escritos por Guevara. Este primeiro filme, que entrou recentemente em cartaz no Brasil é baseado no "Reminiscências da Guerra Revolucionária Cubana”. O segundo filme foi baseado n'O Diário do Che na Bolívia.
É difícil analisar o filme. Como produção artística, o que chama a atenção é a fotografia e a atuação de Benício Del Toro. O filme resvala, muitas vezes, no estilo aventura, um pouco mais sofisticada. Retrata a dureza de Che, com algumas nuanças masi complexos e certa ingenuidade (como na falta de compreensão dos acordos firmados por Fidel, pouco antes do triunfo da revolução).
Confesso que a dureza me lembrou alguns dirigentes históricos do PT (não do início do PT, anos 80, mas daqueles que emergiram nos anos 90, na fase "real politik") que conheci de perto. Em toda sua contradição e perigo.

domingo, 26 de abril de 2009

Divã


Fui assistir o filme com Lília Cabral, atriz que vi pela primeira vez na peça Feliz Ano Velho, muitos anos atrás. Gostei muito. Um filme brasileiro (bem humorado) de tipo novo (que retrata a mulher madura deste século, sem grandes dramas). Pode parecer intelectualismo de minha parte, mas o filme me lembrou o livro "A Terceira Mulher", de Gilles Lipovetksy, que retrata a mulher pós-revolução sexual e luta feminista do pós-guerra. Lembra um pouco as temáticas e dilemas femininos dos cartuns de Miguel Paiva. Enfim, um filme divertido e intimista, bem humorado e contemporâneo. Leve, mas que toca em assuntos difíceis.

Dilma Rousseff


O grande tema político do final de abril é a enfermidade que acomete a ministra Dilma Rousseff. O linfoma não-Hodgkin inclui diversos tipos de câncer do sistema linfático (que transporta a linfa, líquido incolor que contém glóbulos brancos, que combatem bactérias e destroem vírus e células estranhas). Durante quatro meses (a cada três semanas) a ministra receberá tratamento quimioterápico e, depois, poderá ser ministrada radioterapia. A perspectiva de cura é alta (acima de 90%), mas deverá afetar o ritmo de campanha da ministra, embora ela se recuse a admitir. Embora as reações à quimioterapia sejam distintas, de pessoa para pessoa, é comum provocar fadiga e náuseas.
O efeito político imediato recairá sobre a disputa entre Aécio Neves e José Serra, que já definiram acordo pelas prévias no PSDB em janeiro do próximo ano. Os dois foram muito corretos ao saberem da notícia. Contudo, a depender do impacto da notícia e dos resultados do tratamento, a tendência é acelerar a consolidação do nome do pré-candidato tucano como opção concreta para o eleitorado. Neste caso, mais uma vez as chances de Serra aumentam.
Outro efeito é a briga pela composição da chapa com Dilma. Há dúvidas, num cenário tão incerto, sobre o espaço que teria uma terceira candidatura à Presidência da República. A movimentação de bastidor, que até agora se concentrava entre tucanos e candidatos à vice na chapa de Dilma Rousseff, pode se direcionar para este novo campo de possibilidades. Michel Temer era o mais afoito pré-candidato à vice na chapa petista. Ocorre que Lula, o maior cabo eleitoral de Dilma (mais da metade dos eleitores pesquisados pela Sensus/CNT afirmaram, no final de março, que votariam no candidato do Presidente da República, seja qual for o escolhido), não tem grande apreço por Temer. Nos bastidores da política palaciana, esta é a mesma interpretação dos vôos rasantes de Ciro Gomes. Entre incertezas, é possível afirmar que vários balões de ensaio serão lançados até abril do próximo ano, procurando medir forças e desenhar alternativas. Mas não há dúvidas que tudo passará pela decisão de Lula e José Serra.
Um último aceno, mais delicado de explicitar: se Dilma mantém-se firme em sua candidatura, esta adversidade poderá gerar uma comoção, unindo fortemente a militância petista, tão apagada desde o mensalão. Aí, minhas dúvidas a respeito da candidatura (sempre achei um jogo de Lula) terminam: Dilma se consolida como candidata do eleitorado de esquerda e de todo campo político vinculado às pastorais sociais, ongs, sindicatos e movimentos sociais.

sábado, 25 de abril de 2009

Salvador, São Paulo e Recife na disputa do ranking do desemprego


Na tabela que ilustra a nota abaixo, fica patente a disputa (nesta década) entre Salvador, São Paulo e Recife pela liderança do desemprego em regiões metropolitanas do país, no mês de março de cada ano.

1) Em 2002, a RM de Salvador liderava o ranking com 17% e oscilou em queda até 2009 (chegando aos 11,9% atuais). Somente em 2006 perdeu a primeira posição para Recife, liderando todo o restante da série. Vários estudos acadêmicos que analisam a performance econômica da Bahia sugerem um "Enigma Bahia", que revelaria um crescimento que não se consolida (muito menos em termos de melhorias sociais), possivelmente vinculado ao dinamismo das exportações e, portanto, do mercado externo.

2) Já a RM de Recife, com exceção de março de 2006, disputou o segundo lugar com São Paulo. De 2007 para 2008 apresentou queda muito significativa da taxa de desemprego (de 12% para 9,7%). Contudo, voltou a subir em março deste ano, atingindo 10,4%.

3) Finalmente, a RM de São Paulo manteve-se relativamente estável entre 2002 e 2004 (ao redor de 14% de taxa de desemprego), embora acima da média nacional. Em 2005 caiu para 11,5%, aproximando-se da média nacional (10,9%) e voltou a cair no ano seguinte (10,6%, sendo que a média nacional foi de 10,4%). Em 2008 atingiu seu menor índice de desemprego na série (9,4%, sendo que a média nacional foi de 8,6%), acompanhando a forte recuperação do setor industrial. Chega, agora, aos 10,5%, retornando à segundo posição no ranking, e novamente se distanciando da média nacional (9%).

Desemprego de jovens e qualificados: onde está a empregabilidade?


O IBGE divulgou aumento significativo de desemprego entre jovens (de 15 a 24 anos): 21,1%, contra 17,9% de janeiro. Márcio Pochmann sugere um índice muito superior, a partir do conceito de desemprego oculto (aquele em que se procura o emprego e, frustrado, aguarda um momento melhor). O problema é clássico e diretamente relacionado à falta de experiência que só seria superado com um bom programa de Primeiro Emprego e adoção em massa de Empresas/ONGs Júnior nas faculdades e obrigatoriedade de contratação de jovens nas empresas e órgãos estatais. Aliás, o índice de desemprego foi menor na administração pública (3,6% mais empregados que em março do ano passado), assim como melhorou o emprego em serviços domésticos, educação e saúde. A indústria, contudo, continua sentindo os efeitos da crise internacional.
O pior dado, contudo, é o do aumento de desemprego entre os mais instruídos. O interessante é que este dado começa a colocar por terra o conceito tão em voga nos anos 90 de empregabilidade.
Vários economistas sugerem que a taxa de desemprego atingirá 11% até junho, recuando para 9,5% a 10% até o final do ano. Outros sugerem que o ajuste da indústria já foi feito (de dezembro a janeiro) e agora a recuperação será lenta.

Inferno astral de Aécio


Neste final de semana, Aécio Neves anunciou corte de 430 milhões de reais do orçamento mineiro. As secretarias de governo terão que cortar entre 10% e 20%, imediatamente. O ICMS caiu 750 milhões de outubro de 2008 até março deste ano. O custeio foi projetado para fechar no vermelho (-1%) neste ano. O governador afirma que Educação, Saúde e Defesa Social serão preservadas, assim como os investimentos já previstos. A conferir.
O fato é que Aécio vive um inferno astral. Deve ser candidato a Senador, mas se Serra vence as eleições presidenciais, será um zero à esquerda. Mais uma aposta: se Serra perder, ele será o maior ícone da oposição. O problema persiste: ele (e o PSDB) podem perder o governo estadual para a oposição (branda, no caso do PMDB e, talvez, pesada, no caso do PT). Marcio Lacerda, apadrinhado por Aécio, vem confirmando a expectativa: desapareceu. O grande mote de Lacerda é a adoção de instrumentos de gestão privada na Prefeitura de BH. Convenhamos que parece um discurso requentado no mundo da crise mundial, em que o keynesianismo emergiu das catacumbas.

Orgulho e Preconceito


Eu tinha um profundo preconceito contra vinho português. Todos pareciam pesados e grosseiros. Mas ao almoçar (quando tenho condições) no Decanter (na Fernandes Tourinho, aqui em BH) aos sábados, aprendi que existe vida nos vinhedos do Alentejo (considerado o Novo Mundo dos vinhos do Velho Mundo). Vinhos como o Azul Portugal (Casta Castelão, 2006) e, principalmente, o Crescendo Altas Quintas (2005, na foto) me deixaram surpreso. O "Crescendo" chega a ser frutado. Vale a pena.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Desemprego no Brasil: 9%


A previsão de chegarmos aos dois dígitos, novamente, em relação à taxa de desemprego está mais próxima de se realizar: chegamos a 9% em março, maior patamar desde setembro de 2007. Em fevereiro, a taxa estava em 8,5%; em março do ano passado, em 8,6%. Para abril, sindicatos e economistas prevêem melhora no emprego.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Aumenta número de denúncias de crimes contra crianças e adolescentes em MG

Um levantamento realizado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedes) constatou que o número de denúncias de crimes contra crianças e adolescentes, recebidas pelo Disque Direitos Humanos de MG, cresceu 21% no primeiro trimestre de 2009, em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 547 denúncias em 2009, contra 450 em 2008. Levando em consideração apenas o mês de março, o crescimento é de 45%. A Secretaria informou que os crimes mais denunciados no início deste ano foram negligência e abandono (193) e violência física intrafamiliar (122).

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Análise da economia dos EUA, por Marc Faber


Marc Faber é analista de investimentos nos EUA. Em junho de 2008 publicou o seguinte em seu boletim mensal:

"Se gastarmos nosso dinheiro no supermercado Wall-Mart, esse dinheiro vai
para a China. Se gastarmos com gasolina, vai para os árabes. Se comprarmos um computador, vai para a Índia. Se comprarmos frutas e vegetais, irá para o México, Honduras e Guatemala. Se comprarmos um bom carro, irá para a Alemanha ou Japão.
Se comprarmos bugigangas, irá para Taiwan...
E nenhum centavo desse dinheiro ajudará a economia americana. O único meio de manter esse dinheiro na América é gastá-lo com prostitutas e cerveja, considerando que são os únicos bens ainda produzidos por aqui. Estou fazendo a minha parte..."

Atualmente teria que alterar este final: a INBEV está adquirindo a Budweiser.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Dilma em Belo Horizonte e o futuro de Aécio


Quem participou do evento com Dilma Rousseff que envolveu a militância petista de Belo Horizonte ficou muito impressionado. Havia muitas empolgação no ar. Recebi mensagem de um dos presentes (que não é militante petista) afirmando que teve a impressao que o PT conseguiu nos últimos dois anos acabar com a crise de identidade provocada pelo mensalão e política ortodoxa do governo.
A conferir.

Aproveitando esta nota, comento rapidamente o resultado da enquete sobre futuro de Aécio (neste blog, lado direito): 43% dos que votaram acreditam que Aécio não será candidato à Presidente em 2010; 28% acreditam que sairá por outro partido (que não o PSDB) e 27% que será candidato à Presidente pelo PSDB. A enquete não tem validade científica, mas não deixa de ser uma aferição. Os visitantes do blog que votaram revelam uma percepção (que arriscaria dizer que é meio generalizada) que Aécio perdeu o bonde da campanha presidencial. Acredito que de outubro do ano passado para fevereiro deste ano, Aécio foi atropelado por José Serra.

IPEA: desenvolvimento brasileiro é instável


O IQD (Índice de Qualidade do Desenvolvimento), mais novo indicador do grupo que o Ipea vem criando, aponta que a qualidade do desenvolvimento brasileiro é instável, ou seja, que o crescimento econômico, a distribuição de renda e a inserção externa do país não evoluem na mesma direção e que vem caindo desde o final do ano passado.
Mantendo-se a atual trajetória, já em maio, o país corre o risco de começar a perder os avanços econômicos, ambientais e sociais conquistados neste século.

O IQD agrega dados de três subíndices:

1) Índice de Qualidade do Crescimento (cujas variáveis são produção setorial, massa salarial, confiança dos empresários e meio ambiente);

2) Índice de Qualidade da Inserção Externa (composição das exportações, investimento estrangeiro, termos de troca, renda líquida enviada ao exterior e reservas internacionais);

3) Índice de Qualidade do Bem-Estar (taxa de pobreza, mobilidade social, desigualdade de renda, desemprego e ocupação formal).

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Dia Internacional do Livro e Festa da Rosa


O dia 23 de abril é o dia internacional do livro e a "Festa da Rosa". Nesta data, em quase toda a Espanha, os amigos trocam presentes de livros e rosas: um livro para Cervantes, uma rosa para São Jorge. Bem que poderíamos adotar este hábito no Brasil. Ao menos os corinthianos.

Alunos desmotivados


Pesquisa coordenada pelo economista Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, mostra que 40,3% dos jovens de 15 a 17 anos abandonam a escola por falta de interesse, enquanto 27,1% saem por razões de trabalho e renda. Por outro lado, apenas 10,9% deles deixam de estudar por falta de acesso à escola e 21,7% o fazem por motivos diversos, entre os quais a gravidez precoce tem porcentuais relevantes. O estudo mostra que, em 2008, 14,1% dos jovens dessa faixa etária deixaram de estudar. Esse porcentual é mais alto na região metropolitana de São Paulo (18,7%), de Porto Alegre (18,8%) e entre os ocupados (28%), o que indica uma relação entre a demanda do mercado de trabalho e o abandono escolar.
Esta tese coloca em suspeição o argumento de Secretarias Estaduais de Educação (como a de Minas Gerais) sobre a diminuição de matrículas no Ensino Médio que relacionam o fenômeno à queda do índice de natalidade do país.

Nenhuma escola de ensino médio atinge meta em SP


Saiu na Folha de São Paulo e no Blog do Chicão (http://chicaodoispassos.blogspot.com/) :

Só dez unidades de 4ª série na capital paulista obtiveram nota considerada adequada. Dados do Saresp mostram que unidades de 6ª e 8ª séries também ficaram com desempenho abaixo da meta em português e matemática. (...) O governo José Serra (PSDB) mantém 580 escolas com quarta série na capital paulista; 632 têm sexta; 619, oitava; e 588, ensino médio.

Comentário do Luis Nassif:
Fica evidente a razão da ex-Secretária Maria Helena ter divulgado as escolas que ganharam o bônus, mas ter evitado divulgar os resultados absolutos. Provavelmente em 2010 o governo Serra será conhecido por grandes obras - Rodoanel, viadutos imensos - e fracasso em políticas sociais, educação, segurança e na gestão de empresas públicas (Nossa Caixa e Sabesp).

Violência em Escola Particular


Fazendo coro ao filme que assisti ontem (ver notas abaixo) o jornal O Tempo publica artigo sobre violência em escolas particulares de Minas Gerais. Divulga pesquisa realizada pelo Sindicato dos Professores de Minas Gerais, que ouviu 2.500 educadores em todo o estado, mostra que 41% dos entrevistados já sofreram algum tipo de agressão. A maior parte (27%) foi vítima de ameaças, assédio moral ou violência psicológica. Cerca de 5% denunciaram ter sofrido agressão física. A violência nas escolas particulares apresenta um agravante: os professores ficam calados, pois têm medo de serem demitidos e, em geral, não recebem apoio nem da direção das escolas, nem dos pais dos alunos.

Deu Merga em Boston!


A frase não é minha, mas do âncora do Bate-Bola da ESPN Brasil, João Carlos Albuquerque, assim que terminou a maratona de Boston, dez minutos atrás, cujo vencedor foi o etíope Deriba Mergan (na foto). Achei uma das melhores manchetes esportivas dos últimos tempos.

Ainda sobre "Entre os Muros da Escola"


Duas questões me vieram à cabeça após assistir o filme, ontem:
1) A questão do conflito multiracial é o tema forte. Para nós, brasileiros, é um pouco difícil entender o estranhamento que aparece no filme. Não que não tenhamos racismo no Brasil, mas ele se manifesta de outra maneira. O fato é que a França está colhendo os frutos da "colonização" de países como: República Melgaxe,Ilhas Camoras,Congo,Gabão,Camarões,República Centro Africana,Chade,Benin,Togo,Mali,Mauritânia,Guine-Coracri,Gâmbia,Senegal,Argélia,Marrocos,Ilha Reunion,Costa do Marfim,Burkina Faso,Niger,Tunisia,Djibuti,Madagascar,Ilhas Mauricio,Ilhas Seychelles. O islamismo já é a segunda religião na França. Esta questão não envolve apenas a França. O Reino Unido "colonizou" a Rodésia,Zimbábue,Zâmbia,Tanzânia,Lesoto,Malavi,Serra Leoa,África do Sul,Uganda,Quênia,Somália,Nigéria,Gana,Sudão,Namíbia e Botsuana. A Itália "envolveu" a Somália Italiana,Abissínia(Etiópia),Eritréia,Líbia; Portugal "colonizou" Moçambique,Angola,Guiné Portugal,Cabo Verde,São Tomé (em Lisboa, no Largo do Rocio, percebe-se claramente o desastre que foi tal neo-colonização para vários povos da África e as TVs portuguesas acusam o golpe com muitos documentários a respeito);

2) Há uma espécie de retorno ou valorização ao documentário, nos últimos anos. "Palavra Encantada" com flash da MPB em várias décadas é um exemplo. Entre Muros e alguns filmes recentes adotam um nítido estilo de documentário. Possivelmente, a realidade é mais chocante e estranha que a ficção consegue atingir, neste momento.

Entre Muros


Fui assistir Entre os Muros, filme baseado em livro homônimo de François Bégaudeau, em que relata sua experiência como professor de francês em uma escola de ensino médio na periferia parisiense, lugar de mistura étnica e social. , um microcosmo da França contemporânea. O filme é dirigido por Laurent Cantet. Em entrevista recente à Página 12, da Argentina, Cantet relata que já pensava em fazer o roteiro de um filme que se passa numa escola quando leu o livro de Bégaudeau. Ficou aterrorizado com a realidade que o livro descrevia. O que lhe chamou a atenção é o realismo ácido que não buscava apresentar soluções mágicas.
O filme é exatamente: um realismo ácido e cru. Parece um documentário. E o professor não consegue organizar uma aula. É impressionante e quem já deu aula sente na pele várias situações. Algo indispensável para quem quer entender como é impossível um professor ter mais de 3 ou 4 turmas para lecionar. E porque nosso país vem registrando dados crescentes de Síndrome de Burnout entre docentes.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Uma exceção de um corinthiano


Meu filho é saopaulino (onde terei errado?). E é jornalista. Escreveu uma crônica sobre o acidente que afastou Rogério Ceni da final do Paulistão e da Libertadores. Corujismo à parte, achei um belo texto e decidi socializar com o leitor deste blog:

"Um estalo em um insípido e insosso campo
Thiago Ricci

Quando começaria a tempestade de críticas e palpites sobre o desempenho e futuro do maior ídolo sãopaulino, eis que o destino pregou uma daquelas peças que só ele é capaz. Em um lance despretensioso de uma singela recreação ouviu-se um estalo. Estava naquele momento decretada a tristeza dos tricolores, dos amantes do futebol e dos odiadores da trupe do Morumbi. Afinal, qual graça tem vencer o pragmático esquadrão de Muricy sem ver a cara de decepção do arrogante guardarredes?
Ao mesmo tempo, uma reluzente sensação apareceu nos corações dos atuais tricampeões brasileiros. Um flash digno de apresentar a personagem linda, simpática e apaixonante do filme hoollywoodiano. Graças à tragédia reservada ao maior símbolo do time, que, por um capricho do perfeccionista roteirista, passava a pior fase da carreira, criou-se uma comoção vermelha, branca e preta.
Uma grande mistura de sentimentos, todos pró-Ceni. Bateu um aperto, que só é capaz ter quando algo muito querido – e não menos frequente no dia-a-dia – corre o risco de perder-se. Exemplos clássicos não são difíceis de relatar: a importância que só é percebida quando aquela namorada insuportável, o pai chato ou o chefe exigente e mal-humorado vai embora para sempre. A assustadora fratura também causou outra sensação.
O goleiro que carrega uma sobressalente pirâmide nasal estava cometendo constantes falhas – fato incomum na carreira. Mais do que isso, passava insegurança até ao mais distante sãopaulino. De repente, como um estalo, esse mesmo torcedor foi obrigado a fazer uma profunda reflexão, que certamente resultou a uma enorme carga sobre a consciência. Como ele foi capaz de culpar ou duvidar da capacidade do homem que levou ao Cícero Pompeu de Toledo dois Mundiais de Clubes, duas Copas Libertadores, duas Copas dos Campeões Mundiais, uma Supercopa da Libertadores da América, uma Recopa Sul-Americana, três Campeonatos Brasileiros, três Paulistas... Como? Ó torcedor injusto!
Tudo isso é muito bonito, tudo isso é muito belo. Mas a consequência mais nobre que a ruptura de uma estrutura de cálcio causou ainda não foi abordada nesta crônica. Por causa desse trágico e lindo desastre, milhares de tricolores paulistas acordaram de um insolente cochilo, causado por anos de frequentes e sem graça conquistas. Não, este que vos escreve não está menosprezando títulos nacionais e muito menos está louco. Mas alguns fatores, analisados com frieza alemã, levam a essa extraordinária conclusão.
Primeiro, a forma como os troféus foram abocanhados. Apesar de justa e inquestionável, a fórmula de pontos corridos propicia que se conheça um campeão com várias rodadas de antecedência. Fato repetido em 2006 e 2007 – exceção feita ano passado. Além disso, o esquema criado por Muricy, quase incapaz de sofrer revés, é um mar sem ondas, artificial. Se existe a segurança de não sofrer gols inesperados, é perturbadora a certeza da falta de magia em campo.
Além disso, o mundo do futebol brasileiro não está acostumado a grandes hegemonias. Mal comparando, é como se a Faixa de Gaza amanhecesse em uma calma digna de uma manhã fria de Campos de Jordão. Que graça têm as discussões quando um sãopaulino está incluído nela?
Intimidado pela chegada do Ronaldo e pelo fortalecimento dos rivais, o São Paulo pode, enfim, voltar a se gabar da firme presença na mídia. O departamento de marketing, até há pouco limitado a criar camisas extravagantes, pode retornar a fazer belas iniciativas – no domingo já haverá distribuição de 60 mil faixas semelhantes à usada pelo ferido capitão e os jogadores entrarão em campo com a camisa 1. Até atacante esquecido no Japão voltou aos jornais.
Pena constatar que, mais uma vez, o homem precisa receber um grande susto para dar importância às riquezas da vida. Nos resta torcer que o meioambiente ache alguma alternativa mais branda do que a prevista no filme Fim dos Tempos, de M. Night Shyamalan."

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Pesquisa SINESP


O sindicato de especialistas (incluindo diretores) das escolas municipais de São Paulo, SINESP, acaba de tabular dados de uma pesquisa que envolveu sua base sindical. São especialistas e dirigentes da enorme rede de ensino da maior cidade do país. Adianto alguns dados:
1) 30,3%das escolas apresentam atos de violência contra o trabalhador em seu local de trabalho. Capela do Socorro, Butantã e Freguesia/Brasilândia são as regiões que apresentam maior índice de situações de violência;
2) 59,5% dos entrevistados consideram que os recursos humanos não são suficientes para atender crianças e jovens. São Mateus e Capela do Socorro apresentam as maiores críticas;
3) 40% e 19% consideram, respectivamente, os critérios de avaliação de desempenho regulares ou ruins;
4) 54,4% consideram que o atendimento dos órgãos intermediários da Secretaria Municipal de Educação é ineficiente.

Por aí já se tem uma noção de como os gestores políticos da educação se descolam cada vez mais dos gestores de carreira da educação pública.

Revolução nos vestibulares


Estou realmente perplexo do país começar a tocar neste verdadeiro mito que é o vestibular. A movimentação, após a dura crítica e nova orientação do ministro Fernando Haddad, é imensa entre as universidades públicas e privadas.
Nem todos caminham na mesma direção. O Conselho de Graduação da USP aprovou na tarde desta quinta-feira mudanças na Fuvest 2010, alterando a segunda fase e transformando a primeira em eliminatória. A segunda fase do vestibular vai avaliar todas as matérias do ensino médio. Até a Fuvest 2009, só disciplinas relacionadas ao curso pretendido eram alvo de exames. É, ainda, uma linha conservadora, mas começa a ter algum sentido pedagógico. A principal mudança, contudo, é que a USP pretende incluir questões contextualizadas na segunda fase, que abarquem conhecimentos de mais de uma disciplina - as chamadas perguntas interdisciplinares. Aí se aproxima do ENEM.
A PUC-Minas adotou o ENEM como seleção para o próximo processo seletivo. As universidades particulares de Minas Gerais, inclusive, decidiram unificar seus vestibulares.
Até agora a nota desafinada vem da UFRGS, que não aceitou mudar seu vestibular.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O terror no recreio/intervalo de aulas


Desde o ano passado iniciei uma campanha pela reconstrução do projeto de recreio (ou intervalo) de aulas nas escolas de ensino fundamental. Todos sabemos a tortura e humilhações que muitos alunos sofrem ao serem "despejados" nos pátios onde ocorrem os intervalos. Este é o momento em que ocorrem, também, as manifestações de solidariedade e paixão, tribos, "ficantes" e namorados. A escola Independência, em Sarandi (PR), decidiu diminuir alguns minutos de cada aula para ampliar o tempo de recreio e instalar projetos lúdicos e pedagógicos (oficinas) que passam a acompanhar e estimular iniciativas grupais dos alunos.
Agora temos uma pesquisa importante que embasa estas iniciativas. Segundo pesquisa do PNUD, ainda em fase de desenvolvimento, estudantes brasileiros têm medo da hora do recreio. Isso porque o intervalo deixou de ser um momento de lazer e deu espaço à violência, à intimidação e ao bullyng (atitudes agressivas, intencionais e repetidas praticadas por um estudante contra outro).
Em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, onde estive ontem para dar uma palestra sobre sistema de ciclos para professores da rede municipal, discutimos justamente as peculiaridades das ações entre adolescentes.
Depois do enfrentamento do vestibular, acredito que esta seja um tema imporante para "aggiornamento" de nossas escolas públicas.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Ainda sobre John Lennon


A biografia escrita por Philip Norman (ver nota abaixo) traça um perfil de John Lennon que aproxima algumas de suas reações às dos punk. Embora tivesse muito humor (ele admirava e chegava a copiar o programa de rádio "Goons", que lançou comediantes como Peter Sellers) e fosse um personagem bem complexo, há situações de extrema violência gratuita. Este é o caso da surra que deu em Bob Wooler por ter feito referências ao seu "caso" com o seu empresário, Brian Epstein, justo no aniversário de 21 anos de Paul. Também é surpreendente a forma como "comemorou" sua última apresentação em Hamburgo, roubando talheres e atirando facas na platéia. O livro é muito simpático à Lennon, mas revela algumas situações muito constrangedoras. A pior teria sido a surra à pontapés que teria dado em seu grande amigo Stu Sutcliffe, que teria causado sua morte.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

FGV: Classes A,B e C sentem mais a crise no Brasil


As classes A, B e C foram as que mais sofreram com os reflexos da crise no Brasil nos primeiros dois meses do ano. De acordo com levantamento divulgado hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), entre setembro e dezembro do ano passado a chance de decadência de integrantes dessas classes para as D e E era de 2%, risco que saltou para 12% entre janeiro e fevereiro de 2009. A probabilidade de migração para baixo foi ainda maior para os indivíduos das classes A, B e C ocupados no setor financeiro. De acordo com a pesquisa - que usa como base os dados da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE - entre setembro e dezembro de 2008 a chance era de 9% de queda. Já no primeiro bimestre de 2009, o risco atingia 13,5%. Movimento similar foi observado para os empregados da indústria, que viram suas chances de decadência aumentar de 2,7% para 4,1% em iguais períodos.
A crise pegou os indivíduos mais qualificados.

Não aposte com Maria Conceição Tavares


No ano passado, Lula esteve reunido com intelectuais, em São Paulo. Cheguei a postar uma nota neste blog a respeito. Quando Lula disse que dava a palavra que faria a reforma tributária no final do ano, Maria Conceição Tavares gritou: "duvido". Lula teria encarado a economista por alguns segundos. Bem... estamos em abril e....

Causos de prefeitos do interior (2)


Tem ainda o caso de um outro prefeito de cidadezinha do interior que participou de uma reunião com Aécio Neves com uma associação de municípios e não se conteve: subiu na mesa de reunião e gritou: "Aécio Presidenteeee". Lá no fundo, outra voz disse: "Aécio Senadooor".
Pode?

Causos de prefeitos do interior


Soube, hoje, que um pequeno município de Minas Gerais, que vive do repasse do FPM, com pouco mais de 10 mil habitantes, elegeu um prefeito tão inovador que acaba de criar uma Secretaria de Relações Internacionais. Não é bonito e moderno?

Ainda sobre a unificação do vestibular das federais

Os dois pró-reitores com quem conversei (ver nota abaixo) tinham apenas uma observação: estavam preocupados por sua universidade, de caráter regional, ser obrigada a acolher uma avalanche de candidatos de outras regiões, descaracterizando o projeto estratégico local.

O ENEM e o ministro

Parece que a história do ENEM como unificação dos vestibulares é prá valer. Conversei, hoje, com dois pró-reitores de universidade federal e eles disseram que o ministro garantiu dobrar o auxílio estundante para as universidades que aprovarem sua proposta.

terça-feira, 7 de abril de 2009

John Lennon, o livro


Já que citei na nota anterior, aí vai a capa do livro. Umas 800 páginas e ainda estou no começo. Mas o começo é bem interessante. Começa citando a viagem de John Lennon para os EUA, no final do século XIX. Pouco depois, ficamos sabendo que se tratava do avô do personagem mais conhecido e que tinha o mesmo nome do neto.

Praça de John Lennon em Praga


Estou lendo a biografia de John Lennon, escrita por Philip Norman. Ao ver o livro, Lucas Santos, da equipe do Instituto Cultiva, descreveu um muro em homenagem à John Lennon que ele visitou em Praga (ver foto). Durante a Primavera de Praga, jovens se encontravam nesta viela e escreviam nos muros várias letras de músicas escritas por Lennon. Eram invariavelmente presos. Mas resistiram. O muro e a viela ainda estão lá.

domingo, 5 de abril de 2009

3 Macacos, o filme


Fui assistir "3 Macacos", produção turca-francesa-italiana, vencedora de melhor direção no Festival de Cannes de 2008. Gostei muito. Parecia, até o final, uma tragédia familiar universal. O final é um pouco moralista e dá uma derrapada nesta hipótese, mas mesmo assim é muito interessante, com poucas falas, um ângulo de imagem que parece sempre estar “falando na terceira pessoa”. Aí fui ver algumas críticas ao filme (depois de assistir). Eu não consigo entender se o filme que os críticos viram foi o mesmo que assisti. E esta incoerência não é rara. Fico achando que minha leitura é muito rebaixada, de espectador mediano. As imagens, belíssimas (principalmente a chuva no final) são assim descritas numa das críticas que li:
“O trivial era bem feito (interpretações bastante corretas, bom domínio de cena), embora as imagens de cartão postal (com filtro de plástico) que o filme oferece em abundância encham um pouco a paciência.” Enchem a paciência?

Outra crítica destaca o seguinte:
“O tema da incomunicabilidade em família encontra boa tradução no drama 3 Macacos (...) Há um rigor visual e um encaminhamento quase devastador de roteiro”

Sinceramente, a incomunicabilidade me pareceu o tema mais secundário de todos neste filme. Mas ao menos destaca a fotografia e roteiro.

Definitivamente, não nasci para ser crítico de cinema. O filme vale a pena.

A entrevista de Dilma Rousseff na Folha de hoje


Meu estômago embrulhou ao ler a entrevista da ministra Dilma Rousseff na Folha de S.Paulo de hoje. Imagino o sofrimento e tensão durante a entrevista. Quem não passou pelo regime militar, ou não se arriscou lutando contra a ditadura, dificilmente entende o que é isto. As fantasias da extrema direita eram imensas. Achavam que qualquer pessoa com algum pensamento democrático era guerrilheiro. É verdade que havia muita gente de direita com bom senso. Mas a maioria do pessoal de direita era absolutamente paranóico. Imagine para o caso de uma pessoa efetivamente clandestina e envolvida com grupos guerrilheiros, como a ministra?
Eu não entro no mérito ou objetivos da entrevista. Não farei campanha para qualquer candidato à Presidência da República. Minha questão, neste comentário, é o dilema pessoal. O tempo todo, como que assistindo à um filme, me projetei na "telona" da entrevista. Imagino a tensão de entregar o nome de algum ex-militante clandestino, que hoje tem uma vida pacata e está com sua família? Ela se expõe publicamente como ministra, mas e os outros, com quem conviveu, que desistiram totalmente de qualquer ação pública? E como garantir ao entrevistado e leitor que não tem mais nenhum vínculo com o projeto da juventude? Deve ter sido muito pesado, embora ela transpareça que é realmente uma dama de ferro.
Eu já havia recebido, por email, a ficha que a Folha publica na página A10. Deletei no ato. Sei que é um documento da história de nosso país. Mas confesso que fico repugnado ao remoer esta tragédia pessoal.
Ver a entrevista aqui

sábado, 4 de abril de 2009

Estudantes mexicanos rechaçam o PISA


Recebo o seguinte informe do Comité Estudiantil Mexicano en Defensa la Educación Publica de la Coalición Trinacional a respeito da prova do PISA que seria aplicada no dia 24 de março:

"Rechazo estudiantil a la aplicación de la Prueba PISA

Hoy se llevará a cabo otro embate en contra de la educación pública, orquestada desde la OCDE, se aplicará a miles de estudiantes de 15 años de edad un examen estandarizado (prueba PISA, Programa para la Evaluación Internacional de los Estudiantes) que buscará, según este organismo, “monitorear los resultados de los sistemas educativos, en términos de qué es lo que aprenden los estudiantes, según un estándar internacional” Sin embargo cabria preguntarse, cuál es el verdadero objetivo de un examen que no toma en cuenta las condiciones especificas de nuestro país para su evaluación, ¿será entonces que la prueba PISA, es un manera de privatizar la educación? Ya que el gobierno federal destina presupuesto de la educación para pagar el “derecho” a aplicar éstas pruebas, para gestionar su aplicación y de dotar de recursos técnicos para su realización. Esto se traduce en menores recursos destinados al fortalecimiento del proceso de enseñanza aprendizaje. Por lo que, resulta incoherente que se gasten recursos en la aplicación de la prueba y nos sea mayor presupuesto a mejorar el nivel educativo, ¿será entonces que se repetirá la historia de las instituciones publicas? las cuales se tachaban de ineficientes para que el discurso del la iniciativa privada cobrara vida y así legitimar su privatización. Los estudiantes nos pronunciamos en contra de estas pruebas porque legitima la exclusión social, con la idea de que los alumnos son responsables (únicos) del resultado de su examen y no reconocen ningún proceso de desempeño y realidad educativa. Además enfrentan a estudiantes con realidades y condiciones materiales distintas a una prueba uniformadora. Es decir, se desconoce las diferencias culturales, étnicas, de género y sociales de las regiones.
Bajo este contexto consideramos que la aplicación de esquemas de evaluación, como lo
son la prueba Pisa, establece una forma de enseñar determinada por la memorización y un pragmatismo alejado de los principios y valores educativos.
Por lo cual nos pronunciamos en contra de esta evaluación y exhortamos a la sociedad, en general, y al conjunto de fuerzas sociales para continuar haciendo nuevas lecturas de la realidad educativa y definir estrategias conjuntas en defensa de la educación pública de calidad."

Correções a respeito do levantamento do jornal O Tempo


Thiago Camargo, o "bruxo" (dificilmente ele erra análise de tendências políticas e econômicas, daí o apelido de reconhecimento), envia email corrigindo algumas observações sobre a análise do gasto do governo federal publicada na edição de hoje do jornal O Tempo (ver nota abaixo):
"a) Liberação de compulsório não é gasto efetivo. è aumento da base monetária;
b) Swap cambial troca-se dólares por reais. O valor gasto depende do resultado, que pode ser positivo ou negativo, a depender da volatilidade do câmbio. Pode até dar lucro e em geral está dando lucro ao BC (mas já deu um bom prejuízo anteriormente e pode voltar a dar agora);
c) Não saiu um centavo do pacote habitacional anunciado. Sairá aos poucos e parte é crédito, parte é subsídio (dlluído em vários anos);
d) O que houve até agora foi aumento do investimento, aumento das despesas, aumento dos investimentos sociais (salário mínimo e base do bolsa-família), desonerações fiscais e crédito para empresas e bancos (que pode ter custo em caso de inadimplemento ou juros subsídiados);
e) O superátivit caiu 84%, parte por conta da queda na arrecação e parte por conta do aumento dos gastos (houve aumento de 20% dos gastos pelo governo).

Acredito que o gasto maior deve ser algo ao redor de 4% do PIB. Boa parte já previsto antes da crise. Ou seja nada perto dos 475 bi anunciados. Não temos isso para gastar".

Enquete sobre candidatura de Aécio Neves


A enquete que postei neste blog (no alto, à direita), neste momento, registra 50% de votantes que acreditam que o governador Aécio Neves será candidato à Senador. Os outros 50% dividem-se entre "ser candidato à Presidente pelo PSDB" e "ser candidato à Presidente por outro partido".

Já gastamos 475 billhões de reais para combater a crise


O jornal O Tempo publica em sua edição de hoje, levantamento do custo das medidas tomadas pelo governo brasileiro (mudança na regra do compulsório bancário, leilões de dólar, adiamento do recolhimento de PIS e Cofins, pacote habitacional, redução de IPI, entre outras) para combater a crise. Totalizou 475 bilhões de reais (17% do PIB). Os EUA desembolsaram 1/3 do PIB. É verdade que parte desses recursos voltarão aos cofres do governo federal e parte é investimento social. A redução do IPI causou impacto superior a 10,5 bilhões de reais (redução de dezembro e prorrogação para junho). As medidas relativas ao compulsória, leilão de dólar e linha de troca de moeda com o FED (banco central dos EUA) totalizaram 284 bilhões de reais.

10 bilhões de nossas reservas para o FMI


O valor do empréstimo do Brasil ao FMI será de 10 bilhões de dólares (5% das nossas reservas cambiais, que estão em 202 bilhões de dólares). Trata-se do dobra da participação do Brasil no Fundo. O ministro Celso Amorim já havia cogitado, no mês passado, esta hipótese de pagar uma cota maior ao FMI para ampliar o seu poder de decisão na instituição. Lula deu trato à bola para parecer desprendimento político. O ministro, contudo, já havia dito que havia ainda outro interesse em jogo: a mudança na estrutura de votação do FMI.
Cada país membro detém no FMI uma cota a ser determinada com base em seus indicadores econômicos, entre eles o PIB. Quanto maior a contribuição ao FMI, maior é o peso do voto nas decisões. Há uma revisão geral das cotas a cada cinco anos. O Fundo pode propor um aumento nas cotas de determinado país, mas é necessária a aprovação por 85 % dos votos para qualquer modificação. Cada país pode sacar 25 % de sua cota correspondente. Acima deste percentual, é preciso assinar um termo (carta de intenções, atrelada geralmente a um memorando técnico de entendimento) onde se compromete a reduzir o déficit fiscal e promover a estabilização monetária.
Os 10 principais países-cotistas são: EUA (17%), Japão (6,2%), Alemanha (6,1%), Reino Unido (5%), França (5%), Itália (3,3%), Arábia Saudita (3,2%), China (2,9%), Canadá (2,9%) e Rússia (2,7%). O Brasil é o 17o cotista.
No dia 28 de abril do ano passado, a Junta de Governadores do FMI deu maiores poderes aos países em desenvolvimento (54 dos 185 membros). O Brasil teve seu poder de voto aumentado de 1,4% para 1,7%, ficando em 15o lugar no ranking (de poder de voto entre países-membros).

Homenagem à Raúl Alfonsin


Do Foro Latinoamericano de Políticas Educativas (FLAPE):
"La región entera está de duelo. Ayer, 31 de Marzo, murió a los 82 años Raúl Alfonsín, primer presidente electo luego del período dictatorial 1976-1983. Su deceso fue lamentado por jefes de Estado extranjeros y todo el arco político local y convocó a miles de argentinos a una despedida oficial en el Congreso de la Nación.
El ex presidente argentino era un emblema por su trayectoria democrática. Su gobierno estuvo desde el principio condicionado por el restablecimiento institucional y cargado de tensiones, enfrentó 14 huelgas generales, 3 sublevaciones militares y el primero de los dos atentados que sufrió en su vida. Aún así su gestión estuvo llena de hitos fundantes para la historia del país: el juicio a las juntas militares; el tratado de paz con Chile; la ley de divorcio vincular que marcó claramente la separación de Iglesia y Estado; el intento fallido de reorganización del poder sindical; el impulso definitivo a la creación del MERCOSUR; la patria potestad compartida, entre otros.
En el ámbito educativo, su mandato dio lugar al segundo Congreso Pedagógico Nacional convocado en el año 1984, un siglo después de la realización del primero en 1882. Este consistió en un llamado a diversos actores sociales para debatir a nivel nacional el modelo educativo, la situación de la educación, sus desafíos y posibles soluciones. Una iniciativa especialmente interesante considerando que en los primeros años de la democracia no resultaba sencillo reinstalar instancias de intervención y cooperación sostenidas. El "estado de debate" se extendió finalmente hasta principios de 1988, y culminó con la realización de la Asamblea Pedagógica en Córdoba, de la que participaron aproximadamente unos 300 delegados de todo el país.
Muchos todavía recuerdan su contundente: "En la democracia no sólo se vota; en la democracia se come; en la democracia se educa; en la democracia se cura", pronunciada en la campaña electoral de 1983. Hoy este lema se repite entre nosotros como una enseñanza y como un camino."

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Sobre o Movimento de Resistência dos Conselheiros do OP-SP


Recebo nota do Movimento de Resistência dos Conselheiros do OP-SP em que se informa:
1)No último dia 31/03 o Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, entregou à Câmara Municipal seu Programa de Metas denominado AGENDA 2012 e iniciam articulação para fiscalizar as ações para observação das metas, junto com o movimento Nossa São Paulo;
2)No dia 01/04 os representantes das regiões na executiva deste Movimento receberam na Câmara Municipal o ex-coordenador de Relações internacionais do OP de São Paulo (2001-2004) o Professor e Sociólogo Geraldo Campos;
3)Para minha alegria, na nota do Movimento recomenda e incentiva a leitura e acesso ao site do Instituto Cultiva “com seu rico e incomparável acervo”;
4)Demonstrando vitalidade e resistência política, informa que recebeu a visita do defensor da proposta do Orçamento Participativo na Noruega o pesquisador EIMAR BRAATHEN

O Movimento de Resistência dos Conselheiros do OP-SP é interessante porque sobrevive a partir de suas próprias forças. Trata-se realmente de um movimento e não uma organização como tantos outros movimentos sociais se transformaram. Algo muito interessante que mereceria maior acompanhamento e estudo.

O empréstimo tupiniquim para o FMI


Sentimentos contraditórios disputam a minha interpretação sobre a afirmação de Lula que o Brasil está pronto para emprestar ao FMI (no rateio que dará origem ao 1 trilhào de dólares injetados no FMI pelo G-20). De um lado, fico preocupado ao saber que cortamos recursos para a área social (contingenciamento do orçamento federal) e temos uma queda brutal do FPM, que atinge duramente a vida dos municípios mais pobres do Brasil. Por outro, trata-se de uma postura solidária, de liderança mundial, que sempre faltou ao nosso país. Sendo a 7a potência mundial (ou 10a, segundo os dois cálculos elaborados pelo Banco Mundial), temos a obrigação de auxiliar países mais pobres, como já ocorreu conosco quando auxiliados por países europeus por tanto tempo (através de projetos de cooperação internacional). Tendo a ficar com a segunda posição, mas continuo incomodado.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Balzac e o Poder


Do último boletim Migalhas:

"Todo poder é uma conspiração permanente"
Honoré de Balzac (1799-1850)

Município sem o PAR não receberá verba do MEC


Desde o início deste ano, prefeitos e secretários de educação do país foram informados que só receberão recursos do Governo Federal para investir em formação de professores, construção de escolas e renovação da frota para transporte escolar se tiverem elaborado seu Plano de Ações Articuladas (PAR). Trata-se de diagnóstico sobre a educação de cada cidade. A verba não tem ligação com recursos considerados obrigatórios pelo MEC para pagar os salários dos profissionais e o combustível dos ônibus escolares. As despesas básicas estão garantidas. Sem a entrega do PAR ao MEC, a transferência voluntária de valores não pode ocorrer. Segundo a Undime, 444 municípios mineiros ainda não entregaram o plano. Os prefeitos assinaram o termo de adesão ao PAR em dezembro de 2007 e, mesmo assim, muitos municípios não enviaram o plano pela internet.