sábado, 4 de abril de 2009

10 bilhões de nossas reservas para o FMI


O valor do empréstimo do Brasil ao FMI será de 10 bilhões de dólares (5% das nossas reservas cambiais, que estão em 202 bilhões de dólares). Trata-se do dobra da participação do Brasil no Fundo. O ministro Celso Amorim já havia cogitado, no mês passado, esta hipótese de pagar uma cota maior ao FMI para ampliar o seu poder de decisão na instituição. Lula deu trato à bola para parecer desprendimento político. O ministro, contudo, já havia dito que havia ainda outro interesse em jogo: a mudança na estrutura de votação do FMI.
Cada país membro detém no FMI uma cota a ser determinada com base em seus indicadores econômicos, entre eles o PIB. Quanto maior a contribuição ao FMI, maior é o peso do voto nas decisões. Há uma revisão geral das cotas a cada cinco anos. O Fundo pode propor um aumento nas cotas de determinado país, mas é necessária a aprovação por 85 % dos votos para qualquer modificação. Cada país pode sacar 25 % de sua cota correspondente. Acima deste percentual, é preciso assinar um termo (carta de intenções, atrelada geralmente a um memorando técnico de entendimento) onde se compromete a reduzir o déficit fiscal e promover a estabilização monetária.
Os 10 principais países-cotistas são: EUA (17%), Japão (6,2%), Alemanha (6,1%), Reino Unido (5%), França (5%), Itália (3,3%), Arábia Saudita (3,2%), China (2,9%), Canadá (2,9%) e Rússia (2,7%). O Brasil é o 17o cotista.
No dia 28 de abril do ano passado, a Junta de Governadores do FMI deu maiores poderes aos países em desenvolvimento (54 dos 185 membros). O Brasil teve seu poder de voto aumentado de 1,4% para 1,7%, ficando em 15o lugar no ranking (de poder de voto entre países-membros).

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