Não sei se algum dia deixou de pressionar. Mas o PMDB possui um timing que a pressão aumenta de tempos em tempos. Aumenta sempre que percebe alguma insegurança ou momento desfavorável para o governo lulista. Foi assim com Lula e está sendo agora com Dilma. Como se trata de um partido peculiar, quase uma federação de representações regionais, sempre haverá argumento concreto para sustentar a ameaça (ou blefe, dependendo do momento). Agora, a ameça vem do RJ, RS, MS, PE, RO e BA. Nestes Estados, o PMDB e suas lideranças locais agitam o cenário político e afirmam que a aliança com Dilma para 2014 não está garantida. Logo vem o outro lado, que também procura pegar seu lugar na fila, e sugere que a aliança está mais que garantida.
Ocorre que o peemedebismo é assim mesmo. Percebeu, desde os anos 1990, que não seu trunfo é sua debilidade. Não tem como eleger um Presidente, mas tem como dirigir o país. Basta continuar sendo o fiel da balança do sistema partidário, aquele partido "omnibus". Ali, cabem meio esquerdista aos meio direitistas (sempre quase, como convém a um partido elástico, que nunca se rompe). Um partido que, na média, se apresenta como centro, embora não seja exatamente isto porque não se trata de média, mas de mediana.
O PMDB se move como uma marcação por zona, onde a liderança da marcação fica por conta daquele que faz o primeiro combate, em função da região que o adversário ataca. Forma-se um leque, que altera o líder ou pivô de acordo com o movimento do adversário.
Já disseram que quem governa o país é o PMDB (já disseram isto, tempos atrás, do PFL). Parece simplista, mas tem algum sentido. Se não governa exatamente o país, cria tensões que fazem o governo se movimentar, repensar seus rumos, reagrupar e negociar.
O PMDB é isto. Um partido popular porque é tão esquizofrênico quanto qualquer brasileiro em relação à política.
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