Contagem e Betim são as duas principais cidades - depois da capital mineira - mais importantes da Grande BH. Mas quem passa pelas duas, imagina que Contagem vive as eleições e que Betim está em outro mundo. Bandeiras, cabos eleitorais nas esquinas, cavaletes, é perceptível em Contagem a disputa em aquecimento. Em Betim, ao contrário, nada se vê, nada se percebe. É verdade que Betim possui uma cultura mais interiorana, a despeito de sua pujança econômica e populacional. Tempos atrás, quando eu coordenava um instituto de pesquisa da PUC-Minas, ao montarmos os critérios para medir o custo da cesta básica na região metropolitana, percebemos que o consumo em Betim era o que mais se aproximava do interior mineiro, o mais desigual da região. Mesmo assim, há algo de estranho e as liderança sociais de Betim me confessam que não estão entendendo os motivos da prefeita petista fazer uma quase anti-campanha.
Esta sensação perpassa várias campanhas na região sudeste.
Todos coordenadores de campanha com quem conversei afirmam que os financiamentos estão minguados. Vários optam por jogar tudo em setembro. Mas é um erro grosseiro porque setembro é utilizado para o recall, para o reforço de imagem e tempo de televisão. Agosto é momento de visibilidade e enraizamento, com visitas nos bairros, com mapeamento do voto cativo, com exposição da imagem do candidato, o que faz cair em muito o custo de campanha. Principalmente em candidaturas de base territorial, candidatos a vereador ou nos casos de cidades menores. Em grandes centros e capitais, a TV conta mais. Mas mesmo assim, é a rede territorial montada que dá repercussão e interpretação ao que se assiste no dia anterior.
Enfim, este ano as campanhas estão desiguais. E muito estranhas.
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