sábado, 18 de agosto de 2012

Popularidade de Dilma em queda?


O blog de Fernando Rodrigues lançou a hipótese de queda da popularidade de Dilma Rousseff nas capitais brasileiras. O internauta que visita este blog sabe que sustento que o substrato da popularidade (e legitimidade) do governo Dilma é o consumo. Neste caso, Rodrigues indica que, embora os índices de popularidade geral do governo estejam muito altos, as capitais já manifestariam contrariedade, fruto da inflação em alta e queda de produtividade.
Há, entretanto, algumas ponderações a serem feitas:
a) A tabela que ilustra esta nota (produzida por Rodrigues), indica estabilidade do índice de ótimo em São Paulo e Rio de Janeiro. Em Recife e Curitiba, a queda de ótimo estaria dentro da margem de erro. A mudança mais considerável está no índice do item "bom". Mas, neste caso, é Curitiba que inspira maior atenção;
b) A taxa de desemprego no Brasil, contudo, caiu para 5,8% (IBGE, maio). O rendimento médio caiu apenas 0,1% em relação ao mês anterior, mas subiu 4,9% em relação a maio de 2011;
c) Curitiba é a capital brasileira com menor taxa de desemprego: 4,5%, com rendimento médio de 1.800 reais, crescimento de 0,9% em relação ao mesmo mês em 2011;
d) Em relação à inflação, o IPC-S regrediu no Rio de Janeiro e Belo Horizonte (entre a primeira e a segunda prévia de agosto), embora na primeira semana todas capitais registraram aumento do índice (entre 0,3% e 0,4%);
e) Contudo, o custo da cesta básica subiu consideravelmente em julho (segundo o DIEES): 8,4% em Belo Horizonte, por exemplo. Mas Curitiba não figura entre as maiores altas.

Enfim, se minha tese está correta, não há, ainda, condições para afirmarmos que a popularidade de Dilma Rousseff esteja sob risco. É possível, contudo, que tenhamos ondas de insatisfação em relação ao período de bonança anterior. Mas arriscaria afirmar que se trata de questões conjunturais, como greves do funcionalismo público e disputas eleitorais (que, invariavelmente, estimulam candidatos oposicionistas a elevarem o tom contra o governo federal) que atropelam o namoro da população com gestão Dilma. Arriscaria, ainda, a sugerir que neste ano o governo Dilma é comparado com seu primeiro ano, quando a população descobriu que a Presidente era mais rigorosa e dura que seu antecessor.
A hipótese de Rodrigues é boa, mas merece alguma cautela neste momento.



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