Gaudêncio Torquato sustenta que haverá algum impacto nos grandes centros urbanos, mas na maioria absoluta do país (90% dos municípios) o impacto será nulo. Voto com o relator. Há vários obstáculos para que este tema chegue a afetar a vida do homem simples (conceito desenvolvido por José de Souza Martins num livro muito interessante).
O primeiro obstáculo é que a corrupção não chega aos corações e mentes dos brasileiros. Pesquisa realizada anos atrás pelo IBOPE revelou que 75% dos brasileiros afirmam que desviariam dinheiro público se fossem governo.
O segundo obstáculo é que envolve direta ou indiretamente a figura paternal de Lula.
O terceiro é a demora e os termos técnicos.
E, diria, que para parte da população bem informada, a maneira como a grande imprensa está fazendo julgamento antecipado acaba por jogar água no moinho da desconfiança. Os editores de hoje são pouco hábeis e não conseguem pensar com empatia, mas a partir de sua convicção pessoal.
De qualquer maneira, volto à velha máxima: política não é fato, mas versão. Em outras palavras, é a repercussão ou interpretação disseminada país afora que criará ou não a onda concêntrica da formação de opinião. Há poucos dias das eleições municipais.
Em poucas palavras, acho quase impossível que este julgamento seja realmente histórico e que altere os esquemas políticos entremeados nas entranhas das instituições políticas brasileiras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário