Chamada de capa, uma página inteira (A4) dedicada ao tema. Como não tenho nenhum apreço pelo estilo de Zé Dirceu, li com atenção a matéria. E acabei a leitura sem entender bem o que o Estadão programou. Evidentemente, pensou em criar algum fato importante às vésperas do voto dos ministros do STF. Mas a matéria foi descuidada. O relato de suas ações políticas como ministro revelam a rotina de uma pasta eminentemente política. Não teria sido nada distinto do que Serjão, na gestão FHC, teria feito. Acessar gravações de encontros de assessor da Casa Civil antes do Ministro da Justiça é algo pueril. Seria estranho tratar um governo - instância política - como estrutura rígida de matrizes gerenciais, como se cada ministério fora uma estrutura própria de poder. Os ministros, vale registrar, são delegados do mandatário, no caso, do Presidente da República. Negociar cargos para composição do governo é algo mais que divulgado e faz parte da lógica política de uma gestão pública. Foi noticiado na gestão Collor e Itamar, por exemplo.
Há ilações que fogem do que se espera de uma cobertura jornalística. Por exemplo: afirmar que somente depois que gravações passaram pelo crivo de Zé Dirceu é que foram remetidas ao Ministro da Justiça beira a intriga de comadres. De onde vem a comprovação do que a matéria sugere ser um boicote ou controle de uma pasta sobre a outra?
Eu realmente não consigo entender este desespero - e certo despreparo - de alguns editores de política da grande imprensa brasileira. Assim, o jornalismo caminha aceleradamente para ser imagem e semelhança do jogo político que, ao menos aparentemente, deseja criticar.
Para um bom leitor, fica a impressão que não há nada de concreto, de fato, que prove deslize do ex-ministro da Casa Civil.
Um comentário:
poizé, esquadrinham a vida do Zé Dirceu e não encontram nada. Já a comparação com o Serjão é ofensiva,os relatos da sua ação enquando ministro do FHC o enquadram em vários crimes.
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