A grande imprensa está dando um show de futurologia feita com bola de cristal trincada. Feito barata tonta, chegou a dizer "agora vai", imaginando que o ministro Lewandowski votaria com o ministro Barbosa, após o voto de ontem. Antes, tinham dito que ele seria o contraponto ao relator do julgamento do mensalão. Aí, o revisor vota pela absolvição do deputado federal João Paulo Cunha, do PT-SP (ao qual era imputado o crime de corrupção passiva e peculato).
Afinal, por qual motivo a imprensa erra tanto nos seus prognósticos?
Porque o ministro Lewandowski não está acompanhando uma narrativa que cria nexos causais entre todas acusações. Está julgando dentro dos autos. Trata-se do tão propalado julgamento com base técnica.
Sem dúvida, é o voto mais interessante de se ouvir, técnico, minucioso. Isto é que se denomina de garantismo, a primazia do direito e a condenação com base em provas sólidas.
A grande imprensa trata o julgamento pela batuta dos que defendem os acusados: pela política de confrontação de dois lados.
O que o ministro Lewandowski demonstra é que julgamento na Suprema Corte não pode se pautar por esta gincana. Ela se pauta pelo direito. Estou realmente muito bem impressionado pela performance deste ministro. Técnico, sério, que prima pela competência e rigor. Pode dar de tudo. Justamente porque não se trata de torcida, mas de direito.
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