Sindicalistas viram candidatos
Movimentos de greve e luta por melhores condições moldam o caminho
FOTO: CHARLES SILVA DUARTE - 3.10.2011
Muitas carreiras políticas começam dentro de um sindicato. Com grande poder de representação, estas agremiações em todo o Estado acabam sendo o primeiro degrau para as candidaturas a vereador. A entrada na política é impulsionada pelas próprias entidades de classe, que anseiam cada vez mais por representantes no Legislativo.
O professor do ensino médio em Alfenas, região Sul de Minas, e afiliado ao Sindicato dos Trabalhadores Únicos em Educação de Minas Gerais Alexandre Flausino participou, no ano passado, da greve dos professores da rede estadual, que durou mais de 100 dias. A paralisação influenciou uma decisão importante.
"Eu tinha vontade de me candidatar, mas a greve me deu mais empolgação. Muitas pessoas do sindicato pediam para que eu me lançasse, e, este ano, resolvi sair candidato a vereador pelo PT. Na Câmara da cidade não tem ninguém que represente nossa classe", justificou.
Outro candidato a vereador de primeira viagem que também tenta representar a sua classe concorre na capital. Júlio Rodoviário (PCdoB), que fazia parte da direção do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte (STTR-BH), rechaça a ideia de trampolim para o poder público, mas admite que o sindicato ajuda na campanha.
"Estou me candidatando por indignação. São 23 anos que nossa categoria é subjugada. A Câmara nunca fez nada pela gente. O sindicato comprou a ideia e está me ajudando muito".
Também em Belo Horizonte, o presidente afastado da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e do Sindicato dos Professores de Minas Gerais, Gilson Reis (PCdoB), tentará pela segunda vez um cargo no Legislativo. Em 2010, ele almejava a Assembleia do Estado, mas não foi eleito. "A entidade não serve apenas como trampolim para chegar ao poder, mas é lógico que ela nos da possibilidade de desenvolver uma base eleitoral, já que é uma militância política".
Gilson ainda critica a legislação eleitoral, que exige a desincompatibilização de cargo até quatro meses antes da eleição. "Ter que sair da direção para se candidatar dificulta a vida daqueles que estão defendendo os próprios direitos. A lei é muito contraditória".
Em Ibirité, região metropolitana da capital, o diretor afastado do Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte, Contagem e Região, Cícero da Silva (PT), está tentando reeleição para vereador. O metalúrgico tem planos que extrapolam os limites da cidade. "Eu tenho o sonho de ser presidente do país. Por que não? O Lula conseguiu".
Cícero também acredita no suporte do sindicato. "Assim como qualquer movimento social, no sindicato, você forma sua base política, e a entidade investe naqueles que têm potencial para serem eleitos", avalia.
O professor do ensino médio em Alfenas, região Sul de Minas, e afiliado ao Sindicato dos Trabalhadores Únicos em Educação de Minas Gerais Alexandre Flausino participou, no ano passado, da greve dos professores da rede estadual, que durou mais de 100 dias. A paralisação influenciou uma decisão importante.
"Eu tinha vontade de me candidatar, mas a greve me deu mais empolgação. Muitas pessoas do sindicato pediam para que eu me lançasse, e, este ano, resolvi sair candidato a vereador pelo PT. Na Câmara da cidade não tem ninguém que represente nossa classe", justificou.
Outro candidato a vereador de primeira viagem que também tenta representar a sua classe concorre na capital. Júlio Rodoviário (PCdoB), que fazia parte da direção do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte (STTR-BH), rechaça a ideia de trampolim para o poder público, mas admite que o sindicato ajuda na campanha.
"Estou me candidatando por indignação. São 23 anos que nossa categoria é subjugada. A Câmara nunca fez nada pela gente. O sindicato comprou a ideia e está me ajudando muito".
Também em Belo Horizonte, o presidente afastado da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB) e do Sindicato dos Professores de Minas Gerais, Gilson Reis (PCdoB), tentará pela segunda vez um cargo no Legislativo. Em 2010, ele almejava a Assembleia do Estado, mas não foi eleito. "A entidade não serve apenas como trampolim para chegar ao poder, mas é lógico que ela nos da possibilidade de desenvolver uma base eleitoral, já que é uma militância política".
Gilson ainda critica a legislação eleitoral, que exige a desincompatibilização de cargo até quatro meses antes da eleição. "Ter que sair da direção para se candidatar dificulta a vida daqueles que estão defendendo os próprios direitos. A lei é muito contraditória".
Em Ibirité, região metropolitana da capital, o diretor afastado do Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte, Contagem e Região, Cícero da Silva (PT), está tentando reeleição para vereador. O metalúrgico tem planos que extrapolam os limites da cidade. "Eu tenho o sonho de ser presidente do país. Por que não? O Lula conseguiu".
Cícero também acredita no suporte do sindicato. "Assim como qualquer movimento social, no sindicato, você forma sua base política, e a entidade investe naqueles que têm potencial para serem eleitos", avalia.
Centrais vivem momento de destaque na política
O cientista político Rudá Ricci acredita que os movimentos sindicais no Brasil atual remontam ao cenário do governo de João Goulart (1961-1964). "Quando Goulart foi presidente, o país legalizou muitos sindicatos, eles ganharam volume. Hoje, está acontecendo novamente, os sindicatos estão recebendo muita importância", avalia.
De acordo com ele, a política do governo Lula seguiu esta cartilha e a própria figura do ex-presidente propulsiona o número sindicalistas que tentam cargos eletivos, o que só aumenta a cada pleito.
"Os sindicatos estão cada vez mais fortes politicamente, e nenhum governo consegue administrar sem o
apoio dessa máquina sindical".
Na avaliação do especialista, o Brasil está caminhando para um cenário sindical semelhante ao europeu. "Lá, os sindicatos montam uma espécie de fórum que se chama Parlamento Sindical. Várias centrais se encontram para decidir o que querem do governo. Se a pauta não for seguida, todo primeiro ministro ou presidente terá problemas. No Brasil, estamos nos aproximando disso".
De acordo com ele, a política do governo Lula seguiu esta cartilha e a própria figura do ex-presidente propulsiona o número sindicalistas que tentam cargos eletivos, o que só aumenta a cada pleito.
"Os sindicatos estão cada vez mais fortes politicamente, e nenhum governo consegue administrar sem o
apoio dessa máquina sindical".
Na avaliação do especialista, o Brasil está caminhando para um cenário sindical semelhante ao europeu. "Lá, os sindicatos montam uma espécie de fórum que se chama Parlamento Sindical. Várias centrais se encontram para decidir o que querem do governo. Se a pauta não for seguida, todo primeiro ministro ou presidente terá problemas. No Brasil, estamos nos aproximando disso".
Partidos buscam trabalhadores
Não só os sindicalistas buscam ocupar cargos no Poder Público. Os partidos estão cada vez mais interessados no apoio dos trabalhadores. "Os partidos estão buscando cada vez mais assimilar seu projeto de governo aos sindicatos. Esses, por sua vez, ganham a possibilidade pautar os partidos. Se torna uma relação de interdependência", avalia o cientista político Rudá Ricci.
O crescimento das entidades de classe atraiu até o PSDB, que, historicamente, não tem ligação com os sindicatos. Em agosto do ano passado, o partido criou o PSDB Sindical, que tem a função de conseguir o apoio das organizações de trabalhadores.
Na época, o senador Aécio Neves articulou a saída do presidente da Força Sindical em Minas, Rogério Fernandes, do PDT outra legenda com forte ligação com sindicatos para o PSDB. Fernandes assumiu, então, a direção do braço sindical tucano em todo o Sudeste.
Neste ano, Rogério disputaria uma vaga de vereador, mas retirou a candidatura para articular, junto com outras centrais, apoio para Marcio Lacerda (PSB). "As lideranças do partido mostraram para a gente que pretendem fazer um governo com nossa participação. Ficamos satisfeitos em sermos uma aparelho da legenda", afirmou. (GR)
O crescimento das entidades de classe atraiu até o PSDB, que, historicamente, não tem ligação com os sindicatos. Em agosto do ano passado, o partido criou o PSDB Sindical, que tem a função de conseguir o apoio das organizações de trabalhadores.
Na época, o senador Aécio Neves articulou a saída do presidente da Força Sindical em Minas, Rogério Fernandes, do PDT outra legenda com forte ligação com sindicatos para o PSDB. Fernandes assumiu, então, a direção do braço sindical tucano em todo o Sudeste.
Neste ano, Rogério disputaria uma vaga de vereador, mas retirou a candidatura para articular, junto com outras centrais, apoio para Marcio Lacerda (PSB). "As lideranças do partido mostraram para a gente que pretendem fazer um governo com nossa participação. Ficamos satisfeitos em sermos uma aparelho da legenda", afirmou. (GR)
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