sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A "americanização" da política (e campanha eleitoral) brasileira

Recentemente, li dados sobre as eleições passadas (2008) nos municípios paulistas que indicam que 63% (se retirarmos os que estavam impedidos de se reelegerem) dos prefeitos eleitos buscavam a reeleição. Um índice alto de reeleição. O que demonstra que o peso do cargo é muito forte na política nacional. E como os gastos de campanha estão em alta, fica mais difícil alguém tentar eleição sem lastro.
Hoje, recebi dados enviados pelo jornalista Macloys Aquino, do jornal O Popular (Goiás) que corroboram esta percepção. Segundo o TSE, as quatros profissões mais declaradas pelos candidatos a prefeito, vice e vereador em Goiãs são: comerciante (1.721 candidatos), servidor municipal (1.548), dona de casa (1.152) e vereador (1.099). 

Explico o que denomino de modelo americanizado: o modelo americano é de alta profissionalização da política. Envolve uma entourage, composta por marketeiros, organizadores, operadores políticos, equipe de agenda, de imagem (treino de imagem), cabos eleitorais, pesquisa, técnicos de diagnóstico e planejamento, gerentes de execução de campanha. Acarreta um distanciamento maior do cidadão em relação à prática política. Assim, o custo da ação política (e de uma campanha eleitoral) fica mais alto a cada eleição e o controle sobre os políticos, mais distante.
Como profissão, a política vai girando ao redor de si mesma e a reeleição se torna parte desta lógica.   

Um comentário:

Rodrigo Machado disse...

não vejo desta forma. nos eua se vota para tudo, de conselho escolar ao tal do colégio eleitoral. parece, a primeira vista, que há distanciamento nas eleições para presidente, por ex. conheci uma militante democrata, e ela tinha muito mais participação local do que aqui, no entanto. lá a política local tem muito mais força do que aqui, mesmo em cidades grandes, e, como consequência, as pessoas participam mais.