Ao final do Capítulo 18 d'O Príncipe, escreve:
Trate, portanto um príncipe de vencer e conservar o Estado. Os meios que empregar serão sempre julgados honrosos e louvados por todos, pois o vulgo se deixa levar por aparências e pelas conseqüências dos fatos consumados, e o mundo é formado pelo vulgo, e não haverá lugar para a minoria se a maioria não encontre onde se apoiar.
Desta passagem surge o engano. Trata-se de certo realismo ácido, sobre como o poder atrai a atenção e o respeito popular, diminuindo a capacidade crítica dos subordinados políticos.
Maquiavelismo teria como sentido correto o jogo político no interior da Corte, um jogo de astúcia e alguma força (insinuada), sinalizando para os súditos (ou eleitores).
É neste sentido que caberia a pergunta: qual o melhor candidato petista à Prefeitura de Belo Horizonte, do ponto de vista de Fernando Pimentel, que comanda o PT em Minas Gerais?
Se Roberto Carvalho fosse o candidato, a possibilidade de derrota, a contar pelas pesquisas de intenção de votos disponíveis, seria quase que um fato quase-consumado. Daí, seria uma derrota dupla para Pimentel já que o PT perderia força e referência na capital mineira e teria eliminado um adversário interno sem grande expressão. Em caso de vitória, Carvalho teria que contar com alianças internas para poder governar, o que abriria alguma possibilidade para quem apóia Pimentel.
No caso de Patrus, o jogo fica mais saboroso. Mas também mais arriscado. Se Patrus perde as eleições, Pimentel não perderia muita coisa (dificilmente o PT faria uma campanha catastrófica, ainda mais se coligar com o PMDB) e eliminaria seu principal adversário no partido. Mas se Patrus vence, alimenta a retomada da coesão dos seus apoiadores. Lembremos que a maioria dos prefeitos petistas do sul do Estado são vinculados a ele (mesorregião é onde o PT elegeu o maior número de prefeitos no país).
Assim, o melhor seria a manuntenção da chapa PT-PSB. Frustrando esta possibilidade, mesmo com alto risco para seus planos futuros, o melhor cenário seria Patrus como cabeça de chapa. Daí o apoio de seus apoiadores a esta possibilidade. Ainda que no momento utilizada como "faca no pescoço" do PSB.
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