sábado, 21 de julho de 2012

Ainda sobre o fenômeno Russomanno

Russomanno vai se firmando no cenário político paulistano. Toma, pouco a pouco, o lugar de Maluf e Kassab. Menos carregado ideologicamente, levemente modernizado em relação aos dois citados. Fala de consumo e direito do consumidor (desde 1990, quando sua esposa faleceu em função do descaso de um pronto socorro), tema que percorre várias camadas da classe média menos instruída e mais individualista. É um fenômeno político a ser acompanhado porque é perceptível que o grande desgaste dos políticos já consolidados e a emergência de um novo eleitor (da Classe C), além de um período de transição social (forte mobilidade dos últimos seis a oito anos), cria fissuras no sistema partidário, dando vazão a novos personagens políticos.
Lembremos que em 2010, aparecia em terceiro lugar, com 9%, logo após Alckmin (com 50%) e Mercandate (14%). Russomano aparecia com 9% e era a esperança do PT para provocar o segundo turno.
Interessante que desde este período, Russomanno era apontado como alguém que poderia penetrar no eleitorado tucano, já que seu eleitorado é anti-petista, desde criancinha. Foi candidato a deputado federal, em 1994, pelo PSDB e foi eleito com votação recorde.
Advogado, ex-funcionário do Detran e do Ministério de Minas e Energia, é deputado federal há várias legislaturas. Analistas afirmam que é o candidato com mais tempo de exposição na TV, até a entrada da propaganda eleitoral.

2 comentários:

Ewerardo Tabatinga disse...

Pois é, Rudá! A cada dia a Reforma Política se faz mais necessária. Que assim seja possível acabar-se com esse tipo de político, demagogo, do "eu faço", do "eu não gosto", etc.
Gostei muito deste comentário, por achar eu que a situação política de São Paulo é mesmo uma das mais controvertidas do País.
Lula, também, foi eleito sob esse vício do pernalismo - porque era o Lula. Mas, sem o necessário suporte partidário.
Um grande abraço para Você, e esperando que continue a manter-nos informados na Política, que é a seu mister!

Hugo Albuquerque disse...

Duas coisas: creio que o direito ao consumidor e a questão do consumo interessam a bem mais pessoas do que "camadas da classe média menos instruída e mais individualista" - basta ver que muitos acadêmicos se mostram contrários ao consumismo e, ao mesmo tempo, defendem aumento de remuneração para si mesmos, enquanto professores universitários; outra, é que o eleitorado de Russomano não me parece tão anti-petista, ao contrário, Rudá, ele está conseguindo apoio na periferia, onde o PT até bem pouco dominava. interessante notar que depois da saída de cena de Netinho, ele cresceu nas pesquisas, possivelmente herdando a intenção de voto do ex-quase-candidato do PC do B (que agora apoia Haddad, o que não marca, no entanto, transferência imediata de votos para o petista). O PT perde espaço em setores seus na periferia - que não conseguem visualizar Haddad - e ao mesmo tempo vê seu eleitorado de classe média perplexo com maus passos na política de aliança. Se Lula é o grande eleitor dessas eleições, Maluf é pior, Haddad, conseguiu cometer o erro de tirar uma foto com ele...