Quem tem contato direto com a política brasileira sabe que há dois movimentos conflitantes em curso. De um lado, uma aproximação perigosa de governos com o mundo empresarial. De outro, o aumento do cerco do MP e PF. É comum prefeitos ultrapassarem a fase do ataque de nervos com um ou outro promotor de justiça. Mas, a despeito da irritação e um ou outro problema de coração, as relações perigosas se multiplicam. A bola da vez é o Acre.
O Ministério Público Eleitoral emitiu um parecer pedindo a cassação dos mandatos do governador do Acre, Tião Viana, e de seu irmão, o senador Jorge Viana, ambos do PT. O parecer, assinado pela vice-procuradora geral eleitoral, Sandra Cureau, também pede a cassação do vice-governador do Acre, Cesar Messias, e dos suplentes de Jorge Viana. O parecer denuncia "abuso dos meios de comunicação social, do poder político e do poder econômico", quando eles eram candidatos durante as eleições de 2010.
Tenho a impressão que este cerco é algo próximo de enxugar gelo. Falta uma análise da cadeia produtiva. O problema é a monetarização do jogo político, em especial, de todo processo de reeleição ou manutenção de poder local ou estadual. Os volumes de recursos necessários para a manutenção política vem restringindo a disputa a poucos grupos políticos. De cima a baixo. Algo que é mais perceptível no âmbito nacional. Os sinais são claros, como o recente anúncio do PMDB que logo após as eleições de outubro estará engolindo três a quatro partidos. Não se trata de medida de racionalidade política, mas de racionalidade financeira.
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