quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Educação do Campo: como operacionalizar


Estou em Governador Valadares onde ocorreu, hoje, seminário sobre educação do campo (não PARA o campo, como sempre foi a tradição brasileira). Participaram todos professores da rede municipal de ensino básico rural do município e vários movimentos sociais (MST, MPA, FETAEMG, entre outros).
O discurso nacional está alinhado. Respeito à diversidade e cultura rurais (como expresso nas diretrizes nacionais), a adequação do calendário (o calendário agrícola é contado de agosto a agosto e não caberia férias em julho, portanto), o fim da nucleação de alunos de áreas rurais em escolas urbanas e temas emergentes (como questões ambientais). Mas como ficaria a elaboração do currículo, na prática?
Tentei dar um pontapé na bola, durante o seminário. E é isto que gostaria de socializar neste espaço.
Sugeri três pontos básicos:
1) Que o currículo adote como unidade de pesquisa e integração de áreas de conhecimento as microbacias da região e município;
2) Que os projetos curriculares adotem como foco o Ciclo da Vida, já que o campo trabalha com esta dimensão, inclusive na produção e no projeto familiar;
3) Que as escolas rurais incorporem outros equipamentos e serviços públicos (saúde, cultura, assistência social) a partir do seu prédio e estrutura, criando uma organização multifuncional comuntária, o que daria grande visibilidade e levaria o Estado efetivamente para o meio rural.

2 comentários:

Unknown disse...

Ei Rudá, mais uma vez parabéns pela sua exposição no Seminário. Ainda me lembro de uma bela exposição que você e Sara da Fetaemg fizeram aqui em GV por volta de 1992 sobre História do Sindicalismo. Foi bem legal.
É bom ter você aqui contribuindo com esse governo. Já aconteceram vários debates sobre Educação do Campo aqui na região e penso que hora de aproximar essa discussão com a comunidade (pais, alunos, educadores,etc) já com o propósito de construir coletivamente um projeto que venha adequar à realidade e que possa ter ações imediatas (talvez com iniciativas piloto), mas em um planejamento que vá se expandindo gradativamente.
Vivemos um momento propício em Governador Valadares para alavancar um projeto pioneiro de Educação do Campo que sirva inclusive de referência para a região e Estado, pois contamos com vontade política e com uma boa organização social empenhada em fazer acontecer transformações que traduzam em dignidade às pessoas que vivem no campo e do campo.

Professor disse...

Professor Rudá
A sua exposição nos remete a Pedagogia da Alternância. No Brasil, os educadores precisam estudar e compreender melhor esta pedagogia.
A vinculação do processo educacional com a vida cotidiana, estabecendo pesquisas contextualizadas e a criação de escolas próprias para o campo.
A participaçaõ intensa das famílias no processo educacional, com a consequente organização da comunidade.
Existem projetos que são indispensáveis, como a as Mesas de Gestão, com o debate das questões educacionais, a criação de escolas reginalizadas em alternância.
Uma Pedagogia que completa 70 anos e vem sendo utilizada na França, já completa quarenta anos de Brasil.
Parabens a Administração de Governador Valadares, por se preocupar especificamente com a educação do campo e não fazer educação para o campo.
José Maria