Fiquei hospedado, ontem, no Hotel Mar Brasil, em Salvador, onde está instalada a casa onde Vinícius de Moraes morou (ver foto). Explico: a casa foi restaurada e transformada num anexo do hotel. Cada ambiente virou um quarto (inclusive uma suíte), com um jardim ao fundo.
Vinícius morou em Salvador de 73 a 74. O projeto da casa foi de Jamison Pedra e Sílvio Robatto. Segundo o poeta, “uma casa baiana, feita por baianos, para abrigar tua baianice máxima, sonhada desde os idos cariocas”. Escreveu um poema que citava esta casa. Aliás, alguns que citavam a casa ou Itapoã. Um deles (“Petição ao prefeito”), endereçado ao prefeito Clériston Andrade pedindo-lhe que mandasse calçar a Rua das Amoreiras (veja este blog)
No dedicado à casa sofria, naqueles anos de chumbo:
“E ficar pensando/ Que atrás de cada aurora se esconde/ A face ansiosa da Vida e de cada crepúsculo/ A máscara irônica da Morte, ambas à espreita/ Ambas querendo cumprir a qualquer custo/ Os seus fatais desígnios. E depois desses tolos pensamentos/ E de induzir o sono em velhos filmes de televisão, ir deitar-me/ Com o sentimento de fragilidade, da precariedade/ Da inutilidade de tudo... até que uma nova manhã/ Me diga: Não! E então/ Retomar o cotidiano, olhando o mar”.
Os quartos do hotel são muito charmosos. Uma dica e tanto.
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