De Maranhão Viegas, consultor do Instituto Cultiva:
"SHORT CUTS
Fogueiras de agosto
Buenas, por aqui andamos em tempo de fogueira, ainda que o período das festas juninas
já tenha terminado. Fogueira de vaidades. Fogueira das insanidades. Como as cenas que vimos ontem em cadeia nacional através desta gloriosa TV Senado. Os olhos febris do Collor. O sarcasmo velhaco do Renan. A altivez quase senil do Simon. A canalhisse do Welington "Shrek" Salgado. Não fosse trágico seria cômico.
Engolir ou cuspir - eis a questão
Collor, quase tendo uma eclâmpsia, avisa a Simon que engula as palavras que proferiu.
Assustou mais pelo senho crispado e pelos olhos saltados do que pelo conteúdo desconexo e nervoso das suas palavras. De qualquer forma, ninguém em sã consciência, acharia normal nem o autor, nem a fala. Vindo de onde veio, serviu apenas para lembrar que o Brasil fez certo quando não engoliu o governo delle e o cuspiu da cadeira de presidente.
Perguntas que não querem calar
Por que o Simon esperou o Sarney sair do plenário para começar o discurso em que pedia a sua renúncia?
Por que o silêncio eloquente do Artur Virgílio?
Por que o silêncio elequente do Zé Agripino?
Por que o Collor não contou as coisas que diz saber quando ameaçou Simon?
Por que o Renan gaguejou quando o Simon perguntou onde ele estava?
Por que o Welington Salgado fala do passado do PMDB como se fosse protagonista da história?
Nós que aqui estamos sentimos a vossa falta
Ouvindo os debates do dia de ontem no plenário, não há como deixar de sentir uma ponta de inveja de um Senado que já teve como atores principais personagens como
Ruy Barbosa, Afonso Arinos, Darcy Ribeiro e Artur da Távola. Eram tempos em que o domínio da língua pátria, o conhecimento e a inteligência não davam espaço
para a mediocridade."
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