Hoje é dia de discussão com Boaventura Santos aqui em Belo Horizonte. Muitos sindicatos e organizações que se identificam com o Fórum Social Mundial estarão presentes, em peso.
Boaventura, tenho a impressão, sofre do mesmo problema de atores muito expostos: não conseguem se inovar. Isto é ainda mais grave com o trabalho intelectual, que exige amadurecimento e ócio (como dizia Bertrand Russel, em seu Elogio ao Ócio). Imaginava que o fio condutor do Democratizar a Democracia abriria uma farta produção do autor, articulando estudos sobre inovações democráticas, que norteariam o debate sobre reforma do Estado moderno. Seria um contraponto aos modelos mais conhecidos de reforma do Estado que emergiram nos anos 80 e 90, como o neoliberalismo e Estado Gerencial. Poderíamos ter um marco para superar a confusão generalizada em governos de centro-esquerda, que adotam instrumentos nada progressistas (como a gestão de políticas sociais por fundações ou coisa que o valha) como se fossem.
Mas ficou parado. Tornou-se estrela internacional e passou a ser pautado pela velocidade da conjuntura. Nada que não seja importante. Mas que altera a jornada que havia prometido anos atrás.
Para acompanhar a produção de Boaventura, clique aqui.
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