quarta-feira, 19 de agosto de 2009
PT no rumo da DS da Itália
A situação interna do PT nacional, com crise aberta com a saída de Marina Silva e a possível saída do senador Flávio Arns, me fez lembrar as discussões que presenciei na Itália, quando da realização do 4o (e último) congresso da Democratici di Sinistra (DS), em Florença. Naquele congresso, a tese realpolitik da corrente liderada por Fassino provocou a saída da corrente liderada por Fabio Mussi (liderava algo ao redor de 15% dos delegados).
Sinto que o PT caminha para algo muito parecido, embora o tema de lá era a fusão com um outro partido (liberal-cristão), substituindo a DS pelo PD (Partido Democrático).
Mussi, embora minoritário, significava um símbolo de uma importante porção da história da esquerda italiana. Seu discurso no 4o congresso foi muito emotivo, quase sem substância programática. Anunciou sua saída de maneira franca, sem provocar, destilando certa melancolia no grande espetáculo que foi aquele congresso (que contou até com a presença de Berlusconi e que, nos intervalos, exibiu vários filmes italianos da época de ouro, fortemente marcada por cineastas filiados ou próximos do partido comunista. Houve até uma aula-show sobre Gramsci).
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