Dos R$ 285 bilhões que o Tesouro foi autorizado a emprestar ao banco de fomento no período, R$ 250,2 bilhões já foram sacados que, somados ao retorno dos financiamentos já feitos alcançam R$ 276,6 bilhões, contra R$ 265,5 bilhões de recursos ordinários do banco usados para financiar a produção. As fontes recentes de financiamento do BNDES são o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o retorno dos seus financiamentos e captações externas. Mas, historicamente,desde sua fundação, o BNDE contou com recursos orçamentários e/ou derivados do endividamento público. (...) As transferências do Tesouro ao BNDES surgiram em 2009, no auge da crise internacional desencadeada pelo estouro da bolha imobiliária americana, como alternativa para que o banco pudesse dar sustentação à política anticíclica adotada pelo governo para evitar uma contaminação mais profunda da crise sobre a economia brasileira. A Medida Provisória nº 453, de 22 de janeiro daquele ano, transformada em lei pelo Congresso Nacional em 16 de junho do mesmo ano, autorizou o primeiro aporte, de R$ 100 bilhões. (...) Os repasses do Tesouro permitiram que os empréstimos do BNDES nos 45 meses de suporte do Tesouro (período entre janeiro de 2009 e setembro deste ano) fossem 65% maiores que os R$ 327,4 bilhões desembolsados pela instituição nos seis primeiros anos de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003 a 2008). Os desembolsos quase dobraram em dois anos a partir da decisão governamental, passando de R$ 90,9 bilhões em 2008 para R$ 168,4 bilhões em 2010.
O balanço encaminhado ao Congresso Nacional referente ao terceiro trimestre de 2012 mostra que 63% dos recursos repassados pelo Tesouro de 2009 até setembro deste ano foram utilizados pelo BNDES para financiar empresas de grande porte. O número é ligeiramente menor do que a participação das grandes empresas nos financiamentos totais do banco no mesmo período que alcança 68%.
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