Hoje vamos discutir, em poucos minutos, este livro de Yasunari Kawabata, prêmio Nobel de Literatura de 1968, na livraria Floriano, aqui perto de casa. Uma feliz coincidência, já que acabo de assistir o filme Um Alguém Apaixonado, que dialoga com este livro, sem se conhecerem. Aliás, o filme é franco-nipônico, o que remete para esta admiração francesa pelo mundo japonês. Recentemente, li um livro de Lévy-Strauss ("A Outra Face da Lua"), sobre o Japão (uma série de palestras que ele deu no país oriental), revelando o mundo japonês como delicado e mítico (faz, inclusive, várias pontuações da mitologia japonesa que aparece aqui e ali, em vários outros países, como bem gosta a análise estruturalista). Em determinado momento, Lévy-Strauss analisa a "arte imperfeita" de ceramistas que produzem algo aparentemente rústico (uma arte de dez milênios!), parecendo esboços, mas que são minuciosamente pensadas e modeladas.
O livro de Kawabata é assim: delicado, que trata de temas muitas vezes excitantes e áridos. O personagem principal começa a frequentar uma casa onde velhos "que não são mais homens" se deitam ao lado de jovens adormecidas por um sedativo forte. Passam a noite ao lado do corpo inerte e quente. O que faz Eguchi (este é o nome do personagem principal, aos seus 67 anos) pensar na vida e aprofundar na sua memória.
Delicado e distante.
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