Eu e Clau fomos assistir este filme, franco-nipônico. Presente que nos demos pelos 28 anos de casados (antigamente, estaríamos viajando, mas em pleno século XXI, final de ano é sinônimo de trabalho e trabalho e trabalho). O filme leva o tempo cinema francês. Começa com um único plano, sax de John Coltrane ao fundo. Voz de alguém falando ao celular que está justamente na nossa posição e, portanto, não conseguimos ver de quem se trata. Este reconhecimento pela metade vai até o final. O filme gera uma pequena sensação de estranhamento. Fala da solidão de todos personagens: da jovem Akiko (atriz principal do filme), da sua avó, do seu namorado, do velho professor de sociologia e sua vizinha. Todos vivem se debatendo com sua solidão. Alguns, sendo solidários, outros, agressivos.
Uma das críticas que li (depois de assistir ao filme, já que eu e os críticos não concordamos com quase nada neste mundo) afirma que Kiarostami, o diretor, cria um fio narrativo que resvala na ilusão permanente, cabendo ao espectador refletir o tempo todo e perseguir a situação concreta que envolve os personagens. Continuo achando que é uma maneira barroca de dizer a verdade. O filme surpreende suavemente. Este, talvez, seja o toque nipônico.
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