sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A avaliação de Gaudêncio Torquato sobre a denúncia de Marcos Valério




Se Lula fosse o alvo...

Este consultor não tem nenhuma dúvida. Se Luiz Inácio fizesse parte da relação de incriminados na denúncia sobre mensalão, o processo não ganharia continuidade. Estaria trancado nas gavetas. Avançamos muito em matéria de direitos humanos, cidadania e avanços no terreno dos valores republicanos. Mas não a ponto de queimar por completo o perfil mais carismático do país. Lula continua a encarnar a figura do "pai dos pobres". Nessa condição, ganharia um gigantesco escudo de proteção. Não seria tosquiado pela fogueira.

E agora ?

Tudo pode recomeçar se Marcos Valério mostrar documentos cabais, provas densas, revelações bombásticas. É pouco provável que tenha esse acervo. Há, isso sim, muita especulação. Teria recebido ameaças de morte ? É possível. Conta que teria ouvido de Paulo Okamotto, que dirige o Instituto Lula : "Ou você se comporta ou morre". Mas, por enquanto, é a palavra de um condenado no mensalão como operador do sistema.

Lula e Dilma

Quase 3 horas de papo em Paris. Foi quanto durou a conversa entre a presidente Dilma e Lula em um hotel da capital francesa. Longe dos telefonemas e dos curiosos. Certamente passaram os olhos nos últimos acontecimentos : mensalão ; comportamento de ministros ; condenações em regimes aberto e fechado ; o caso Rosemary ; as implicações para o PT e impactos sobre o governo ; o cenário pré-eleitoral ; as eleições para as presidências do Senado e da Câmara ; as MPs em tramitação, etc. Pauta densa. Dilma fazendo consultas e Lula dando as suas impressões.

O mais interessante destas notas de Gaudêncio é que ele começa com uma historinha envolvendo Tancredo Neves. Conta que enquanto a Folha de S.Paulo dava como certa a vitória da emenda Dante de Oliveira, lá no início dos anos 1980, o jornal Estado de S.Paulo era mais cauteloso. É que Tancredo, quando consultado, afirmava: "fique tranquilo, eles não sabem contar". Todos já sabem quem estava certo. Logo após esta historinha, Gaudêncio destaca as denúncias de Marcos Valério que destaco acima.

4 comentários:

Edoubar disse...

NADA A VER. AONDE QUER CHEGAR?

Rudá Ricci disse...

Chegar? Não entendi sua pergunta. Sintetizou muito e não dá para saber o que está pensando. A nota do Gaudêncio é bem clara: ele não acredita que esta tentativa de envolvimento de Lula dê em alguma coisa sólida. E começou citando a fala de Tancredo, para dizer que a grande imprensa, muitas vezes, confunde desejo com realidade.

Unknown disse...

Vamos ouvir os Vedoin?

Podemos até compreender a relevância jornalística de Marcos Valério e a repercussão midiática de suas denúncias. Afinal, alegam os jornalistas irresponsáveis (ou mal intencionados), registrar um depoimento não significa endossá-lo, por menos confiável que seja. Curiosamente, porém, esse espírito divulgador não serviu, e continua não servindo, para outros réus notórios de mesma estirpe delatora.

Os empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, acusados de encabeçar a famosa máfia dos Sanguessugas, afirmaram diversas vezes que possuíam documentos apontando a participação direta de José Serra e Barjas Negri, ex-ministros da Saúde do governo FHC, no esquema de compras superfaturadas de ambulâncias. Consta que a papelada apreendida com os tais “aloprados” petistas, em 2006, durante uma suspeitíssima ação da Polícia Federal, possuiria o mesmo teor bombástico.

A presteza mediúnica da PF enterrou as chances eleitorais de Aloízio Mercadante, mas o dossiê mergulhou no limbo da amnésia seletiva da imprensa. Escrupulosos e republicanos, os veículos decidiram não prestigiar as ilações de supostos malfeitores, pois não os consideravam fidedignos. E os Vedoin desapareceram da pauta, junto com as dezenas de autoridades indiciadas.

Será que eles não têm mais nada a declarar? Eis um bom teste para os novos padrões de relevância noticiosa do nosso combativo jornalismo.

http://www.guilherme.scalzilli.nom.br

Edoubar disse...

VEJA BEM RUDDÁ, ME PARECE QUE ELE PRETENDE FICAR NAQUELA DE PERPETUAR A SUSPEITA. DIZ QUE, MESMO QUE MV TIVESSE COMO PROVAR, LULA NÃO SERIA ATINGIDO, POR ESTAR BLINDADO. ME DESCULPE MAS ISSO É UMA FORMA CAPCIOSA DE PROMOVER A DIFAMAÇÃO. É COMO DIZER: ELE (LULA),FAZIA PARTE DO SUPOSTO ESQUEMA,MAS NÃO SE PÔDE PROVAR E, SE PUDESSE, NADA ACONTECERIA.