quarta-feira, 6 de março de 2013

O que foi Chávez para a Venezuela?

Para alguns, Chávez era o demônio. No ex-blog de Cesar Maia, era algo que parecia Stalin, tanto que lembrou que ambos faleceram na mesma data, 5 de março (o homem de ferro morreu em 1953).
De um lado, Chávez aumentou a dependência da vida econômica de seu país em relação ao petróleo. De outro, diminuiu as desigualdades sociais.
O desemprego caiu 14,5% para 8% em seus 14 anos de governo e a renda per capita cresceu de 8,2 mil dólares para 13,2 mil dólares no mesmo período. O PIB cresceu ao redor de 6% ao ano.
A dependência do petróleo gerou, contudo, grande dúvida a respeito da sustentabilidade destas conquistas sociais. Se aumentou em 66% as exportações na Era Chávez  as importações aumentaram 61%. As reservas cambiais despencaram.
Do ponto de vista político, embora tenha garantido o processo eleitoral, chantageou a oposição com a massa na rua. O problema é que a democracia se alimenta da alternância e da capacidade de discussão de propostas e ideias divergentes. Caminhou, assim, numa trajetória perigosa de construção de uma cultura política autoritária, algo que revelava sua educação militar.
Chávez não foi um demônio, tampouco foi a salvação definitiva da Venezuela. Transitou na corda bamba da democracia de massas, com traços da verborragia caudilhista. Mas seu discurso foi sempre mais radical que sua prática. Mesmo no que se referia ao anti-americanismo.
Tanta peculiaridade faz do futuro do chavismo uma incógnita. O mais provável será um modelo em turbulência, em eterna gangorra.



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