quinta-feira, 21 de março de 2013

A corrida pelo posicionamento nas eleições de 2014

Posicionamento é um termo do marketing político para definir o diferencial de uma candidatura em relação às outras. Já citei que as chances da oposição ao lulismo estariam vinculadas a uma equação simples: garantir que o consumo popular se manterá ou avançará (com crédito popular ou políticas de transferência de renda) e explorar as fissuras do governo Dilma, evitando confrontar com o lulismo.
Percebo que Eduardo Campos e Marina Silva podem explorar melhor esta equação.
Contudo, hoje conversei com um jornalista mineiro que admiro (Rodrigo Freitas, do jornal O Tempo) que destacou as iniciativas de Aécio e expoentes do DEM para questionar ações de várias agências estatais do governo federal, incluindo dados divulgados publicamente sobre programas sociais. Não vou entabular os questionamentos que devem ser objeto de artigo de Rodrigo, mas parece evidente que se trata de estratégia definida conjuntamente. Acredito que este seja o movimento mais inteligente da oposição ao lulismo até o momento. Disputar paternidade de programas sociais ou privatizações não afeta em nada a avaliação da grande maioria dos eleitores. Mas revelar erros de condução do governo federal e do petismo (evitando cair nas arapucas que constantemente Lula arma para tucanos) pode ser um caminho a ser explorado. Não será suficiente porque o que vem descarregando votos nos candidatos lulistas é a garantia de consumo popular. No entanto, é um começo de acúmulo.
Mas continua avaliando que Aécio, neste momento, não se encaixa neste figurino. Está mais para Eduardo Campo e Marina, sendo que Marina tem que resolver o seu dilema original: é progressista (no projeto de desenvolvimento econômico) ou conservadora (no que tange ao comportamento social e direitos civis)?

Um comentário:

Eugenio Raggi disse...

Minha avaliação:

1) Eduardo Campos é um grandissíssimo desconhecido. O tempo é curto e seu leque de alianças (seu PSB, mais PPS, PV ou até mesmo DEM) é nanico, o que gerará tempo de TV irrisório para alavancar um desconhecido desprovido de apadrio político. Não apostaria um centavo sequer que Campos possa atingir mais de 6 a 7% do eleitorado. De resto, possui oratória frágil. "É péssimo de palanque", garante Roberto Freire. Eu o vi discursar em BH em um evento pró-Dilma. Chega a dar dó mesmo. Nem é aposta na minha opinião, é forçação de barra mesmo.

2) Marina Silva, se conseguir lançar a sua REDE a tempo, será sucumbida pelo ridículo tempo de TV, pela sua personalidade contraditória e personalista e por não possuir um discurso confiável. Nem marinistas confiam em Marina, que dirá os evangélicos. Seu teto, com muita boa vontade, é 20%.

3) O PSDB entra dividido e com um candidato frágil, de conduta moral questionável (e isso será explorado nacionalmente), péssimo de oratória e cheio de pontas soltas.

Tudo isso colocado no contexto de 2014: Copa, popularidade estratosférica, euforia, consumo, emprego pleno, fim da miséria, inclusão de mais remédios na Farmácia Popular, safra recorde de grãos, máquina a favor de Dilma, Lula puxando votos em São Paulo e no resto do país (e isso tem um peso monumental), Lindbergh no Rio e Pimentel em MG.

Minha única dúvida é saber se Dilma terá mais de 65% dos votos válidos no 1° turno ou um pouco menos.

Um abraço, Eugenio Raggi.