Breve comentário. Alguém me disse que se tratava de um filme caricatural. Talvez. Hopkins, de fato, força um pouco as expressões faciais (em especial, a boca) e destaca excessivamente a barriga proeminente. A versão de Toby Jones (em A Garota, 2012) faz com que a trama fique em primeiro plano, assim como a personalidade de Hitchcock.
O filme dirigido por Sacha Gervasi só toca de leve na personalidade torturada do fantástico diretor de Psicose.
Mas este é um assunto secundário, a meu ver. E a cena em que Hitchcock e Alma discutem se haveria música na cena do chuveiro (em Psicose) retoma o clima de suspense tipicamente hitchcoquiano. Sabemos que a música entrará no filme e ficamos aguardando os toques fortes e agudos. Os dois discutem à portas fechadas. Até que entra a música e a câmara focaliza o rosto do diretor e sua esposa até que Hitchcock/Hopkins diz: "acho que estamos chegando lá". É de arrepiar quando a música começa a tocar e ficamos aguardando a reação dos dois, em close. A partir daí, dá para achar que o filme é uma mera caricatura? Só se o mundo da arte se expressar por uma linguagem meramente racional, o que Alfredo Bosi já ensinou que não é.
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