sexta-feira, 22 de março de 2013

Eduardo Campos tira votos de Aécio, mas não de Dilma

Agora foi o Datafolha. Como na última sequência de pesquisas divulgadas, no final de 2012, as esperanças oposicionistas foram soterradas pelas pesquisas de intenção de votos. O mundo político é mutável, como todos já sabemos. Mas os dados atuais revelam o quanto as oposições não conseguem penetrar neste poderoso sistema lulista, que articula ações de governo, arenas de co-gestão com alto empresariado e desmontagem da capacidade de leitura crítica da sociedade civil.
Dilma aparece nesta pesquisa com 58% das intenções de voto (subiu 4% em relação à pesquisa Datafolha de dezembro). Marina aparece logo atrás, com 16% (caiu 2%).
Daí para frente, o terreno arenoso que Aécio e Eduardo Campos (cada vez mais vinculado à imagem anti-lulista, ao menos via linha editorial da grande imprensa) não deixa dúvidas sobre suas dificuldades: Aécio, com toda tentativa de polarização com o lulismo, aparece com 10% (caiu 2%); e Eduardo Campos com 6% (subiu 2%).  Campos aparece num trajetória recente (dezembro-março) mais positiva que a de Aécio, indicando que não retira votos de Dilma, mas de Aécio.


4 comentários:

Carlos Machado disse...

Olá Rudá! Não entendi o que vc quer dizer quando atribui a "desmontagem da capacidade de leitura crítica da sociedade civil" a um "poderoso sistema lulista". Como assim?

Anônimo disse...

Professor, não concordo com a expressão "desmontagem da capacidade de leitura crítica". Em minha opinião o que existe é um profundo desencanto, aliado a uma visão, ao mesmo tempo, pragmática e cínica da realidade política. O comportamento petista frente a máquina pública soterrou a esperança de uma maneira ética de se fazer política. Mas como, o senhor sempre frisa, a possibilidade de consumir e o acesso bens de consumo seduzem a população e acabam sendo o que realmente importa. Afinal, no governo tucano as denúnicias também se sucediam e muitos que hoje posam de paladinos da justiça integraram tropas de choque que serviram para soterrar CPI'S. O mesmo PMDB (prostituta-mor da política brasileira) e as legendas hoje criticadas por aderirem ao lulismo estavam na base de FHC. Mas a conjuntura ecômica nacional e interncional era de recessão, e o povo opta hoje pela manutenção de um governo cujas açõoes estão orientadas para o consumo em alta. A capacidade de leitura crítica existe e é de desesperança e desencanto.

Rudá Ricci disse...

Stanley,
A questão é que nos tempos atuais, tudo virou Fla-Flu. Se você faz qualquer crítica é rapidamente objeto de rotulação partidária. Ontem, quando falei no Faixa Livre (programa de Paulo Passarinho que é veiculado na Band AM do RJ) sobre os riscos do pensamento nacionalista, fui atacado duramente por brizolistas e getulistas que me disseram que eu estava tendo um pensamento típico do... PSOL!!!
Recebo ataques diários que tentam me enquadrar como petista, tucano, membro do PSOL e assim por diante. Parece que tudo no Brasil é partido. Ora, o pensamento crítico se fundamenta num olhar ad-hoc, uma ad-miração (como dizia Paulo Freire). Mas parece que isto foi extirpado da possibilidade humana. Ao menos no Brasil.

Unknown disse...

reunião campos-serra --> prejuízo para aécio