quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Campanha sem emoções, PSB e Aécio e outros quetais

Análise de Gaudêncio Torquato:


Campanha sem emoções
O clima que envolve o pleito é morno. Não há impactos nem grandes emoções. Afora uma ou outra campanha mais acirrada, em função das peculiaridades regionais, pode-se aduzir que as eleições de outubro deste ano se inserem entre as mais tranquilas da contemporaneidade. Os motivos apontam para um conjunto de vetores : 1) economia sob controle; 2) ausência de grandes novidades; 3) modelos de campanha tradicionais; 4) saturação de embates entre tucanos e petistas (polarização); desejo de alteração nos perfis dos gestores, significando tendência para escolher caras diferentes (não necessariamente o novo); 5) mobilidade social, significando inserção de milhões de eleitores na classe média e consequente engajamento de contingentes nas frentes de defesa do consumidor.
E o mensalão não é novidade ?
Pois é, o julgamento do mensalão poderia ser considerado uma boa novidade. Mas a carga negativa que o caso agrega não terá o condão de mudar a posição dos contingentes eleitorais. Ou seja, tucanos e petistas consolidarão os pontos de vista já formados. Os petistas começam a falar do mensalão tucano em MG. Um empate de cargas negativas. Parcela do eleitorado, ante a tentativa de polarização, tende a optar por uma alternativa, Russomanno, em São Paulo, por exemplo. Por isso, o uso de FHC na campanha de Serra, lembrando o mensalão, não resultará em votos. Serão poucos os eleitores que poderão mudar de voto por conta do apelo de Dilma por Haddad.
Junto com Aécio
Será difícil uma composição entre o PSB de Campos e o PSDB de Aécio Neves. A complexidade de uma aliança desse naipe seria menor se não houvesse no meio do campo jogadores do porte de Fernando Henrique, José Serra, Geraldo Alckmin e outros assemelhados em história e fama. Mas em política, tudo é possível. Até mesmo essa aliança. Que só ganharia viabilidade se o país entrasse em profunda crise econômica, com sequelas terríveis sobre o bolso e o estômago do eleitorado. Nesse caso, a credibilidade do lulismo/petismo seria impactada. A presidente Dilma, nesse caso, também correria o risco de ser envolta no celofane cinzento da crise.

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