domingo, 30 de setembro de 2012

A opulência das igrejas

Já que citei, hoje, a crítica de um bispo italiano à opulência do Vaticano, aproveito para escrever um breve comentário sobre o passado da igreja anglicana, registrada no livro "Em Casa: uma breve história da vida doméstica", de Bill Bryson.
A igreja tem sua matriz ligada à Sé de Canterbury, Inglaterra, que se autodefine como católica reformada. Reformada porque adotou alguns princípios do protestantismo de origem calvinista.
Mas, para aquilo que interessa a esta nota, vale registrar que o reitores das igrejas anglicanas eram mais ricos que os vigários (palavra cuja origem é vicário, substituto) porque recebiam quantias maiores do dízimo (a partir de 1836, ao invés de parcela da colheita, os agricultores foram obrigados a pagar uma quantia fixa à igreja, fizesse sol ou chuva, segundo determinação da Rainha Vitória).
Os clérigos não precisavam ter formação teológica (bastava título acadêmico) para se ordenar e muitos nem sabiam pregar sermões. Sobrava-lhes tempo.
E aí vem a curiosidade.
Um reitor, Thomas John Gordon Marsham, registrou em seu diário o que seria uma refeição frugal de um clérigo anglicano. Vamos à lista de um jantar típico em 1784:
Linguado ao molho de lagosta, galeto, língua de boi, rosbife, sopa, filé de vitela com cogumelos e trufas, torta de pombo, miúdos de carneiro, ganso com ervilhas, geleia de damasco, torta de queijo, compota de cogumelos e pudim de frutas.


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