quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Artigo do diretor geral do Datafolha sobre eleição paulistana


Os destaques que faço no artigo indicam, ao meu ver, a tendência momentânea das intenções de voto na capital paulista:




Estabilidade do quadro oculta movimentos localizados
MAURO PAULINO
DIRETOR-GERAL DO DATAFOLHA
ALESSANDRO JANONI
DIRETOR DE PESQUISAS DO DATAFOLHA

A leitura da última pesquisa Datafolha não deve se limitar à liderança de Russomanno e ao acirramento da disputa pelo segundo lugar entre Serra e Haddad. Outros resultados enriquecem a análise.
Na espontânea, o candidato do PRB não evoluiu e a taxa de rejeição a seu nome cresceu. Serra apresenta a mesma tendência: sua reprovação também subiu e seu índice de recall espontâneo segue estável desde agosto.
Haddad, nessa mesma situação e em período equivalente, cresceu oito pontos. Na estimulada, ele subiu nove pontos em menos de um mês.
O horário eleitoral explica parte das alterações. Eleitores começaram a tomar conhecimento dos candidatos e sobre eles passam a depositar atributos e percepções que acabam por compor o voto. O aparente marasmo dessa fase configura, na verdade, um momento de reflexão e consolidação das escolhas.
E o desfile de figuras de alto grau de popularidade, como Lula, Marta e Dilma, parece ter ajudado Haddad. Seu programa é o único que cresce em menções quando se questiona quem tem a melhor propaganda. Citações ao programa de Russomanno ficaram estáveis. Ao de Serra, caíram quatro pontos.
Prova disso é a ascensão do petista entre os simpatizantes do PT e os eleitores que afirmam ter votado em Marta em todas as eleições para prefeito. Haddad que, na semana passada, aparecia tecnicamente empatado com Russomanno nesse estrato, cresceu nove pontos. Tem agora 46%, contra 33% do candidato do PRB.
Outro dado que também pode ilustrar a conclusão é a queda de cinco pontos de Russomanno e o crescimento de quatro pontos de Haddad no extremo leste, tradicional reduto petista e um dos maiores colégios da cidade.
Oscilações podem tanto configurar marola estatística inerente a qualquer processo amostral como, em última análise, apontar tendências.
A confirmação do comportamento das curvas de cada um depende de um novo levantamento com metodologia idêntica. Se os dados atuais refletem estabilidade ou início de mudança, é o próximo ponto de comparação que irá esclarecer.
Trata-se de uma eleição que não permite prognósticos precoces.

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