quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Falecimento de Carlos Nelson Coutinho

Foi uma das grandes referências para minha geração em relação à formatação de uma concepção de política. Isto porque, para jovens universitários com nítido viés de esquerda, ainda se adjetivava a democracia, diferenciando a burguesa da operária. Coutinho, que chegou a ser influenciado por Lukács, superou o filósofo húngaro em sua maturidade (quando fez parte do grupo de Armênio Guedes) e lançou uma das provocações mais positivas dentro do espectro de reflexão do marxismo italiano ao sustentar que a democracia era um valor universal.
Do PCB para o PCI (esteve exilado em Bolonha nos anos 1970), para PSB, PT e PSOL, era um pensador inquieto com os possíveis rumos da política brasileira. Sempre senti um toque do Jovem Marx nos seus últimos textos, embora a referência maior e explícita tenha sido Gramsci. 
Professor emérito da UFRJ, tinha 69 anos e faleceu na manhã de hoje. 

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