Quando a liderança é no feminino
Por Joseph Nye
O mundo seria mais pacífico se fosse liderado
por mulheres? O novo e desafiante livro de Steven Pinker, psicólogo da
Universidade de Harvard, diz que a resposta é "sim". Em The
Better Angels of Our Nature, Pinker (...) diz "ao longo de toda a
história, as mulheres têm sido e continuarão a ser uma força pacificadora. A
guerra tradicional é um jogo de homens: as mulheres tribais nunca se uniram
para atacar aldeias vizinhas".
Os céticos respondem imediatamente que as
mulheres não fizeram guerra, pela simples razão de que raras foram as vezes em
que estiveram no poder. (...) Margaret
Thatcher, Golda Meir e Indira Gandhi eram mulheres poderosas, todas elas
conduziram os seus países à guerra. Mas também é verdade que essas mulheres
chegaram à liderança, agindo de acordo com as regras políticas de "um
mundo masculino".
(...) Em termos de estereótipos, vários estudos
de Psicologia mostram que os homens tendem a escolher a força dura de comando,
enquanto as mulheres são mais cooperantes e percebem intuitivamente o poder sutil
da atração e persuasão.
(...) Em muitas organizações a gestão está a
encaminhar-se na direção de uma “liderança partilhada" e "liderança
distribuída", posicionando-se os líderes no centro de um círculo, em vez
de estarem no topo de uma pirâmide.
(...) Os líderes modernos devem ser capazes de
usar redes, colaborar e incentivar à participação. O estilo não hierárquico das
mulheres e as suas competências relacionais respondem a uma necessidade de
liderança do novo mundo de organizações e grupos baseados no conhecimento à
qual os homens, regra geral, estão menos preparados para dar resposta.
(...) As mulheres ainda ficam para trás no que diz respeito a posições de liderança, detendo apenas 5% dos cargos mais altos das empresas e uma minoria dos cargos escolhidos através de atos eleitorais (apenas 16% nos EUA, por exemplo, em comparação com 45% na Suécia). Um estudo sobre os 1941 líderes de países independentes do século XX contou apenas 27 mulheres, das quais cerca de metade subiram ao poder por serem viúvas ou filhas de um líder do sexo masculino. As mulheres que chegaram ao poder por si próprias representam menos de 1% dos líderes do século XX.
(...) As escolhas chave acerca da guerra e da paz no nosso futuro não dependem de questões de gênero, mas sim da forma como os líderes combinam as suas competências de poder firme e sutil de forma a produzir estratégias inteligentes. Tanto homens como mulheres terão de tomar essas decisões. Mas é provável que Pinker esteja certo quando sugere que os lugare do mundo onde existe um atraso no declínio da violência são também os pontos onde existe um atraso na atribuição de poder às mulheres.
(...) As mulheres ainda ficam para trás no que diz respeito a posições de liderança, detendo apenas 5% dos cargos mais altos das empresas e uma minoria dos cargos escolhidos através de atos eleitorais (apenas 16% nos EUA, por exemplo, em comparação com 45% na Suécia). Um estudo sobre os 1941 líderes de países independentes do século XX contou apenas 27 mulheres, das quais cerca de metade subiram ao poder por serem viúvas ou filhas de um líder do sexo masculino. As mulheres que chegaram ao poder por si próprias representam menos de 1% dos líderes do século XX.
(...) As escolhas chave acerca da guerra e da paz no nosso futuro não dependem de questões de gênero, mas sim da forma como os líderes combinam as suas competências de poder firme e sutil de forma a produzir estratégias inteligentes. Tanto homens como mulheres terão de tomar essas decisões. Mas é provável que Pinker esteja certo quando sugere que os lugare do mundo onde existe um atraso no declínio da violência são também os pontos onde existe um atraso na atribuição de poder às mulheres.
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