terça-feira, 26 de junho de 2012

Filosofando no Cinema

Ainda na fase "final de dia", indico o livro que leva o título desta nota, escrito por Ollivier Pourriol. Para cinéfilo ou não, o livro é uma delícia, flui. O autor tem sagacidade e sabe claramente o timing do leitor. De vez em quando aprofunda um conceito da filosofia ou filosofa sobre um conceito, como o de abertura do livro, o desejo. O Nouvel Observateur denominou esta incursão de "filosofia pop". Acertou em cheio. Morde e assopra. Afirma que o desejo é claro (porque visível) e obscuro (porque nada é explícito). Daí, incorre sobre o desejo como avesso à razão, já que sua luz não é a do entendimento, mas do movimento. Logo salta para Sartre ("o desejo me compromete") para, num looping final, descrever um diálogo de Brigitte Bardot no filme "O desprezo". E traça, ainda, um paralelo com "De olhos bem fechados", numa cena estonteante com Nicole Kidman. Uma delícia de leitura.
Desfilam Sartre e Deleuze, Cassino e Fogo contra Fogo, Hegel e Beleza Americana, além da A Fantástica Fábrica de Chocolate.

Um comentário:

Balaio da Vivi disse...

legal! estava mesmo afim de ler!