José de Souza Martins é um dos mais brilhantes sociólogos do Brasil. Cheio de idissincrasias, chegou a dizer que era financiado pela Fundação José de Souza Martins, dado que suas pesquisas eram fruto de iniciativa própria. Humor, muito bem vindo ao meio.
Mas, sobre seu artigo, acredito que acerta o alvo, mas a flecha ficou um pouco do lado do centro. Poderia ter aprofundado os motivos para parte dos movimentos sociais (seriam mesmo movimentos sociais?) e ONGs se vincularem aos governos e partidos que denomina de messiânicos. A questão é simples: os recursos externos rarearam nos últimos seis anos, obrigando grande parte desses atores sociais a se dirigirem para o Estado. Agora, parte considerável é financiada por governos que terceirizam serviços sociais. Aí, Martins erra. Não se trata de ideologia excessiva de ONGs e movimentos sociais (acredito que nosso autor está ainda com um pé nos anos 1990), mas o contrário.
Martins fez um preâmbulo da desconstrução desta nova dinâmica da organização civil em nosso país. Mas acabou se levando pela disputa ideológica em que se meteu nos últimos anos.
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