quarta-feira, 27 de junho de 2012

PSB e PT, o casamento tortuoso

Reproduzo, abaixo, a avaliação de Gaudêncio Torquato. Desta vez (deve ser a única), não compartilho da sua análise. Tenho a impressão que Lula adota a mesma tática que adotou ao dividir terreno entre Zé Dirceu e Palocci no seu governo. Procura criar uma gangorra entre PMDB e PSB. Contudo, o preço que Eduardo Campos está impondo é tão alto quanto o do PMDB, sendo um partido muitas vezes menor. Lula começou aceitando o preço, depois tergiversou e o presidente do PSB endureceu a negociação. São ações de valorização do seu lugar no jogo do poder. Arrisco a dizer que ainda não há nenhum sinal claro de ruptura ou distanciamento envolvendo os três partidos. Apenas movimentações inteligentes. Como se diz em política: "ninguém negocia com quem não tem força".


PSB e PT tomam distância  
O PSB e o PT começam a tomar distância no espaço político-partidário. A partir deste último. Os partidos se afastam em pleitos, onde, até então, caminhavam juntos : Fortaleza, João Pessoa e Recife. O caso mais impactante é o do Recife, onde o PSB garantira o apoio ao PT, caso o candidato fosse o ex-deputado Maurício Rands. João da Costa ganhou as prévias. O PT acabou pedindo aos dois que se retirassem do pleito. Rands aceitou, o prefeito João disse não. O PT, então, decidiu afastá-lo na marra, escolhendo o senador Humberto Costa como candidato do partido. Ante a confusão formada, o presidente do PSB, governador Eduardo Campos tira do bolso do colete o nome de Geraldo Júlio, o golden-boy da administração pessebista, e o lança como candidato do PSB. Atrai para a aliança o PMDB do senador Jarbas Vasconcelos.
Visão de futuro
Em Fortaleza e em João Pessoa, o PSB também sairá com candidatos próprios. O partido demonstra não querer ser apertado em abraço de afogados, como lembra seu vice-presidente, Roberto Amaral. Aplaina caminhos do presente com vistas ao futuro. Eduardo Campos é ambicioso e gostaria de juntar em torno dele o que chama de "geração pós-64".
PMDB, o coringa
Qualquer cenário que se projete para o amanhã deve levar em consideração o papel do PMDB. Trata-se do maior partido nacional, com alta taxa de união interna graças à articulação realizada pelo presidente licenciado do partido, o vice-presidente da República Michel Temer. Todos os sinais apontam para uma performance altamente positiva do partido, o que o conduzirá novamente ao pódio municipal. Ou seja, deverá continuar com o maior número de prefeitos. Com a planilha nas mãos, o partido deverá ser um coringa. Se pender para um lado, este lado ganha o jogo. Se o PT, por exemplo, der uma guinada e quiser caminhar em faixa própria - posicionando-se como poder hegemônico - arrisca-se a entrar em parafuso. PT diz que fará 1.000 prefeitos. PMDB deverá ultrapassar esse número.

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