domingo, 17 de junho de 2012

Krugman e o erro da austeridade europeia

O Prêmio Nobel de Economia e professor de Economia e Assuntos Internacionais da Universidade Princeton escreveu mais uma joia rara. O artigo, intitulado "Não precisamos de educação", publicado na Folha de ontem, desmonta a argumentação conservadora que sugere austeridade em tempos de crise. No melhor estilo keynesiano (embora tenha utilizado largamente as teorias de Ricardo em seu livro sobre Globalização), sustenta que se trata de um erro o corte de funcionários públicos e outras medidas de austeridade, como se propala na Europa e pelos republicanos norte-americanos. Krugman é um dos poucos (um grupo seleto que não deve ocupar um fusca) economistas que sabe escrever, e ainda com humor (para matar de raiva seus pares). No artigo, faz uma reflexão inusitada que sustenta o título do artigo: cortar funcionário de governo é cortar professor, já que é a principal categoria contratada pelo Estado. Afirma que os conservadores querem que acreditemos que nosso (dos EUA) "desempenho econômico decepcionante foi de alguma forma causado por gastos governamentais excessivos, que dificultam a criação de empregos pelo setor privado". E corta a bola que levanta para si mesmo:
Mas as provas verdadeiramente decisivas vêm da Europa. Considere a Irlanda, onde o número de funcionários públicos caiu em 28 mil de 2009 para cá. As demissões foram elogiadas pelos conservadores, que previram excelentes resultados. Mas a recuperação não veio. O desemprego supera os 14%. A experiência irlandesa demonstra que austeridade, diante de uma economia deprimida, é um erro terrível.

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