A batalha que se desenhava no final do ano, quando a queda do valor da energia paga pelo consumidor e indústria foi anunciada como contra-ofensiva, se instalou de vez. A tal meta inflacionária já foi superada pelos fatos, tendo a farinha de mandioca (alta de 151% em doze meses), tomate (122%) e cebola (76%) como protagonistas. A disputa ideológica e de interesses é grande em relação ao controle inflacionário. Porque logo ao lado há outro problema: o pibinho (que já recuou de 1,4% para 0,5% de janeiro para fevereiro). A venda de bebidas e alimentos caiu 2,1% em fevereiro. Então, a equação estaria assim: os consultores financeiros e analistas não governamentais sugerem a subida da Taxa Selic para conter a inflação. Já a ala governista sugere medidas de impacto para aumentar o PIB (ou estabilizar o crescimento). A conta não fecha.
Se o governo aumentar a taxa Selic, sinalizará para o mercado, mas pode perder a batalha pelo aumento do crescimento econômico. Ora, seria o terceiro pibinho. Não há como não comparar com o governo Lula, que teve em 2010 um crescimento de 7,5%. Alguns analistas sustentam que as dificuldades atuais nasceram justamente das medidas de aceleração do consumo adotadas no final da gestão Lula.
Neste campo, as medidas amargas ocorreram durante o início do governo Lula, aliás, no início da primeira gestão. No caso de Dilma, o mercado empurra para que elas venham agora, em meio à antecipação da disputa eleitoral de 2014.
Tenho a impressão que o governo federal continuará adotando medidas seletivas, de caráter anticíclico. Com índices de popularidade em alta, vai administrar com o olho no IBOPE e Datafolha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário