Comecei apresentando uma matriz de análise do que venho defendendo ser a implantação do fordismo tardio no Brasil, sob a batuta do lulismo. A seguir, reproduzo os dois slides que retratam o Modelo fordista original (New Deal, década de 1930) e, em seguida, o fordismo tardio brasileiro:
Fordismo/Keynesianismo norte-americano
Fordismo Tardio Brasileiro
Os impactos deste modelo na educação brasileira são, na minha proposição:
O Redução
da política educacional à temas administrativos (não pedagógicos)
O Nacionalização
das políticas educacionais
O Convênios vitais (Mais Educação, Segundo Tempo, UCA, Alfabetização na Idade Certa)
O Avaliações
Externas (IDEB, ENEM, ENADE)
O Ausência
de estratégias locais
O Sobrecarga
de atribuições dos municípiosO conflito entre receita e gastos necessários é quase imediato. Daí que em 2009, o Brasil figurava como 4o pior salário inicial de carreira do magistério do mundo (US$ 783, ao passo que a Costa Rica pagava US$ 1.474 e a Argentina US$ 1.131).
Os resultados pedagógicos são conhecidos, justamente porque as políticas federais focalizaram a melhoria dos indicadores de avaliação educacional externos (IDEB, ENEM e ENADE). A questão é que os indicadores sugerem o que muitos autores clássicos da área (como Lev Vygotsky) já sugeriam há um século: o principal fator de influência no desempenho escolar do aluno é o hábito familiar, mais especificamente, o nível de instrução da mãe. Ocorre que o IDEB induz as redes de ensino a copiarem os modelos educacionais dos que estão no topo do ranking, quando a relação não é modelo com desempenho, mas perfil da família com desempenho.
Por que tantas evidências não são levadas à sério e continuamos insistindo em aulas de reforço, que repetem o erro pedagógico já cometido anteriormente? "É a família, estúpido", diria um marketeiro norte-americano.
Avancei um pouco mais na apresentação de outros conjuntos de dados da área, reforçando a noção que estamos patinando na medida em que avançamos em cada ano escolar, justamente porque nos anos iniciais o foco é no processo de aprendizagem individual e nos anos finais, no resultado e sucesso em exames que se vinculam ao acesso à universidade. Deixamos de olhar para o aluno e suas relações de convivência e nos atemos aos programas e índices de avaliação de desempenho.
Terminei minha exposição sugerindo que esta realidade seja discutida nos municípios. Que os secretários assumam seu papel de liderança política da área educacional. E que tente forjar um pacto do município com a educação. Sugeri, como micro plano de ação três frentes:
OCONSTITUINTE
ESCOLAR
OCriar
pacto municipal pela educação a partir da informação das condições
OINVENTÁRIO
ANUAL DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO (pesquisa anual e montagem de série histórica)
OCAMPANHA
UNDIME
O Sobre
Plano Nacional de Educação
O Sobre
recursos para educação (royalties e Fundo Social do Pré-Sal)
O Sobre
efetivas condições para melhorar desempenho escolar em cada município (e as limitações locais decorrentes do pacto federativo em crise)
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