Esta série, dirigida por Selton Mello, consegue mexer comigo. Raramente nos confrontamos com algo tão denso na TV, mesmo a TV por assinatura. A série é baseada no seriado israelense BeTipul. Mas isto já foi fartamente divulgado. De qualquer maneira, não me parece coincidência que algo tão provocativo e denso tenha tido origem na cultura judaica.
Fico mais impressionado com este ator (o terapeuta central da trama, Theo Cecatto) Zé Carlos Machado.
O olhar, as rugas, tudo parece dizer que se contém. A voz pausada e baixa aumenta a dramaticidade do personagem. Hoje, em especial, foi quase insuportável assistir o confronto de Theo com sua supervisora, Dora (interpretada por Selma Egrei).
2 comentários:
Só achei que mesmo querendo criar tensão no telespectador, há um momento em que houve um excesso de cortes entre os personagens e o 'timing' virou de videoclipe o que eu acho que atrapalhou um pouco a dramaticidade e desconcentrou um pouco da cena. Vi duas vezes este mesmo capítulo. Talvez o mais denso até agora...só isto me incomodou.De resto, um realismo raro na tv brasileira afeita as caricaturas novelescas de pouca profundidade e consistência dramática quase amadora e circense.A tecnologia tem ajudado com o HD e finalmente uma iluminação mais consistente deram um acabamento digno, um filão novo e devemos agradecer a lei cultural que desde setembro obriga o conteúdo nacional em uma escala e envergadura nunca dantes. Conheço um produtor da HBO que diz que a lei veio para modificar o panorama de produção de entretenimento no Brasil e as multinacionais não tem muita saída a não ser investir esperneando.Que Bom !
Você tem razão. Eu não consegui verbalizar esta sensação. Realmente, alguns cortes "apartaram" o telespectador do drama. É interessante porque um dos jogos essenciais do cinema é esta imersão no mundo da narrativa. A fotografia, neste caso, é essencial para não racionalizarmos o olhar. Muito boa sua observação.
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