segunda-feira, 29 de outubro de 2012

As manchetes distintas dos jornais de MG e SP

Se compararmos as manchetes de hoje dos jornais paulistas e mineiros, fica perceptível o quanto a sombra de Aécio Neves atinge as redações dos jornais das Minas Gerais.
No Hoje em Dia, a capa, após citar os quatro eleitos no segundo turno, destaca no subtítulo que o PSDB apoiou três dos quatro eleitos. À página 03, a manchete é ainda mais direta: "PSDB ´vence´ no 2o turno em Minas, mesmo sem disputar". Uma manchete para ficar nos anais da história do jornalismo. Noticiaram timidamente que a vitória de Paulo Piau (PMDB) em Uberaba derrotou diretamente o PSDB.
Não se fez cômputo similar em nenhum outro jornal da grande imprensa brasileira.
Do outro lado, a UOL divulga dados sobre a fatia do orçamento público que o PT passa a governar após o segundo turno das eleições.
A diferença de postura editorial pode revelar regionalismos. Mas pode revelar mais.
Os jornais mineiros fincaram pé nos resultados do segundo turno e esqueceram os do primeiro turno. No cômputo geral, o PSDB não disputou o segundo turno em Minas Gerais, ao contrário do PT, que disputou e perdeu em três dos quatro municípios que tiveram este retorno às urnas. Também se ignorou, na imprensa mineira, que o PSDB ficou mais nordestino e nortista a partir destas eleições municipais e menos sulino. É evidente que o futuro de Aécio Neves depende, hoje, muito mais de outros partidos que o seu.


29/10/2012 - 04h00

PT vai administrar maior parte do orçamento municipal do país

Terceiro lugar no número de prefeitos eleitos, com 634 vitórias entre o primeiro e o segundo turno, o PT é o partido que irá governar municípios para o maior número de eleitores: 27,6 milhões, ou 20% do eleitorado do país.
Será responsável também pela gestão da maior parte das receitas orçamentárias municipais: R$ 76,2 bilhões.
Em relação aos resultados das eleições de 2008, o total de eleitores governados por prefeitos petistas crescerá 29% em 2013, quando os eleitos ontem e no primeiro turno deverão assumir.
O aumento considerável do eleitorado sob o PT é fruto da vitória em um único município, São Paulo, maior e mais rica cidade do país, com 8,6 milhões de eleitores e R$ 32,1 bilhões de orçamento (2011).
Sem a capital paulista, o PT teria crescido da mesma forma em número de prefeitos eleitos. Mas governaria para 2,4 milhões de eleitores a menos na comparação com 2008.
Além do PT, o PSB é a única legenda que cresceu no grupo das dez maiores siglas do país. Em número total de prefeitos eleitos, os socialistas pularam de 308 para 441, um avanço de 43%. Ficaram atrás do estreante PSD (500 prefeituras) e do PP (467), mas irá governar para mais gente que esses dois partidos, pois suas vitórias estão concentradas em cidades maiores.
Já os partidos que fazem oposição ao governo Dilma Rousseff saem da eleição menores do que entraram. Na comparação com 2008, PSDB, DEM e PPS, os três principais oposicionistas, terão 309 prefeituras a menos. Puxados para baixo principalmente pelo DEM, irão governar para 10,5 milhões de eleitores a menos.
A partir de 2013, prefeitos tucanos irão governar para 18,4 milhões de eleitores, queda de 3% sobre 2008. Em número total de prefeituras, o PSDB caiu de 787 para 698, mas continua sendo o segundo maior do país por esse critério, atrás do PMDB, que ganhou em 1.027 municípios.
Chama a atenção o avanço do PSDB na região norte. Os tucanos Arthur Virgílio e Zenaldo Coutinho venceram em Manaus e Belém, as duas maiores capitais da região.

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