Leio a biografia de Matisse, escrita por Hilary Spurling, que vários críticos reputam como "definitiva". Tenho desconfiança deste tipo de julgamento tão.... definitivo. Mas é uma leitura rica e deliciosa. Ainda estou no começo (página 71) das quase 600 páginas, mas a redação é quase um romance da vida tortuosa, cheia de dúvidas e certezas, de Matisse. Leio, em paralelo, outro livro delicioso, este, como momentos de genialidade que causa perplexidade ao leitor: "A Outra Face da Lua", escrito por Lévi-Strauss. Decidi ler os dois livros porque falam da produção cultural ousada do ocidente e da cultura oriental (lida por um ocidental, antropólogo apaixonado pelo Japão). Vou comentar mais adiante o conteúdo dos dois livros. Strauss, como não poderia deixar de ser, procura retomar alguma linha de continuidade (além de ressaltar as diferenças) entre as culturas do Japão e França. Faz parte do esforço estruturalista. Mas, como
sempre, a riqueza da descrição e análise dos detalhes que compõem a cultura japonesa supera qualquer enquadramento teórico. A maneira como relativiza a "recusa do sujeito" ou do indivíduo que estaria cravada na identidade japonesa faz um belíssimo contraponto com a biografia (por si só, centrado na persona ou nas idiossincrasias do sujeito) de Matisse.
Fica a dica e o comentário introdutório.
Um comentário:
Existe atualmente um movimento com uma outra visão cultural e uma nova leitura dos habitantes do planeta nas diversas regiões onde habita.E hoje existe mais um sentimento de unidade no que tange ao ser humano e suas formas de assinalar sua estada no mundo que transcende a questões antes tidas como indissolúveis. O homem molda-se às novas nuances proporcionadas pelos novos meios de comunicação e amplia seu horizonte de visão e compreenssão do outro.
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