Um breve comentário sobre o artigo de Sérgio Dávila, na Folha de hoje. Acho que o autor, ao afirmar que a bipolaridade partidária seria sinal de amadurecimento político no Brasil, assim como ocorre nos EUA, incorre em alguns equívocos:
1) O mais complicado: o autor parece confundir estabilidade política com democracia. Democracia sugere dissenso;
2) A polarização converge para o centro e para o fim da inovação programática. Em virtude da disputa acirrada, ambos partidos buscam capitalizar o maior número de votos com baixo risco. Um erro, pequeno que seja, desequilibra o jogo. Sem riscos, não há inovação;
3) Assim, o programa é substituído por marketing e pesquisas quantitativas e qualitativas. O papel pedagógico da política é substituído pelo cálculo e leitura dos interesses setoriais. A política se rebaixa às demandas circunstanciais e se esquiva de projetos de médio e longo prazos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário