Fiquei surpreso com esta informação divulgada na UOL. Trabalhava, até aqui, com a perspectiva do PT se encolher nos grandes centros urbanos, acompanhando a tendência verificada nas últimas eleições por André Singer. Pelos dados divulgados, contudo, PT continuará liderando o ranking de prefeituras G85 (26 capitais e mais 59 cidades com mais de 200 mil habitantes). O texto, assinado por Fernando Rodrigues, sustenta um dado já sabido: amanhã, o país estará mais plural em termos de partidos que governam as grandes cidades. Há forte dispersão partidária: 18 partidos têm chances reais de eleger prefeitos no G85.
Vamos à matéria:
PT e PSDB lideram nas grandes cidades
DE SÃO PAULO
Tucanos e petistas são os que estão com chances de vencer ou
de ter votações expressivas na maior parte das cidades grandes do país.
É o que mostram as pesquisas mais recentes no grupo de
municípios que incluem 26 capitais e os 59 com mais de 200 mil eleitores --e
por isso podem ter segundo turno. Esse grupo composto por 85 grandes cidades
abriga cerca de 37% dos eleitores do país. Há pesquisas disponíveis em 82
dessas localidades. Nesse universo, o PT tem 37 candidatos competitivos: estão
em primeiro lugar ou com chance de ir ao segundo turno. O PSDB tem 31
candidatos nessa situação.
O terceiro colocado nesse ranking é o PMDB (22 candidatos no
páreo), seguido pelo PDT (15) e pelo PSB (13).
Quando se compara o cenário atual com o de 2008, também na
semana final pré-eleição, nota-se que houve pouca mudança na ordem de partidos
que lideram a lista de nomes competitivos.
Há duas alterações relevantes. Primeiro, o PSDB se mostra
hoje mais bem posicionado do que em 2008. Segundo, o DEM agora está em posição
mais frágil, pois cerca de metade de seus potenciais nomes competitivos
migraram para o PSD.
No universo das maiores cidades, em 2008, o PT tinha menos
do que hoje, 33 candidatos no páreo. Já o PSDB estava com apenas 20 nomes --dez
a menos que os atuais. Ao fim da eleição há quatro anos, o PT elegeu 22
prefeitos. O PSDB teve 13 eleitos nesses grandes centros.
Nos caso de os prognósticos atuais se confirmarem nas urnas
amanhã, não ficará comprovada a tese de que o PT estaria sendo expelido dos
grandes centros urbanos. Também não se enxerga ainda um crescimento
significativo do PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, um possível
candidato presidencial em 2014.
O PSB tinha nesta época em 2008 apenas seis candidatos
competitivos. Venceu em cinco cidades grandes. Hoje, tem 13 nomes no páreo nos
centros urbanos. Mesmo que vença em todos, estará ainda bem distante de tucanos
e de petistas.
Ainda que PT e PSDB não vençam em todas as cidades nas quais
aparecem com chances, as pesquisas até agora mostram que as duas siglas terão
muitos votos em municípios importantes, que irradiam opinião pelas suas
regiões. Trata-se de patrimônio relevante, pois os votos de hoje indicam a
força potencial das legendas em 2014.
O partido que tem sido o campeão em prefeitos eleitos em
todo o país é o PMDB. Mas nas grandes cidades essa legenda sofreu durante
várias eleições até chegar a 19 prefeitos em 2008. Nas disputas de amanhã, há
22 peemedebistas com chances.
DISPERSÃO PARTIDÁRIA
Outro dado a observar: no grupo das 85 cidades mais
relevantes há hoje um número maior de partidos com candidatos competitivos em
relação a eleições passadas. São 18 as legendas com chances de eleger prefeitos
em capitais ou cidades com mais de 200 mil eleitores. Nunca mais do que 13
partidos tiveram sucesso nessas localidades desde o fim da ditadura militar.
Essa tendência aparece não importa o recorte que se faça.
Nas capitais de Estado também ocorre esse fracionamento. Se as urnas
confirmarem as pesquisas, o Brasil estará assistindo à consolidação de um
quadro de agremiações políticas mais disperso. (FERNANDO RODRIGUES)
Nenhum comentário:
Postar um comentário