domingo, 22 de janeiro de 2012

São José dos Campos: agora aguenta

Custo a entender como profissionais da política conseguem cometer erros tão grosseiros como o que ocorre em São José dos Campos. Obviamente que os corneteiros partidários dirão que a ação do governo (municipal ou estadual) é típica de gente autoritária ou ainda que foi feita para conquistar o voto conservador. Não tem sentido. O voto conservador não está no campo diretamente adversário dos tucanos. Kassab está em popularidade decrescente. O lulismo não captura o voto conservador em função de ações desta natureza, mas dos vínculos com igrejas com retórica e currais eleitorais definidos. Também captura pelo consumo garantido aos segmentos emergentes que se fecham na família e procuram superar o passado com muita ânsia.
O erro desta decisão jogou gasolina na fogueira, justamente num ano eleitoral. É imperdoável. Tanto assim, que o governo federal entrou em campo. Vejam a matéria abaixo, publicada na UOL. Político profissional não pode, em nenhuma hipótese, dar um presente desta magnitude ao adversário. É pedir para perder.


Reintegração em SP "atropelou negociações para saída pacífica", diz ministro


MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disse neste domingo que a ação de reintegração de posse da área invadida do Pinheirinho, em São José dos Campos (97 km de São Paulo), "atropelou" as negociações para a desocupação pacífica do local.
Responsável pela interlocução com os movimentos sociais, Carvalho afirmou que o Palácio do Planalto vinha acompanhando as conversas sobre a retirada das famílias da área e trabalhava para uma saída negociada, com a definição de uma nova região para abrigar as famílias.
Por lá, vivem cerca de 6.000 pessoas. O local é alvo de uma disputa entre os invasores e a massa falida de uma empresa, proprietária do terreno. No início da manhã, a Polícia Militar cumpriu a ordem judicial. O clima é tenso.
Por conta da ação, as famílias chegaram a bloquear a rodovia Dutra, próximo ao km 154 no sentido Rio de Janeiro, por volta das 13h30 de hoje.
Lucas Lacaz Ruiz/A13/Folhapress
Tropa de Choque da PM entrou em confronto com moradores do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP)
Tropa de Choque da PM entrou em confronto com moradores do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP)
Um dos assessores do ministro, inclusive, que estava no terreno, foi atingido com uma bala de borracha na perna.
Carvalho evitou fazer críticas à ação e ao governo de São Paulo, mas disse que o governo federal foi surpreendido com a desocupação ainda mais em um domingo. Ele afirmou que estranhou o fato de o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Pedrosa Cury, ter desmarcado uma reunião sobre a invasão na última quinta-feira.
A presidente Dilma Rousseff foi avisada no início do dia dos problemas na desocupação. Ela pediu que além de Carvalho, os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Maria do Rosário (Secretaria de Direitos Humanos) acompanhassem os desdobramentos.
Cardoso teria telefonado para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) e alertado sobre os riscos do uso da força policial. Na avaliação do governo, parte das famílias têm ligações com movimentos sociais mais radicais.
Para o governo, o uso da força era desnecessário, tendo em vista que a ocupação está consolidada há oito anos e que haviam discussões para uma solução para a retirada das famílias.

4 comentários:

Luis Alberto Bassoli disse...

Não é a mesma coisa da cracolândia? Agir antes para depois não deizer que o governo federal atropelou ( como parece que seria)? Acho que Alckmin está tentando resistir ao óbvio: o lulismo vai tomar São Paulo... mais pelas 'tucanadas' do que por virutde própria...

SENÔ BEZERRA disse...

Que trapalhada. Nem acredito que o interesse pela área era o da massa falida.O Governo paulista reacionário do PSDB agiu no melhor modelo de rompança autoritária utilizando-se da violência para resolver uma questão social. Isso é um absurdo.

FABIANA CORSI disse...

ALÉM DE DECADENTES SÃO DESPROVIDOS DE INTELIGÊNCIA... FORA PSDB.

Júnior ... D. Eskelsen disse...

Fiquem tranquilos, vão
cair que nem cairão em
minas daqui um tempo.