Insisto que gestor público precisa estar presente em períodos de crise em seu território, como neste momento que as chuvas castigam vários municípios. Andar nas ruas, ver o sofrimento humano e exercitar a solidariedade e liderança. No final dos anos 1980 e início dos 90 atuei na SAR (Secretaria de Administrações Regionais, hoje Secretaria de Subprefeituras) de São Paulo. Acompanhava todas regionais das regiões norte e oeste. No final de outubro de 1989 a favela Nova República, localizada na regional Butantã, desabou. Eu acabara de chegar em casa e a Prefeita já havia enviado um outro carro para me pegar. Cheguei à favela embaixo de chuva e escuridão. De um lado, desolado e chorando, vi o administrador regional, o médico Nelson Bedin. Ele dizia que não havia dedicado a sua vida pela justiça social, se arriscando como militante de esquerda, para chegar a ver famílias de pessoas pobres sendo soterradas. Eu mesmo vi cenas que me deixaram perplexo.
O que quero destacar é que se o gestor público não passa por isto, vê os informes como números. Assim como um médico não pode se relacionar com a doença, mas com o ser humano, o gestor público precisa deste contato com a rua, com a população, com os cidadãos, principalmente em momentos de crise. Porque ao sentir, se humaniza e se conscientiza de seu papel de líder.
Um comentário:
Segundo seus parâmetros, nosso governador Anastasia tomou pau na matéria então...
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