Revista Época e aparição no programa da RedeTV. Não chega a ser uma grande campanha, mas para quem estava com farol apagado desde o início do ano, já é algo. O discurso de Aécio se pauta por:
1) Ataque ao modo petista de governar. Afirma que se trata de atraso: intervenção estatal, centralismo orçamentário e quebra do pacto federativo
2) Defesa tímida do ideário tucano: modelo empresarial para gestão do Estado
3) O tema que incomoda é o das privatizações de estatais
4) Defesa intransigente e firme do governo FHC
5) Crítica dura ao petismo, mais branda em relação a Lula e desconsiderando culpa de Dilma Rousseff
6) Cordialidade no debate direto com adversários, procurando criar diferencial em relação ao embate entre paulistas (petistas e tucanos).
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Os assessores dos deputados
Percebo a "garra" cada vez maior de "assessores" de deputados que não estão instalados nos gabinetes. Recebem pouco, mas são muito fiéis. Um ganho para fazer política local, falando em nome do parlamentar. Esses cabos eleitorais modernos são os famosos "militantes do contra-cheque". São mais aguerridos que os militantes ideológicos (os que sobraram) de hoje.
Fico imaginando se não seria o caso de pensarmos se este é um uso adequado do recurso público.
Fico imaginando se não seria o caso de pensarmos se este é um uso adequado do recurso público.
Aécio com apetite
Acabo de assistir o programa de debates Tema Quente (foto), da RedeTV, ancorado por Kennedy Alencar. Debateram Aécio Neves e Lindberg Farias. Fiquei impressionado com o apetite político de Aécio. Nunca havia tão assertivo. Municiado com dados, chegou a gaguejar tal a gana para tomar a iniciativa no debate.
Está preparado.
E faz um discurso absolutamente distinto dos tucanos paulistas. É elegante e cria pontes com seu interlocutor (no caso, Lindberg, senador petista do RJ).
No final, Kennedy chegou a dizer, em tom de brincadeira, que os dois estavam tomando o programa dele.
Está preparado.
E faz um discurso absolutamente distinto dos tucanos paulistas. É elegante e cria pontes com seu interlocutor (no caso, Lindberg, senador petista do RJ).
No final, Kennedy chegou a dizer, em tom de brincadeira, que os dois estavam tomando o programa dele.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Os cotados para substituir Haddad
O Ministério da Educação é um dos mais cobiçados do país. Com a saída de Haddad à frente deste "presente político", está aberta a temporada de caça.
O nome mais citado é o de Gabriel Chalita. O problema é que é candidato à prefeito paulistano pelo PMDB. Mesmo assim, como foi um dos articuladores da aproximação de Dilma com a Renovação Carismática era, até então, o preferido da Presidente.
Em seguida, já foram citados: Marilena Chauí, ex-secretária da
Cultura da prefeitura de São Paulo durante o governo de Luíza Erundina, e o
escritor Fernando Morais.
Carlos Abicalil também já foi cotado mais caiu em desgraça com as denúncias feitas pela ex-senadora do PT, Serys Slhessarenko que o vinculou ao "Dossiê dos Aloprados".
Particularmente, aposto que o nome forte é Marta Suplicy. Afinal, para que ela abriria mão da candidatura petista à prefeitura paulistana? O que levaria em troca? E todos sabemos que desde o governo Lula postulava o Ministério da Educação. Ficou com o Turismo, mas a contragosto.
Governo mineiro enfrenta cenário de crise
São muitos fatores que devem tirar o sono de Antonio Anastasia:
1) A greve dos professores estaduais. Já houve até esboço de articulação com o pessoal da saúde e da polícia militar. O subsídio, aprovado pelos deputados estaduais que apoiam o governo estadual, foi uma vitória de Pirro e colocou gasolina na fogueira. A reação do SindUTE será muito forte, logo no início de 2012, ano eleitoral;
2) A entrada dos produtos chineses já azeda a festa do comércio mineiro. A importação de brinquedos e calçados deve aumentar em 40% até a passagem do ano. O Sindicato da Indústria de Calçado de Nova Serrana (pólo do setor em MG) afirma que além da concorrência no mercado interno, a China bloqueia expansão de vendas no exterior (3% da produção de Nova Serrana é exportada). O calçado chinês é vendido, hoje, pela metade do preço do calçado fabricado em Minas Gerais;
3) A dívida do governo mineiro com o governo federal explodiu. A dívida já atinge 55,7 bilhões de reais. O governo mineiro sugeriu, na semana passada, trocar esta dívida por investimentos em obras envolvendo áreas de responsabilidade do governo federal, como ampliação da BR-381.
1) A greve dos professores estaduais. Já houve até esboço de articulação com o pessoal da saúde e da polícia militar. O subsídio, aprovado pelos deputados estaduais que apoiam o governo estadual, foi uma vitória de Pirro e colocou gasolina na fogueira. A reação do SindUTE será muito forte, logo no início de 2012, ano eleitoral;
2) A entrada dos produtos chineses já azeda a festa do comércio mineiro. A importação de brinquedos e calçados deve aumentar em 40% até a passagem do ano. O Sindicato da Indústria de Calçado de Nova Serrana (pólo do setor em MG) afirma que além da concorrência no mercado interno, a China bloqueia expansão de vendas no exterior (3% da produção de Nova Serrana é exportada). O calçado chinês é vendido, hoje, pela metade do preço do calçado fabricado em Minas Gerais;
3) A dívida do governo mineiro com o governo federal explodiu. A dívida já atinge 55,7 bilhões de reais. O governo mineiro sugeriu, na semana passada, trocar esta dívida por investimentos em obras envolvendo áreas de responsabilidade do governo federal, como ampliação da BR-381.
domingo, 27 de novembro de 2011
Como formamos os técnicos para a Gestão em Rede
Programação
Formação Técnicos da Gestão em Rede de Pouso Alegre
1ª Etapa (três manhãs)
DIA
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HORÁRIO
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ATIVIDADE
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01
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08h00
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Apresentação do Instituto Cultiva
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08h20
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Apresentação dos técnicos
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9h00
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Apresentação do projeto Gestão em Rede
(dois vídeos)
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9h20
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Técnicos apresentam suas dúvidas
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9h30
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Esclarecimento das dúvidas apresentadas e apresentação
complementar sobre GR
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02
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08h00
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Identificação de Pouso Alegre
a) Montagem
da Linha do Tempo de Pouso Alegre
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10h00
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Identificação de Pouso Alegre
b) Montagem
do Mapa do associativismo de PA
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11h00
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Papel do GR no contexto de análise realizada no dia
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03
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08h00
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Apresentação do questionário
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08h30
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Técnicas de abordagem e tempo de entrevista
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09h30
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Plano de trabalho diário
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10h30
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Simulação entre técnicos
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11h30
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Análise da Simulação
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12h00
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Encerramento da primeira etapa e definição de “para casa”
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Observações de Chico Barreira sobre novas ações do governo federal
Não por acaso, a média do investimento brasileiro (na soma governo e setor privado) tem oscilado, nos últimos dez anos, entre 17% e 19%. Fica claro que com esse grau de investimento o País não tem como crescer além dos 3,5%. A China, por exemplo, vem crescendo nos últimos vinte anos a taxas em torno de 10%. Mas sabem qual é a taxa anual de investimento chinesa? Nada menos que 40%.
Dilma Rousseff que é economista formada e seu ministro da Fazenda, Guido Mantega, sabem muito bem disso. E, por conta disso, estão preparando, agora, um programa de investimentos capaz de garantir um crescimento de 5% em 2012.
É um plano que privilegia muito mais o investimento do que o consumo, até porque é preciso estar de olho na inflação que está às portas dos 7% e vai ser aquecida com o choque de consumo provocado pelo aumento do salário mínimo, em janeiro: 14%. O maior em muitas décadas.
Mas os juros oficiais continuarão caindo, porque o governo precisa gastar menos com o pagamento de juros, (em torno de 220 bilhões de reais este ano) para poder investir mais. A taxa oficial (Selic) deve baixar para menos de 10% já no primeiro trimestre do próximo ano.
No pacote de investimentos (dentro de sua estratégia para alcançar uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto de 5%, apesar da crise internacional) constam concessões de rodovias, os leilões dos aeroportos, investimentos da Petrobrás, a segunda etapa do programa Minha Casa Minha Vida e o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL).
A preocupação do governo é a de dar um sinal positivo ao setor privado. Assustadas com a crise econômica e com o baixo nível de atividade no País neste fim de ano, as empresas estão suspendendo e adiando planos de expansão.
Para animar os empresários, o governo deverá anunciar mais duas medidas de desoneração tributária. Uma vai cortar tributos de investimentos em equipamentos de infraestrutura de telecomunicações, como a instalação de cabos e fibras ópticas.
O Ministério das Comunicações estima que essa desoneração aumentará os investimentos em R$ 20 bilhões entre 2012 e 2016. Nesse período, o governo deixará de arrecadar R$ 4 bilhões, neste setor.
E haverá ainda corte tributário beneficiando a cadeia do etanol. Nesse caso, além da expansão do setor, o governo procura, concomitantemente, segurar a inflação, via barateamento dos combustíveis.
Gestão em Rede em Pouso Alegre
Começamos a implantação da Gestão em Rede em Pouso Alegre, sul de MG. Instalaremos 10 TVs Cidadãs, com programação inédita diária e coletaremos avaliações mensais em TODOS domicílios (40 mil residências) do município. Onde entramos, dobramos a aprovação do governo em 4 meses.
A Gestão em Rede vai participar do concurso da Associação Mineira de Municípios sobre boas práticas de gestão municipal.
A Gestão em Rede vai participar do concurso da Associação Mineira de Municípios sobre boas práticas de gestão municipal.
sábado, 26 de novembro de 2011
Mobilização social no Vale do Jequitinhonha
O Vale do Jequitinhonha é a região mais pobre de Minas Gerais e uma das mais pobres do país. Palco de muitas lutas sociais, em especial, da população rural. É, obviamente, tema de discursos políticos eleitoreiros e sedia o maior percentual de ONGs por metro quadrado das terras mineiras.
Pois não é que voltou a colocar gente nas ruas? E desta vez, para exigir o que considera direito em termos educacionais.
Recebi a mensagem abaixo de Álbano Silveira Machado: Capelinha: Multidão enche praça querendo educação superior Mais de 7 mil pessoas gritaram por Universidade Federal, pública, gratuita e de qualidade
Eles vinham chegando aos blocos, grupos, portando faixas, sorrisos, esperanças. Eram os meninos e meninas do Vale, adolescentes, jovens, com seus olhos brilhantes no horizonte de uma vida digna, um sonho que se sonha junto. Brotavam de todas as esquinas, dos ônibus escolares, das caravanas de Angelândia, Aricanduva, Água Boa, Santa Maria do Suaçuí, da zona rural, de todas as escolas, de tantas cidades vizinhas. Muitas cidades não puderam enviar caravanas devido à chuva teimosa que caía na região e mandaram justificar, registrando que torcia e se juntava à luta do povo presente. Mas vieram representantes: prefeitos, vereadores, lideranças, cidadãos e cidadãs. Trabalhadores, empresários, professores, comunicadores, servidores públicos, vereadores, prefeitos, deputados, profissionais liberais recheavam aquela multidão.
Em toda a microrregião são cerca de 300 mil habitantes e 45 mil jovens de 18 a 24 anos querendo uma Escola Federal que ofereça educação superior pública, gratuita e de qualidade.
Uma bandeira de luta de todo o Vale do Jequitinhonha unia pessoas de todos os partidos, todas as igrejas, segmentos sociais e econômicos mais diversos. Estava sendo marcado neste 25.11.2011: é o Dia E, Dia da Educação. Uma bandeira de luta unificadora, de paz, de diálogo, de sonho que se sonha junto. Há tanta gente que vem participando desta caminhada que difícil apontar destaques. São mais de 23 mil apoios no abaixo-assinado e uma diversidade de colaborações.
No palanque armado na Praça do Povo, do centro de Capelinha, no Alto Jequitinhonha, nordeste de Minas, o radialista Cleuber Luiz anunciava apoios de 12 cidades à implantação de um campus da UFJM em Capelinha.
De repente, uma multidão. Mais de 7 mil pessoas, segundo cálculos da Polícia Militar.
Cadê os deputados e as pessoas do Movimento A Universidade é nossa? Não vai falar não? Havia uma impaciência pelo atraso do avião que demorou a aterrisar no moderno aeroporto regional de Capelinha.
Muitos foram embora, impacientes com a demora do início das falas. Mas, muitos ficaram e se agitaram com os cantos de animação de um Cônego. O prefeito Pedro Vieira falou da felicidade de ver tanta gente junto
lutando por uma coisa só, a educação que o povo do Vale merece. E garantiu a contrapartida e parceira do município para tão importante projeto.
Álbano Silveira Machado, do Movimento A UFVJM é nossa!, de Berilo, falou do compromisso do documento de criação da Nossa Universidade em ser multicampi com instalações de campus nas cidades de Capelinha, Araçuaí/Itaobim e Almenara. Registrou que a Usina de Biodiesel da Petrobrás havia sido anunciada pelo Presidente Lula e políticos do norte de Minas a levaram para Montes Claros. A Estrada Real levou nossas riquezas para fora, há 300 anos. Não podíamos perder a nossa estrada do conhecimento, a Nossa Universidade. Um grupo de estudantes começou a gritar acompanhado por uma multidão: Arrá, urru! A Federal é Nossa!
Maria do Rosário Sampaio, pesquisadora da FUNDACENTRO, do Ministério do Trabalho, de Capelinha, também cobrou compromissos de representantes políticos votados na região com a implantação de 3 campi em cidades do Vale. Criticou a implantação de 2 campi nas cidades de Janaúba e Unaí, vinculados à UFVJM. E perguntou onde estavam os representantes políticos votados na região que não evitaram tal desvio de missão.
O Presidente do PT de Minas, o deputado federal Reginaldo Lopes, afirmou que o Governo Federal, nos últimos 9 anos, construiu a mais extensa rede de universidades públicas federais do país e também de escolas técnicas. Esclareceu que não permitir que dois campi fossem implantados em Unaí e Janaúba seria um preconceito contra as pessoas que moram naquelas cidades e regiões.
Garantiu que, do mesmo jeito, a UFVJM instalaria 3 campi nas cidades do Vale do Jequitinhonha, sendo um na cidade de Capelinha. A multidão explodiu e começou a dançar e pular. O outro poderia ser na cidade de Araçuaí ou Itaobim, no Médio Jequitinhonha. O terceiro campus seria no Baixo Jequitinhonha na cidade de Almenara, pois esta oferecia as melhores condições para tal projeto. Disse que Capelinha oferecia todas as condições para a instalação de um campus e que a microrregião poderia se desenvolver, inclusive implantando um pólo de tecnologia de ponta, pois a Universidade deveria se preocupar com pesquisa para descobrir tecnologias que possibilitem o desenvolvimento humano e enfrentar os mais diversos problemas porque passam as pessoas.
O suplente de deputado estadual Jean Freire, vereador e médico de Itaobim, discorreu sobre a luta histórica do povo do Vale para estruturar a implantar a sua Universidade. Lembrou que vem , há muitos anos, lutando
pela educação superior, na região. Propôs ao CONSU – Conselho Universitário da UFVJM, no dia 7 de outubro, que aprovou sua proposição de instalação de 3 campi: no Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha.
Cobrou dos deputados federais Reginaldo Lopes e Miguel Correa, ambos do PT, que firmassem compromisso de atender aos anseios do povo do Vale: não mudar o nome da Nossa Universidade que já é um orgulho do povo do Vale e lutar junto ao governo federal para inserção no PPA 2012-2015 de instalação de 3 campi na região.
Por último, Nicinha, presidente do PT de Capelinha, falou da emoção de estar ali em um momento inesquecível para Capelinha e região.
O deputado federal Reginaldo Lopes informou que, naquele momento, falou com o Secretário de Ensino Superior/MEC, Luiz Cláudio Costa, e com o Reitor Pedro Ângelo, para que atendessem as reivindicações propostas pelo povo do Vale.
No final, todos se abraçaram em confraternização de representantes dos movimentos sociais, estudantes, cidadãos e agentes políticos, se comprometendo a continuar a luta pela construção de pólos universitários na
região.
O evento teve o apoio da Prefeitura e Câmara Municipal de Capelinha, sindicatos, todos os partidos políticos, comerciantes, escolas, profissionais liberais, rádios, jornais, revistas, blogs e sites da cidade e região.
O primeiro grande revés de Kassab
Da UOL:
A Justiça de São Paulo determinou nesta sexta-feira (25) o bloqueio dos bens do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), do secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge Martins Sobrinho, e das empresas Controlar e CCR. A decisão, do juiz Domingos de Siqueira Frascino, da 11ª Vara da Fazenda Pública, atendeu pedido do Ministério Público, que denunciou irregularidades no programa de inspeção veicular da Prefeitura de São Paulo, desenvolvido pela empresa Controlar. O juiz negou o pedido para afastar Kassab e os outros envolvidos nos caso por entender que “a permanência deles nos cargos não trará prejuízo à instrução do feito”.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Breve artigo sobre o sul de Minas Gerais
Artigo publicado no jornal Sul das Gerais (Machado-MG):
A evolução econômica, política e social de Machado
25 nov 2011 - 0 comentário
Machado não será uma exceção. E o impacto político será importante.
De município marcado pela produção de café que comandou por tanto tempo a política local, passará a ser um município tipicamente urbano. A reviravolta já se sentiu, nos últimos anos, com a mudança no comando político de Machado. De lideranças vinculadas aos grandes fazendeiros exportadores, pouco a pouco os eleitores mudaram o rumo elegendo lideranças sociais de tipo urbana ou vinculadas aos agricultores familiares. Uma mudança lenta, mas que aponta novos cenários para este município.
E é a partir desta lógica de interpretação que interessa a todos atentos ao futuro de Machado, da região sul mineira e mesmo aos mineiros, a série histórica produzida pela FIRJAN, o Índice de Desenvolvimento Municipal (IFDM).
O IFDM varia de0 a1, sendo 1 o maior desenvolvimento do município.
Ao analisarmos a evolução do índice de Machado, percebemos uma importante mudança. Em 2005, o índice do município era moderado. Em 2007, embora o índice geral continuasse moderado, o indicador de emprego e renda entrou no vermelho, como se percebe no gráfico. No ano seguinte, anterior ao governo atual, o índice de emprego e renda melhorou, mas não atingiu o patamar de 2005. O importante é perceber que a crise dos EUA, que afetou duramente Minas Gerais, ocorreu apenas no final de 2008, impactando negativamente o mercado de trabalho de 2009.
O IFDM registra exatamente isto. Em 2009, primeiro ano da gestão atual, o indicador de emprego e renda decaiu novamente ao mesmo patamar de 2007. Porém, todos outros indicadores melhoraram significativamente. Educação e Saúde, por exemplo, que até então apresentavam índice moderado, saltaram para alto desenvolvimento.
Infelizmente, somente no próximo ano teremos os dados consolidados do que ocorreu em 2010. Mas os comentários nas ruas indicam que a melhoria foi constante e generalizada.
Enfim, a mudança política – em parte causada pela mudança de perfil econômico e social de Machado – gerou um salto na qualidade de vida da população machadense.
Estes dados merecem atenção e discussão em Machado. Porque indicam um rumo e consolidam uma mudança geral do que ocorre no Brasil. Não se trata, obviamente, de uma gestão, mas da intenção dos cidadãos e eleitores. É deste rumo que depende a mudança da região e do Estado. Um poder que o cidadão possui que nem sempre é muito visível. Mas que é determinante.
Rudá Ricci
Sociólogo, Doutor em Ciências Sociais (UNICAMP), membro do Fórum Brasil do Orçamento e do Observatório Internacional da Democracia Participativa. Comentarista político da Band News BH
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Maringá não tem vereador de cuecas, mas...
O vereador John Alves (PMDB) tirou a camisa durante a sessão da Câmara de Maringá desta quinta-feira (29) após o presidente da Casa, Mário Hossokawa (PMDB), solicitar a sua saída do plenário por não estar trajado adequadamente. O peemedebista foi à sessão vestindo camiseta rosa, calça jeans e tênis tentar impedir a votação da revogação do polêmico artigo 39 das Casas Geminadas. O tumulto levou a suspensão da sessão.
Na terça-feira (27), John Alves conseguiu as assinaturas necessárias para que o Projeto de Lei Complementar (PLC) que revoga o artigo 39 – que prevê o cadastramento de interessados na construção das geminadas em loteamentos com área menor que 400 m2, em loteamentos aprovados até 2009 – tramitasse em regime de urgência.
Ricardo Lopes
John Alves (sem camisa) tumultuou a sessão ao tirar a camisa.
O projeto deveria ser protocolado até as 14h desta quinta-feira para ser votado em primeira discussão ainda hoje. Na manhã desta quinta-feira, John Alves voltou atrás e encaminhou um ofício à Mesa Diretora solicitando o arquivamento do pedido de urgência, que foi negado diante da recusa dos demais vereadores de retirarem as assinaturas.
John Alves, que havia alegado motivos pessoais para não comparecer a sessão desta quinta-feira, chegou após o início da sessão trajando camiseta e calça jeans e ocupou a sua cadeira. De acordo com o regimento interno da Câmara, os vereadores do sexo masculino são obrigados a vestir paletó ou similar e gravata.
Hossokawa pediu que John Alves se retirasse do plenário e, diante da recusa, disse que não permitiria que o colega votasse. Os dois iniciaram uma discussão que acabou envolvendo outros vereadores. Em meio ao tumulto, o vereador ameaçou tirar a roupa e o presidente da Câmara suspendeu a sessão.
Vereador da cueca ficou chateado
Da UOL:
O vereador Gêra Ornelas (PSB), que teria despachado de cuecas em seu gabinete na Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, afirmou ao UOL Notícias, nesta quinta-feira (24), que encerrou a sua carreira política. Ornelas pediu a desfiliação da legenda ontem.
“Não estava aguentando mais aquela pressão. Isso me machucou muito. Eu tenho um trabalho social fantástico com igrejas, creches e pessoas carentes e deficientes. Mas ninguém lembrou disso. Aí, surge um episódio onde estava de bermuda, mas falaram que eu estava de cuecas. A coisa pegou de tal maneira que eu fiquei muito chateado”, disse o parlamentar, que afirmou ter sido vítima de uma “orquestração’.
“Não estava querendo me candidatar mesmo [à reeleição em 2012] e esse episódio foi o que faltava para eu tomar essa decisão. Eu resolvi e não vou mais mexer com política”, complementou Ornelas, que está no 4º mandato.
O vereador afirmou que não vai se filiar a outro partido e que se dedicará a projetos sociais.
De acordo com ele, seu astral melhorou após a decisão. “Eu melhorei o meu astral bastante, talvez uns 60%. Não quero mais mexer com política. Já cumpri o que tinha de fazer.”
Mesmo com a decisão, o político ainda corre o risco de ter o atual mandato cassado pelos seus colegas.
O corregedor da Casa Legislativa deverá se posicionar na semana que vem sobre a criação de uma Comissão Parlamentar Processante, que decidirá sobre o caso.
“Eu apresentei a minha defesa. Eu vou esperar o resultado, e a decisão que eles tomarem, eu vou acatar”, afirmou Ornelas.
Entenda o caso
A gravação que tornou o vereador conhecido nacionalmente faz parte de processo movido pelo Ministério Público contra ele. O político é alvo de duas ações nas esferas cível e criminal, com acusações de improbidade administrativa, concussão e lavagem de dinheiro. Segundo o órgão, pesa contra Ornelas a acusação de que reteve parte de salário de funcionário em troca da manutenção do emprego do servidor. Um suposto crime de pedofilia praticado por ele também está sendo investigado.
De acordo com o promotor de Justiça Eduardo Nepomuceno, da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público, ainda foram encontrados depósitos sem origem informada na conta do parlamentar da ordem de R$ 690 mil. O vereador nega tudo.
No âmbito criminal, Ornelas foi absolvido pela Justiça em setembro deste ano, mas o promotor afirmou recorreu da decisão. Na cível, o processo está em fase de sentença.
Explicando o impasse entre professores e governo mineiro
O impasse está centrado no famoso subsídio.
Do que se trata?
O subsídio entrou em vigor em janeiro deste ano. O
governo estadual sustenta que o subsídio unifica os vencimentos da carreira dos
professores. Afirma que os que têm mais tempo de serviço e estavam no mesmo
nível de servidores com menos tempo de carreira vão receber com mais justiça. O
nível de escolaridade do profissional também vai contar para aumentar a posição
na tabela.
Outra mudança com o novo modelo é que,
anteriormente, quando um servidor ia subindo na tabela de subsídios pelo tempo
de trabalho, e conseguia, por exemplo, um mestrado, ele perdia este avanço e
voltava para o início da tabela de tempo de trabalho. Agora, ele mantém seu
lugar na tabela de tempo de serviço e ainda ganha com o nível de escolaridade.
Segundo a secretaria, isso vai poder dar um aumento de até 10% ao profissional.
Todos os servidores que optaram pelo modelo de
subsídio vão receber um aumento de 5% em abril de 2012, referente a uma data
base que seria em outubro de 2012.
Segundo a Secretaria de Educação, 62% dos
servidores optaram pelo subsidio como forma de pagamento.
Sindicato
Já o Sind-UTE afirma que o piso salarial da classe não foi alterado.
Já o Sind-UTE afirma que o piso salarial da classe não foi alterado.
A grande controvérsia se concentra no cálculo do pagamento
pelo subsídio que, segundo o sindicato, não atende a lei federal do piso salarial para os professores.
O sindicato contesta, ainda, o número de adesão ao
subsídios apresentado pelo governo. Para o Sind-UTE, dos 200 mil profissionais
que puderam fazer a escolha de manter o vencimento pelo modelo anterior ou do
subsídio, 153 mil optaram pela regra antiga de pagamento. Outros 73 mil
trabalhadores não tiveram, segundo o sindicato, escolha e foram colocados no
subsídios e mais os 117 mil aposentados, que o sindicado não sabe quantos
puderam fazer a mudança ou tiveram a remuneração imposta. Há argumentos que sugerem que não houve
reajuste por tempo de serviço, mas apenas um aumento de 5%. Outros afirmam que
o subsídio substituiu o plano de carreira criado pelo governo Aécio Neves.
Mas o argumento central das críticas está na
descaracterização do Piso Nacional. Trata-se de uma bandeira dos sindicatos de
professores vinculados à CNTE. O piso cria um vencimento básico e preserva as
gratificações; também preserva o terço de tempo extraclasse para atividades não
realizadas em sala de aula e coloca em risco o reajusta anual do piso em função
do aumento do custo aluno. Com a remuneração totalizada no subsídio,
argumenta-se que o aumento inicial será diluído ao substituir um aumento maior,
no médio e longo prazos, ao vencimento básico e gratificações. Projeta-se que
em 2012 o piso nacional será reajustado em 15,59% e o subsídio não ultrapassará
os 5%. Também se afirma que o governo estadual reduziu os percentuais de
promoção (de 22% para 10%) e de progressão (de 3% para 2,5%).
Lá e cá
Do Terra:
SP: mulher e filhos de prefeito são presos suspeitos de corrupção
24 de novembro de 2011 • 09h17 • atualizado às 13h15
Rose Mary de Souza Direto de Campinas
Uma operação do Grupo de Ação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do
Ministério Publico e Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) da Polícia Militar
deflagrada na manhã desta quinta-feira prendeu a primeira-dama de Limeira, no
interior de São Paulo, Constância Dutra Félix, e seus dois filhos, Maurício Félix e
Murilo Félix. Eles são suspeitos de fazer parte de uma quadrilha de lavagem de
dinheiro. A primeira-dama foi presa em casa onde também foram apreendidos documentos e computadores. Maurício foi localizado por volta das 10h em Piracicabade, cidade
vizinha. O prefeito Silvio Félix (PDT), por outro lado, não teve a prisão decretada
devido ao foro privilegiado.
Também já estão presos o assessor político Carlos Henrique Pinheiro, os irmãos da
primeira-dama, Verônica Dutra Amador, Lucimar Berberti Dutra e David Berberti Dutra,
o contador, Daniel Henrique Gomes da Silva, Lucélia Baliani e Maria Alves de Souza.
Foram expedidos 15 mandados de prisão contra pessoas suspeitas de lavagem de
dinheiro, formação de quadrilha, falsidade ideológica e corrupção dentro da
prefeitura. De acordo com o Ministério Público, os prejuízos aos cofres públicos
ultrapassam R$ 20 milhões.
Minas precisa de um Suplicy ou um Freixo
Vergonha.
Primeiro, um deputado tucano resolve presentear seu chefe de gabinete com 1 milhão (dinheiro público). Sérgio Bezerra recebeu esta quantia através de emenda parlamentar do deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG). A notícia já deixaria qualquer cidadão indignado. Mas aí, veio a farra geral. Nada mais que 1/4 dos vereadores da Câmara Municipal de BH foram acusados de intermediar a cobrança de propina para aprovar o Projeto de Lei 1600/2008 que autoriza a ampliação da área de construção do Boulevard Shopping, região leste de Belo Horizonte. Dois desses vereadores foram afastados do cargo por decisão do juiz, Alyrio Ramos. Se identificarmos os partidos desses vereadores, somarmos com o deputado tucano e juntarmos com o gasto de gasolina da Câmara Municipal neste ano, além do vereador da cueca, Gêro (até ontem, do PSB, partido do prefeito), temos uma radiografia do sistema partidário mineiro.
O que falta é justamente um parlamentar que tenha coragem de enfrentar seus pares envolvidos nessas negociatas, tal como Marcelo Freixo faz no RJ ou Eduardo Suplicy fez quando presidiu a Câmara Municipal de São Paulo. Há muito discurso em Minas e poucos atos concretos.
Primeiro, um deputado tucano resolve presentear seu chefe de gabinete com 1 milhão (dinheiro público). Sérgio Bezerra recebeu esta quantia através de emenda parlamentar do deputado federal Eduardo Barbosa (PSDB-MG). A notícia já deixaria qualquer cidadão indignado. Mas aí, veio a farra geral. Nada mais que 1/4 dos vereadores da Câmara Municipal de BH foram acusados de intermediar a cobrança de propina para aprovar o Projeto de Lei 1600/2008 que autoriza a ampliação da área de construção do Boulevard Shopping, região leste de Belo Horizonte. Dois desses vereadores foram afastados do cargo por decisão do juiz, Alyrio Ramos. Se identificarmos os partidos desses vereadores, somarmos com o deputado tucano e juntarmos com o gasto de gasolina da Câmara Municipal neste ano, além do vereador da cueca, Gêro (até ontem, do PSB, partido do prefeito), temos uma radiografia do sistema partidário mineiro.
O que falta é justamente um parlamentar que tenha coragem de enfrentar seus pares envolvidos nessas negociatas, tal como Marcelo Freixo faz no RJ ou Eduardo Suplicy fez quando presidiu a Câmara Municipal de São Paulo. Há muito discurso em Minas e poucos atos concretos.
terça-feira, 22 de novembro de 2011
IV Encontro do MCCE Estadual SP - Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral Programação
IV Encontro do MCCE Estadual SP - Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral
Programação
Objetivo do Encontro: apresentar e avaliar atividades e propostas do MCCE/SP, dos Comitês 9840 e a situação de municípios no combate à corrupção eleitoral.
Destinatários: membros de Comitês 9840 de municípios do Estado de SP, outras entidades e cidadãos interessados na vigência das Leis 9840/99 e 135/10, no combate à corrupção eleitoral e na participação da sociedade no processo de controle da corrupção eleitoral;promotores, juízes e advogados eleitorais.
Data – Sábado, 26.11.2011
Hora- Das 9 às 14 horas
Local- Rua da Consolação, 2121 – (Estação Metrô Paulista, próximo ao antigo Belas Artes)
Programa
9h00 - Recepção
9h30 - Primeira mesa: coordenador Luiz Antonio de S. Amaral
Profa. Lucrecia Anchieschi Gomes – Policidadania e MCCE Estadual SP
Síntese dos trabalhos do MCCE/SP em 2010/2011 e Agenda 2012
Dr. Wallace Paiva Martins Jr. – Promotor de Justiça, Assessor Eleitoral do MPSP
Termo de Cooperação Técnica Via Rápida para a Cidadania
Dra. Silvia Cosac - Movimento Voto Consciente e MCCE Estadual SP
Obtenção de provas
Dr. Pedro Barbosa – Procurador Regional Eleitoral, PRE - SP
Doação ilegal, infração eleitoral, acessibilidade e voto do preso provisório
10h45 - Segunda Mesa: coordenador Luiz Antonio de S. Amaral
Desembargador Dr. Miguel Brandi
Proposta: Máximo dois Mandatos
11h00 – Terceira Mesa: coordenadora: Caci Amaral
Comitês 9840 nos Municípios/ atividades realizadas
12h00 – Intervalo para lanche
12h30 – Quarta Mesa: Coordenador Luciano Santos
Luciano Santos - MCCE
Olívia Raposo da Silva Telles – MCCE Estadual SP
Luis Antônio de S. Amaral - MCCE Estadual SP
Aspectos da Reforma Política: Lista fechada; financiamento público; voto distrital; propostas do Movimento Nacional de Reforma Política com Participação Popular.
Celina Marrone e Diogo Azzi – Movimento Voto Consciente
Ficha Pública
13h30 - Mesa de Encerramento – Coordenador Luciano Santos
Marlon Lelis de Oliveira – MCCE Estadual SP
Como Formar um Comitê 9840
Perspectivas para o ano eleitoral de 2012
Realização: Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral - Estadual - SP, Ministério Público/SP,Escola Superior do Ministério Público/SP , Procuradoria Regional Federal/SP, Tribunal Regional Eleitoral/SP.
Apoio: Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo; Centro de Integração Empresa - Escola, CIEE; Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo; Movimento do Ministério Público Democrático, MPD;Policidadania; Movimento Voto Consciente. MVC;OAB/Guarulhos;Movimento Mulheres da Verdade, MMV;OCDC;Associação Amigos de Guararema; hora h Jornal Verdade.
Informações e inscrições
caciamaral@uol.com.br
Programação
Objetivo do Encontro: apresentar e avaliar atividades e propostas do MCCE/SP, dos Comitês 9840 e a situação de municípios no combate à corrupção eleitoral.
Destinatários: membros de Comitês 9840 de municípios do Estado de SP, outras entidades e cidadãos interessados na vigência das Leis 9840/99 e 135/10, no combate à corrupção eleitoral e na participação da sociedade no processo de controle da corrupção eleitoral;promotores, juízes e advogados eleitorais.
Data – Sábado, 26.11.2011
Hora- Das 9 às 14 horas
Local- Rua da Consolação, 2121 – (Estação Metrô Paulista, próximo ao antigo Belas Artes)
Programa
9h00 - Recepção
9h30 - Primeira mesa: coordenador Luiz Antonio de S. Amaral
Profa. Lucrecia Anchieschi Gomes – Policidadania e MCCE Estadual SP
Síntese dos trabalhos do MCCE/SP em 2010/2011 e Agenda 2012
Dr. Wallace Paiva Martins Jr. – Promotor de Justiça, Assessor Eleitoral do MPSP
Termo de Cooperação Técnica Via Rápida para a Cidadania
Dra. Silvia Cosac - Movimento Voto Consciente e MCCE Estadual SP
Obtenção de provas
Dr. Pedro Barbosa – Procurador Regional Eleitoral, PRE - SP
Doação ilegal, infração eleitoral, acessibilidade e voto do preso provisório
10h45 - Segunda Mesa: coordenador Luiz Antonio de S. Amaral
Desembargador Dr. Miguel Brandi
Proposta: Máximo dois Mandatos
11h00 – Terceira Mesa: coordenadora: Caci Amaral
Comitês 9840 nos Municípios/ atividades realizadas
12h00 – Intervalo para lanche
12h30 – Quarta Mesa: Coordenador Luciano Santos
Luciano Santos - MCCE
Olívia Raposo da Silva Telles – MCCE Estadual SP
Luis Antônio de S. Amaral - MCCE Estadual SP
Aspectos da Reforma Política: Lista fechada; financiamento público; voto distrital; propostas do Movimento Nacional de Reforma Política com Participação Popular.
Celina Marrone e Diogo Azzi – Movimento Voto Consciente
Ficha Pública
13h30 - Mesa de Encerramento – Coordenador Luciano Santos
Marlon Lelis de Oliveira – MCCE Estadual SP
Como Formar um Comitê 9840
Perspectivas para o ano eleitoral de 2012
Realização: Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral - Estadual - SP, Ministério Público/SP,Escola Superior do Ministério Público/SP , Procuradoria Regional Federal/SP, Tribunal Regional Eleitoral/SP.
Apoio: Igreja Presbiteriana Independente de São Paulo; Centro de Integração Empresa - Escola, CIEE; Pastoral Fé e Política da Arquidiocese de São Paulo; Movimento do Ministério Público Democrático, MPD;Policidadania; Movimento Voto Consciente. MVC;OAB/Guarulhos;Movimento Mulheres da Verdade, MMV;OCDC;Associação Amigos de Guararema; hora h Jornal Verdade.
Informações e inscrições
caciamaral@uol.com.br
Os encapuzados da USP
RAYMUNDO DE LIMA*
Os encapuzados da USP, invasores da reitoria cuja bandeira de luta é o direito de uso de maconha e contra a presença da PM no campus, nos remete a uma pesquisa com 4.395 alunos realizada em 1998: a maconha havia se transformado num hábito tão comum como fumar cigarro no campus. De cada 100 alunos, 20 fumavam maconha com frequência; 27 costumam fumar cigarro. “De cada 100 alunos de medicina no sexto ano da faculdade, 82 bebem com frequência – o que não significa um caminho inexorável ao alcoolismo; 20% disseram usar com frequência algum tipo de tranquilizante quando estão no último ano do curso”. Próximo do final do curso aumenta o número de usuários e a propensão ao vício de drogas e álcool entre alunos. Os motivos para esse aumento são diversos: pressão dos estudos, estresse, solidão, depressão, convivência grupal pró-relax.
Alarmado com o envolvimento dos alunos da USP com as drogas e álcool, o reitor da época, Jacques Marcovitch, convocou um seminário multidisciplinar, para uma discussão sobre a descriminação da maconha e medidas de prevenção e tratamento. O narcotráfico já dominava a USP/capital, e os demais campi do interior de São Paulo em 1998.
Fiz meu doutorado na USP, entre 2001 e 2005: notícias corriam que cidade universitária era insegura, havia assaltos e estupros, o cheio de maconha era forte, os narcocapitalistas se vestiam como estudantes politizados. O crack ainda não tinha invadido o campus. O movimento estudantil estava esvaziado de alunos e de bandeiras de lutas. Depois dos ataques aos EUA, em 2001, o dito marxista “a religião é o ópio do povo” virou algo como “religião pode ser arma contra o capital”. Pior, alguns admiravam os narcoguerrilheiros das Farcs. O movimento estudantil uspiano – entre outros – teriam se rendido ao vício e à barbárie?
Ninguém duvida que boa parte do movimento estudantil é braço dos micro-partidos de vocação anti-democrática (a maioria odeia a democracia “burguesa”). Também há os independentes, pró-democracia. Há os que defendem o direito de fumar maconha, crack, cheirar coca, liberar bebidas em torno das universidades – como já aconteceuem Maringá. Ora, uma das funções dos cursos universitários é também praticar “extensão”: prevenção e tratamento aos drogadictos, alcoolistas, doentes psíquicos e somáticos. Há professores que se omitem; outros fazem discurso com um olho só (O Diário, 15/11/2011-Opinião e Cx Postal 17/11).
No episódio da USP/2011, um professor pediu na imprensa fazer vistas grossas aos grupos, principalmente na FFLCH e nas moradias do CRUSP, fumando maconha ou crack? O falso argumento que só a comunidade pode vigiar, só reforça o riso dos narcotraficantes. As comunidades dos morros do Rio vigiavam com medo do poder dos narcocapitalistas que criaram um governo paralelo. É isso que eles querem que ocorra com a USP? Alguns fazem discursos cínicos do tipo: “maconha inspira ideias filosóficas”; “fumar maconha é um delito menor”, “a juventude é a fase do experimento”,”o cigarro mata mais do que a maconha” (frases de professores respeitáveis). O mais surpreendente discurso veio do ex-presidente FHC, com cara de bem intencionado.
A exemplo do Rio, há pedidos de uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) para a USP. Mas parece que a PM paulistana não tem força moral-estratégica para enfrentar o conluio entre alunos e narcocapitalistas. Até porque a história desta PM remete ao tempo da ditadura: reprimia as liberdades políticas no campus. Que fazer quando a resistência é fundadaem paranóia. Blá!
As universidades públicas hoje passam pelo dilema: autorizar o policiamento no campus, ou deixar o narcotráfico mandar? Universidades públicas bem investem no ensino e pesquisa, mas ignoram a sabedoria e são reféns dos interesses político-ideológicos. A cultura uspiana é arrogante, se pensa numa ilha, alunos, professores e funcionários exigem privilégios de burgueses, mas se imaginam proletários. Imagine: o pai ou mãe contente de ter o filho estudando numa boa universidade fica sabendo que ele foi adotado pelos os narcocapitalistas, ou é laranja de um micro-partido fundamentalista. O movimento estudantil uspiano – entre outros – precisa ser mais razoável e estar sintonizado com o movimento estudantil mundial, no mínimo.
Obs.: os alunos que invadiram a reitoria da USP consideram “de direita” o PSOL e o PSTU.
* RAYMUNDO DE LIMA é Doutor em Educação (USP) e Professor do Departamento de Fundamentos da Educação da Universidade Estadual de Maringá (DFE/UEM).
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