sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Breve artigo sobre o sul de Minas Gerais


Artigo publicado no jornal Sul das Gerais (Machado-MG):


A evolução econômica, política e social de Machado

25 nov 2011 - 0 comentário
O sul de Minas Gerais passa por uma revolução no seu perfil social e econômico. Quem deixar de visitar esta região nos próximos cinco anos, quando retornar reconhecerá pouca coisa. Os investimentos de grandes empresas  – grande parte de origem chinesa – substituirá o binômio café com leite por serviços e produção industrial de alta tecnologia.
Machado não será uma exceção. E o impacto político será importante.
De município marcado pela produção de café que comandou por tanto tempo a política local, passará a ser um município tipicamente urbano. A reviravolta já se sentiu, nos últimos anos, com a mudança no comando político de Machado. De lideranças vinculadas aos grandes fazendeiros exportadores, pouco a pouco os eleitores mudaram o rumo elegendo lideranças sociais de tipo urbana ou vinculadas aos agricultores familiares. Uma mudança lenta, mas que aponta novos cenários para este município.
E é a partir desta lógica de interpretação que interessa a todos atentos ao futuro de Machado, da região sul mineira e mesmo aos mineiros, a série histórica produzida pela FIRJAN, o Índice de Desenvolvimento Municipal (IFDM).
Este índice é produzido a partir de dados da área de emprego e renda, educação e saúde, com base nas estatísticas públicas oficiais disponibilizadas pelos ministérios do Trabalho, Educação e Saúde.
O IFDM varia de0 a1, sendo 1 o maior desenvolvimento do município.
Ao analisarmos a evolução do índice de Machado, percebemos uma importante mudança. Em 2005, o índice do município era moderado. Em 2007, embora o índice geral continuasse moderado, o indicador de emprego e renda entrou no vermelho, como se percebe no gráfico. No ano seguinte, anterior ao governo atual, o índice de emprego e renda melhorou, mas não atingiu o patamar de 2005. O importante é perceber que a crise dos EUA, que afetou duramente Minas Gerais, ocorreu apenas no final de 2008, impactando negativamente o mercado de trabalho de 2009.
O IFDM registra exatamente isto. Em 2009, primeiro ano da gestão atual, o indicador de emprego e renda decaiu novamente ao mesmo patamar de 2007. Porém, todos outros indicadores melhoraram significativamente. Educação e Saúde, por exemplo, que até então apresentavam índice moderado, saltaram para alto desenvolvimento.
Infelizmente, somente no próximo ano teremos os dados consolidados do que ocorreu em 2010. Mas os comentários nas ruas indicam que a melhoria foi constante e generalizada.
Enfim, a mudança política – em parte causada pela mudança de perfil econômico e social de Machado – gerou um salto na qualidade de vida da população machadense.
Estes dados merecem atenção e discussão em Machado. Porque indicam um rumo e consolidam uma mudança geral do que ocorre no Brasil. Não se trata, obviamente, de uma gestão, mas da intenção dos cidadãos e eleitores. É deste rumo que depende a mudança da região e do Estado. Um poder que o cidadão possui que nem sempre é muito visível. Mas que é determinante.



Rudá Ricci
Sociólogo, Doutor em Ciências Sociais (UNICAMP), membro do Fórum Brasil do Orçamento e do Observatório Internacional da Democracia Participativa. Comentarista político da Band News BH

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